segunda-feira, 13 de março de 2017

BALBINO ALVES BEZERRA - Germano






BALBINO ALVES BEZERRA – “Seu Balbino “ assim era conhecido o meu pai, nasceu do Sítio Cafundó, no dia 08.10.1907, filho de Lúcio Alves Bezerra e Adelaide Bandeira de Mello. Era também descendente de outras famílias matagrandenses, entre as quais as famílias Barros, Costa e Vieira Sandes, para se ter uma melhor ideia da nossa tradição em Mata Grande, Faustino Vieira de Sandes chegou de Portugal por volta do ano 1640.

Papai iniciou a sua carreira como agricultor, seguindo depois, para a cidade de Mata Grande, a fim de trabalhar como balconista da padaria do tio, Teodoro Alves Barros. Casou com Luiza Vilar de Mendonça e foram pais de treze filhos (Faustino, Guilherme, Hildebrando, Germano, Helena, Valderez e Valdeci), os outros faleceram.

Tornou-se um grande comerciante e fazendeiro. Foi padrinho de inúmeras pessoas tendo um número incontável de compadres e comadres ,afora muitos conhecidos e amigos, os mais variados possíveis. Em sua padaria todos tinham acesso, pois, sempre agradava os clientes e principalmente as crianças que os acompanhavam.

Algumas histórias versam sobre o seu comércio e um fato curioso era o sigilo. Quando os cangaceiros estavam acampados na região e o coiteiro vinha comprar muitos pães e bolachas, ele então, já  sabia o destino, porém, ninguém da cidade tomava conhecimento da vultosa venda. Em contra partida quando as cargas de farinha destinadas a sua padaria, que iam de Piranhas para Mata Grande, através do almocreves , isto é, transportadas em lombo de animais e, cruzavam com os cangaceiros, não eram molestados, o que não acontecia com os produtos destinados a outros comerciantes.

Durante a segunda grande guerra mundial, era representante exclusivo do querosene Jacaré e na distribuição, havia a recomendação para que não acendessem lamparinas, candeeiros ou quaisquer tipos de luminárias fora de casa, para não despertar a atenção de algum avião que porventura passasse sobre a região, pois isso, colocaria em perigo a vida de todos.

Era comerciante também na hoje cidade de Inhapi e tinha a satisfação de funcionar como correio para o povo, tanto, levando e trazendo cartas como também, envelopes com o dinheiro que os parentes enviavam de São Paulo, já que vinham aos seus cuidados. Sempre pautou sua vida com trabalho, honestidade e muita amizade.
Em Palmeira dos Índios, Caruaru, Recife, Campina Grande, onde existissem os seus fornecedores, tinha crédito e com uma simples carta ou relação de pedido, recebia a mercadoria e na época aprazada, cumpria as suas obrigações.

Papai era muito católico e teve dois primos padres: Monsenhor Aloysio Vianna Martins e Monsenhor Sebastião Alves Bezerra.

Faleceu em 21 de março 1981 na cidade de Mata Grande onde foi sepultado.


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