SEBASTIÃO ALVES BEZERRA -
(Monsenhor)
Primo legítimo do meu pai, (Balbino
Alves Bezerra) nasceu em 11.06.1907, ordenou-se em 30.11.1929 e faleceu em
08.07.1984.
Com dez anos e meses de idade
foi para o Seminário de Maceió. Depois estudou em Aracaju, voltando para Maceió
com 21 anos, tendo esperado dezesseis meses para que a Santa Sé dispensasse a
idade canônica que era de vinte e quatro anos, para poder se ordenar.
Foi ordenado em Penedo mas a
sua primeira missa foi celebrada em Mata Grande, sua cidade natal.
Foi nomeado vigário de
Coruripe e diretor do jornal O APÓSTOLO durante três anos.
Em 1951 foi para a paróquia de
Água Branca onde fez BODAS DE OURO no Sacerdócio, tempo inteiramente dedicado
ao serviço de DEUS e do próximo. Ao falecer, deixou um grande legado de obras e
construções como a casa paroquial, escola paroquial e vinte e cinco casas onde
os pobres moram gratuitamente.
Exerceu por muitos anos o
cargo de Diretor do Colégio Cenecista Barão de Água Branca.
Foi um grande sacerdote.
Leiam agora como o Monsenhor
descreveu a sua própria biografia:
“HISTÓRICO GERAL DA VIDA DO
MONSENHOR SEBASTIÃO ALVES BEZERRA
Nasci no dia 11 de junho de
1907 em Mata Grande- Al., contando então dez anos e meses de idade
matriculei-me no Seminário de Maceió, sendo mentor de minha vocação sacerdotal,
o então Pe. Macedo, vigário da minha Paróquia. Fomos quatro, dentro os quais
dois se ordenaram e dois desistiram na caminhada em busca do sacerdócio.
Terminando o curso
preparatório, deixei o Seminário de Maceió e matriculei-me no Seminário de
Aracaju, de onde saí depois de dois anos, voltando a Maceió onde terminei o
curso Teológico com vinte e um anos, tendo esperado dezesseis meses para que a
Santa Sé dispensasse a idade canônica que era de vinte e quatro anos afim de que
com vinte e dois anos e quatro meses eu pudesse me ordenar, o que aconteceu.
Minha vocação vacilou muito
tendo se consolidado ao começar o curso Teológico para não vacilar. Hoje depois
de minhas bodas de ouro sacerdotais, dou graças a Deus por te sido Padre e como
tal dedicado ao serviço de Deus e do próximo. Nunca esqueci o ensino do modelo
dos padres. – Jesus Cristo que disse pra exemplo de seus discípulos
embaixadores na terra: “Eu não vim para ser servido, mas para servir.”
Depois de vacilações voltei ao
Seminário de Maceió, onde fiz o restando do meu curso até chegar ao Sacerdócio
de certo ajudado pelas orações de minha mãe que dizia, mesmo antes do meu
nascimento, que se eu fosse homem, era para ser padre.
Por ser da Diocese de Penedo,
fui ordenado naquela cidade, por Dom Jonas de Araújo Batinga. Como era de
costume, passei quinze dias sem celebrar esperando para celebrar minha primeira
missa em minha cidade natal – MATA GRANDE -. Concelebraram comigo os seguintes
sacerdotes: Monsenhor Francisco Xavier de Macedo, meu padrinho de Crisma,
escolhido por mim mesmo; Pe. Manoel Firmino Pinheiro; Pe. Fernando Soares
Vieira, hoje Mons. Fernando; Pe. Moisés dos Anjos, hoje Mons. , atual vigário
de Olho d Água das Flores; Pe. José Tavares e o Diácono Epitácio Rodrigues. A
cerimônia foi um acontecimento raro.
Ao chegar a Penedo, o Sr.
Bispo D. Jonas mandou que eu, fosse celebrar a Santa Missa de Natal em
Coruripe, atendendo ao convite de Pe. Castro de Azevedo, Diretor da Usina
Coruripe, cujo vigário tinha viajado a Itália para voltar, mas tendo ficado
definitivamente com a família, fui nomeado vigário daquela Paróquia, onde
permaneci quinze anos. Lá ficaram os frutos do meu sacerdócio vivido a começar
dos meus vinte e dois anos e meses, até trinta e oito anos.
Certo dia
conversando com Pe. Américo Pita, filho da terra, isto é, Coruripe, ele me
disse de chôfre: - Por que você não funda aqui uma Escola? O que logo
aconteceu. Ai começou meu interesse pela instrução dos pobres e posteriormente
pelos pobres em geral. Nessa Escola várias pessoas ensinavam gratuitamente,
destacando-se o Prof. Manoel Cecílio de Jesus, emérito educador, por cujo
Colégio sob sua direção, passaram quase todos os doutores, filhos daquela
cidade, que ao foram poucos; muitos deles ocupando hoje posições de relevo na
sociedade. Matemático, mesmo depois de cego, ensinava esta matéria, pedindo ao
aluno que não negasse os números.
Lá deixei construídas as seguintes obras:
Escola Cônego Jacinto; Casa dos Pobres; Abrigo de Crianças Pobres “Castro Azevedo”.
Devo salientar a honra daquelas famílias, que estas obras foram construídas e
funcionavam as expensas do povo. O governo naquele tempo não ajudava tais
obras.
De lá saí em 1947 a convite do Sr. Bispo Dom Fernando Gomes, para
exercer o paroquiato em Penedo, onde dirigi o Jornal “O Apóstolo” durante três
anos. Achei o povo de Penedo dotado de excelentes qualidades sociais e
religiosas.
Daí para a Paróquia de Água
Branca em 1951, que em tempos anteriores era chamada por Dom Jonas “ A gema
preciosa de sua Diocese”. Os novos tempos que lhe roubaram elogios tão
expressivos o progresso trás muitas coisas boas, mais por outro lado deteriora
outras boas coisas que os nossos antepassados nos legaram, sobretudo , no plano
espiritual.
Em Água Branca reestruturei o
Orfanato Nossa Senhora do Rosário, hoje Educandário, construí o grande prédio
onde funciona com matrícula superior a cem alunas internas, algumas com bolsas
de internamento concedidas pela FEBEM e Secretaria da Educação.
Aqui fiz as seguintes
construções: A casa paroquial Escola Paroquial e vinte e cinco casas onde os
pobres moram gratuitamente. Como Diretor do Colégio Cenecista Barão de Água
Branca, construí o auditório que é utilizado também pela sociedade local em
suas festas, reuniões, debates, Jurí, etc.
Atingindo a idade limite,
aguardo confiantemente o julgamento de Deus. Construí muito e menos fiz o que
hoje se chama de apostolado catequético.”
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