quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

O MUNICÍPIO DE MATA GRANDE - Germano




Muitos já escreveram sobre a criação do município de Mata Grande, todavia, não é nada demais, juntar algumas passagens pesquisadas,  e em rápidas mensagens  reativar a memória, curiosidade e pesquisa para aqueles mais jovens, principalmente pela proximidade de mais um ano de comemoração da emancipação política a ser realizada no próximo 18/03/2018.

A CRIAÇÃO:-  01/01/1660 -Antonio Souto Macedo e Sebastião de Sá foram os primeiros a se estabelecerem na região. Sebastião de Sá doou seus bens ao Colégio dos Padres Jesuítas na cidade do Recife. Quando D. José de Portugal extinguiu a Ordem dos Jesuítas os bens foram sequestrados e leiloados.

No dia 01/02/1764   João Carlos Dantas arrematou nossa região por seis contos e quatrocentos mil reis, porém não  conseguiu pagar e em novo leilão Francisco Gomes de Sá e Cipriano da Cunha foram os arrematadores.

No ano de 1791 surgiram as primeiras povoações, então, João Gonçalves Teixeira e sua mulher Maria Lucia, ofertaram uma parte de terras denominada Cumbe, situada nas terras do lugar denominado Cumbe, para que fosse erigida uma capela em  louvor a Nossa Senhora da Conceição, segundo pesquisas do renomado escritor matagrandense Djalma Mendonça.

Portanto, CUMBE foi a primeira denominação, depois, Matas de Santa Cruz, Mata do Pau Grande, Paulo Afonso e finalmente Mata Grande.

Mata Grande sempre foi destaque no Estado, tanto pela sua força política, haja vista ter sempre dois ou três deputados estaduais a representa-la na Assembleia Legislativa Estadual e também, porque sempre se impôs desde o dia 18/03/1837 quando foi elevada a categoria de vila e freguesia, embora tenha perdido essa condição em 04/05/1846.

Após seis anos de obstinada luta, no dia 28/07/1852 readquiriu a condição, desta feita,  com o nome de Paulo  Afonso, devido a sua proximidade com a famosa cachoeira e assim permaneceu até a sua emancipação política definitiva, fato ocorrido  em 05/07/1902, assinado pelo seu ilustre filho Euclides Vieira Malta, mas, somente em 25/05/1929 foi que voltou a ser chamada novamente de Mata Grande, face a criação do município de Água Branca, pois assim cessava o motivo, haja vista seu território  ir até a cachoeira  de Paulo Afonso.

De Mata Grande  foram desmembrados os atuais municípios de Pão de Açúcar em 1854; Água Branca em 1875, Canapi e Inhapi em 1962. Porém tem ainda hoje um grande Distrito, Santa Cruz do Deserto além de grandes povoados como Pau Ferro Velho, Poço Branco, Ouricuri, Faveira, Jaburú  e  Morro Vermelho.

A SITUAÇÃO: O município fica a 280 km distante da Capital do Estado e limita-se ao Norte com o Estado de Pernambuco; a Leste com o município de Canapi e ao Sul com o município de Água Branca e a Oeste também com o Estado de Pernambuco.

Sua extensão territorial é de 1.032 km2, sendo o maior do Estado em área territorial, belezas naturais, clima com temperaturas que oscilas de 12º no inverno a 32º em épocas quentes, vez que fica encravada no alto sertão alagoano. Hoje comenta-se que o maior município é Coruripe, pois Mata Grande, pelo que dizem, perdeu parte de sua área para Pariconha e Manari, coisa a ser recuperada por algum prefeito no futuro.

Afora as inúmeras serras, destaque especial para a Serra da Lagoa de Santa Cruz, onde fica o ponto culminante do Estado com seus 846 metros de altitude.

SITUAÇÃO HÍDRICA - Mata Grande é banhada pelo Rio Moxotó na parte oeste que divide os Estados de Alagoas e Pernambuco; o município tem boas lagoas como a da Serra da Lagoa de Santa Cruz e Santa Rosa, além de bons riachos como o do Grotão, Pitaxinã, Cumbe, Gravatá, Varginha, Terra Nova, Almeida e Mata Escura que agrega os da Cajazeiras e Rio Grande e mais ou menos trezentas e trinta e nove fontes de água cadastradas, sem contar os vários poços profundos instalados. Existe um na Serra da Faveira que produz cento e dez mil litros de água por hora, pertence a bacia do Jatobá, que inicia do sul do Piauí e vem até o Norte do nosso município. Os gestores ignoram tamanho potencial hídrico.

ALGUNS FILHOS ILUSTRES: A atração pelos encantos e bravuras de Mata Grande, bem como o  seu histórico passado e secular fizeram de suas entranhas nascerem homens e mulheres de fibra e corajosos (as)  como: D. Antonio Manoel de Castilho, Feliz Moreno Brandão, Euclides Vieira Malta, Artur Guimarães de Araújo Jorge, Lafayette de Mendonça, Joaquim Paulo Vieira Malta, José Maria Correia Neves, Odilon Canuto, Paulo Afonso de Mendonça, Olavo Campos de Mendonça, José Augusto de Oliveira, Renato de Mendonça Canuto, Manoel de Carvalho Villar, José Malta de Sá, Antonio Rodrigues Albuquerque, João Batista Vilar, Zeferino Vieira Machado, Geraldo de Mendonça Uchoa , Icléa de Mendonça Uchoa e recentemente podemos citar os Monsenhores Aloysio Vianna Martins, Hildebrando Veríssimo Guimaraes e Sebastião Alves Bezerra;   Eraldo Malta Brandão, Antonino de Albuquerque Malta, Luiz Gonzaga Malta Gaia, Luiz Ribeiro Malta, Dalvino Alencar, Alzira Malta Gaia,  Clerisvalda Lisboa Martins, Luiza Cavalcante Damasceno, Pedro Ferreira Vilar, Pompílio  Brandão de Alcântara, Lisete Lisboa Martins, Gerusa Albuquerque Malta, Guiomar Mendonça, José Veríssimo Guimarães, Gentil Albuquerque Malta, Sinval Albuquerque Malta entre outros de saudosa memória.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES: Santa Cruz do Deserto é mais antiga que Mata Grande, daí o nome de Matas de Santa Cruz.

A data da primeira emancipação política que se comemora em dezoito de março foi perdida. A segunda emancipação política se deu em cinco de julho, atual nome da Rua Nova.

O potencial hídrico do município é excepcional, todavia a fome e a sede ainda maltratam nossos conterrâneos, principalmente nas áreas de caatinga.

A lista de filhos ilustres antigos e atuais é imensa.




quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

0S PROVÉRBIOS - Germano


Segundo Augusto Miranda, provérbio é um substantivo masculino que quer dizer: Máxima breve; anexim; rifão, desenvolvimento de rifão ou sentença moral, em peça dramática.

Particularmente, desde a minha adolescência que leio os provérbios inseridos na Bíblia Sagrada. Citar os que mais me tocaram são inúmeros e sempre recomendo aos meus amigos para lerem, sempre que tiverem um tempo disponível ou mesmo criarem um específico.

Recentemente, li o texto abaixo que, como o nosso blog se volta a divulgação de histórias, fotos e fatos que enriqueçam a nossa cultura, achei por bem divulgar.



“Provérbio é uma frase curta, carregada de sabedoria. Todos os povos têm seus provérbios. Eles retratam a experiência moral e social ao longo de milênios. Mesmo as línguas que não tem alfabeto o são (a grande maioria tem seus provérbios). Muitas vezes envolver também a religiosidade se por religião se entende a dimensão para Deus e o respeito para com a natureza, que tantos povos veem revestida de forças divinas com influência sobre as criaturas humanas. No Antigo Testamento há muitos provérbios. Há até um livro chamado Livro dos Provérbios. Também Jesus usou de provérbios em seus ensinamentos. Estaremos todos os nossos comentando um proverbio. Os provérbios são a fotográfica da cultura de um povo.

 ( Frei Clarêncio neotti).”

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Artigo de Miriam Goldenberg


Os Sexalescentes do Século XXI*

"Se estivermos atentos, podemos notar que está surgindo uma nova faixa social, a das pessoas que estão em torno dos sessenta/setenta anos de idade, os sexalescentes é a geração que rejeita a palavra "sexagenário", porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.

Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica, parecida com a que em meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa de jovens oprimidos em corpos desenvolvidos, que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.

Este novo grupo humano, que hoje ronda os sessenta/setenta anos, teve uma vida razoavelmente satisfatória.
São homens e mulheres independentes, que trabalham há muitos anos e conseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram, durante décadas, ao conceito de trabalho.
Procuraram e encontraram, há muito, a atividade de que mais gostavam e com ela ganharam a vida.
Talvez seja por isso que se sentem realizados! Alguns nem sonham em aposentar-se. E os que já se aposentaram gozam plenamente cada dia, sem medo do ócio ou solidão. Desfrutam a situação, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, preocupações, fracassos e sucessos, sabem olhar para o mar sem pensar em mais nada, ou seguir o voo de um pássaro da janela de um 5º andar...

Algumas coisas podem dar-se por adquiridas.
Por exemplo: não são pessoas que estejam paradas no tempo: a geração dos "sessenta/setenta", homens e mulheres, manejam o computador como se o tivesse feito toda a vida. Escrevem aos filhos que estão longe e até se esquecem do velho telefone fixo para contatar os amigos - mandam WhatsApp ou e-mails com as suas notícias, ideias e vivências.

De uma maneira geral estão satisfeitos com o seu estado civil, e, quando não estão, procuram mudá-lo. Raramente se desfazem em prantos sentimentais.
Ao contrário dos jovens, os sexalescentes conhecem e pesam todos os riscos. Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflete, toma nota e parte pra outra...

Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do desporto, ou dos que ostentam um traje Armani, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de uma modelo.
Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, uma frase inteligente ou um sorriso iluminado pela experiência.

Hoje, as pessoas na idade dos sessenta/setenta, estão estreando uma idade que não tem nome. Antes seriam velhos e agora já não o são.
Hoje estão com boa saúde física e mental; recordam a juventude mas sem nostalgias parvas, porque a juventude, ela própria também está cheia de nostalgias e de problemas.

Celebram o sol a cada manhã e sorriem para si próprios. Talvez por alguma razão secreta, que só sabem e saberão os que chegarem aos 60/70 no século XXI"

Artigo de Miriam Goldenberg