sábado, 18 de novembro de 2017

LAGOA DE SEU JARI - Remi Bastos





Lagoa do Seu Jari
No caminho do Galo Assanhado
Onde vivi um passado
Que os anos guardaram pra mim.

Nos baixios da Serra da Onça
A velha e inesquecível lagoa
Velada pela garoa
Nas ternas manhãs de abril.

Quanta saudade eu sinto
Daqueles tempos dourados,
Dos belos dias sonhados
Que se foram e não voltam mais.

Lagoa do Seu Jari
Eu era criança, não te esqueci
A tuas beleza, contudo, enalteci,
Nas vezes em que te visitava.

O velho mulunguzeiro
Que habitava em tua margem
Onde os meninos de coragem
Lançavam-se as tuas águas.

O tempo passou, eu cresci,
Minha lagoa querida
Recreio da minha vida
E dos amigos que eu tive.

Hoje distante no tempo
Fecho os olhos e te vejo
Em teu feliz lugarejo
No aconchego da Mata Grande.

Espero um dia te ver
E recordar o passado
Chora feliz ao teu lado
Lagoa do Seu Jari.

Remi Bastos
Aracaju, 17.09.2016.


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terça-feira, 14 de novembro de 2017

A TRANSPOSIÇÃO


A transposição, um engodo, por Rubens Vaz da Costa



Na área denominada Polígono das Secas, no Nordeste, ocorrem secas imprevisíveis de periodicidade variável. Quando se abate uma seca sobre o Polígono, a pluviosidade não é suficiente para atender às necessidades das pessoas e dos rebanhos, ao desenvolvimento e frutificação das lavouras e a formar estoques de água necessários até próxima estação chuvosa. Instala-se uma crise de emprego, com os agricultores sem trabalho suficiente e, em seguida, uma crise de produção pela frustração de colheitas. Torna-se necessária ajuda assistencial aos pequenos lavradores e seus familiares.

Depois da seca de 1877, que causou milhares de mortes, o Governo buscou meios para resolver o problema. Em 1909 foi criada a Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS) que realizou importante trabalho de pesquisa, de construção de estradas de rodagem e carroçáveis para facilitar o acesso às vítimas das secas, bem como de açudes para armazenar água, que atendessem às necessidades das pessoas, dos animais e da agricultura.

Na década de 1950, o Governo federal adotou uma nova política para o Nordeste. A construção da usina hidrelétrica de Paulo Afonso, a criação da Sudene e do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a transformação da Ifocs em Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) entre outras, constituiriam elenco de medidas voltadas para o desenvolvimento econômico da região. Na Mensagem 363 ao Congresso Nacional propondo a criação do BNB, e definindo a nova política que substituiu a “solução hídrica” por um programa de desenvolvimento regional o Presidente Vargas afirmou: “A política federal, no sentido de defender das secas as vastas regiões do Nordeste e do Leste Setentrional, a elas sujeitas periodicamente, e de integrar tais regiões na economia moderna, requer uma revisão, com o aperfeiçoamento quando não a superação dos métodos tradicionais.

O próprio título de “obras contra as secas” expressa uma limitação, focalizando o problema sobretudo pelo ângulo de obras de engenharia. É tempo de, à luz de experiência passada e da moderna técnica de planejamento regional, imprimir ao estudo e solução do problema uma definida diretriz econômico-social”.

A ideia da transposição de água dos rios Tocantins e São Francisco é antiga. O primeiro projeto foi apresentado pelo engenheiro José Reinaldo Carneiro Tavares, então diretor-geral do Departamento Nacional de Obras de Saneamento e depois governador do Maranhão, previa a transposição de 300 metros cúbicos por segundo de água do São Francisco para as bacias ao norte do rio. Na qualidade de presidente da Chesf, me opus tenazmente ao projeto cuja execução reduziria a geração de eletricidade em 1000 MW, o equivalente à potência da usina de Sobradinho. A ideia foi arquivada, mas ressuscitou anos depois, com o governador Aluísio Alves, do Rio Grande do Norte, por inspiração do embaixador aposentado Vilar de Queiroz. Ficou no limbo até ser resgatada e aprovada pelo presidente Lula.

O projeto atual, de dimensões bem menores, tem objetivo semelhante ao anterior. Prevê a retirada de 26 metros cúbicos por segundo, o que não criaria problema sério para a geração de eletricidade pela Chesf. Mas quando a usina de Sobradinho estiver “cheia, e somente nesta situação, o volume captado será ampliado para até 127 metros cúbicos por segundo”. É aqui que está o engodo. As tomadas de água, canais, estações elevadoras, lagos de retenção terão que ser construídos com capacidade para o total de 127m3/s; 80% do projeto ficariam ociosos durante os períodos secos do rio! Séries históricas mostram a periodicidade do rio. Período seco 1932-1941, período úmido 1942-1950, período seco 1953-1956, período alterado 1960-1970, período seco 1971-1977 e mais recentemente período seco 2001-2004. O Conselho da Bacia Hidrológica do Rio São Francisco vetou a segunda parte do projeto, aprovando apenas a primeira, com a restrição de que a água transposta seja utilizada apenas para “consumo humano e dessedentação animal”.

Mas que acontecerá quando voltar um período seco e o sistema já puder bombear o máximo de 127m3/s e os agricultores e outros empresários tiverem feito investimentos em suas propriedades, no aumento dos rebanhos, no comércio e na indústria? O Governo não resistirá à pressão deles e a dos políticos, todos insistindo para que seja mantido o fluxo de 127m3/s. Fica evidente o engodo de apresentar uma proposta aparentemente palatável quando na realidade o bombeamento de 127m3/s será permanente e não transitório, comprometendo seriamente a capacidade geradora da Chesf, agravada pelo alto consumo de eletricidade das estações elevatórias de água, aumentando as importações de energia cara do Norte.

Estaremos voltando à solução hídrica dos primórdios do século passado? As empreiteiras e os escritórios de projeto aplaudem. Nós, contribuintes, pagaremos o pato.
* Economista.

Publicado originalmente em Folha de Pernambuco, 26/09/2005


quinta-feira, 9 de novembro de 2017

A VERDADE SOBRE A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL



A VERDADE SOBRE A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL



O Contato foi adicionado











Por fins didáticos, o episódio de 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga, ficou preservado na memória da maioria dos brasileiros apenas pela imagem do quadro do pintor Pedro Américo, pintado bem anos após, e ao celebrado grito “Independência ou Morte”. Mas os fatos não são tão simples assim, e quem quiser saber mais poderá recorrer aos bons livros de história.



A declaração de Independência foi antecipada por entendimentos e desentendimentos, em que a Maçonaria teve destacada atuação. Já em 1821, fundara-se no Brasil uma loja maçônica, que se desdobrou em mais duas, constituindo as três um Corpo Maçônico, denominado Grande Oriente do Brasil.



A fundação do Grande Oriente visou fundamentalmente à permanência do príncipe Pedro no Brasil, enquanto a Coroa portuguesa exigia que ele voltasse a Portugal “para concluir e aprimorar seus estudos”. A decisão tomada no Dia do Fico foi a primeira atitude pública relevante do jovem filho de D. João VI. Para José Maurício Guimarães, autor de “Grande Loja Maçônica de Minas Gerais – História, Fundamentos e Formação”, especialmente no ano de 1822, a história do Grande Oriente se confunde com a História do Brasil; tanto que, em 2 de agosto, D. Pedro foi iniciado na Loja “Comércio e Artes”, recebendo o nome histórico de Guatimozim e, somente em 35 dias, viu-se exaltado, elevado e conduzido ao grau Rosa-Cruz.

Em depoimento atribuído ao padre Belchior, “mal D. Pedro apeara da besta, ordenara ao seu ajudante de ordens que fosse às pressas ao ourives Lessa e mandasse fazer um dístico em ouro, com as palavras “Independência ou Morte”, para ser colocado no braço por um laço de fita verde e amarela”.



Como são as coisas! O belo corcel do quadro de Pedro Américo não era cavalo, mas uma besta, como aliás conta Assis Cintra. Mas havia mais como observa José Maurício. O verde “das matas”, o amarelo “do ouro”, o azul “do céu” são apenas interpretações poéticas: o verde é a cor da Casa de Bragança, herdeira de Avis, a que pertencia Pedro, enquanto o amarelo correspondia à Casa dos Habsburgos, a de origem da princesa Leopoldina, esposa do príncipe regente.

Somente em 4 de outubro Pedro foi instalado – isto é, tomou posse – como Grão-Mestre do Grande Oriente. No dia 12, foi aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, uma espécie de referendo maçom ao 7 de setembro. Disse, entretanto, que se orgulhava do título conferido por um “povo leal e generoso”, mas não podia aceitá-lo como lhe fora oferecido. Escreveu ao pai: “O Brasil não precisa de proteção de ninguém, protege-se a si mesmo. Aceito, porém, o título de Defensor Perpétuo e juro mostrar-me digno dele enquanto uma gota de sangue correr nas minhas veias”.

Era um momento decisivo, porque a maçonaria estava dividida entre o grupo maçônico monarquista de José Bonifácio e o grupo maçônico republicano de Gonçalves Ledo. Constituía o ponto nevrálgico da história maçônica brasileira a grande encruzilhada: a maçonaria republicana levantando-se contra a maçonaria monarquista, disputando espaços nos vindouros tempos da nação nascente.




sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A AUTENTICIDADE - Germano




Augusto Miranda assegura que a palavra quer dizer “qualidade do que é autêntico e autêntico  é um adjetivo que significa: Veraz, verdadeiro, certo, genuíno, legalizado”

Mario Sergio Cortella, autor de Pensar Bem nos Faz Bem, da Editora Vozes disse: “Três coisas podem mostrar o que um homem é: sua taça quando transborda, sua bolsa quando está cheia e a sua ira”. Isto é, quando uma pessoa de fato demostra o seu verdadeiro caráter.

Quando a taça transborda é, quando a pessoa bebe e fica um pouco acima do que seria aceitável na sua irracionalidade, o álcool o perturba de alguma maneira. Há pessoas que dizem que, quando bebem, ficam fora de si. Não é verdade, algumas ficam dentro de si, por aí é que elas se mostram como realmente são.

A segunda coisa é quando a bolsa está cheia, quando a pessoas tem recurso, tem dinheiro, nota-se o que ela realmente faz com o que tem. Se partilha, se pratica a fraternidade ou se é muito egoísta.

E por último quando ela manifesta sua ira”.

A ira, quando não bem policiada, faz com que os arrependimentos pelas ações tomadas sejam por demais tardias, provocando grandes perdas para o irado e seus familiares.
Maceió - Al., 03 de novembro de 2017.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

RUAS DE MATA GRANDE-Germano










RUA EUSTÁQUIO MALTA - Provavelmente esta é a rua mais antiga da nossa cidade. No local onde hoje fica o prédio dos Correios existia uma cruz que originou o nome como ainda hoje é conhecida: A RUA DA CRUZ.

Segundo o jornalista Djalma Mendonça o proprietário João Gonçalves erigiu, logo abaixo de sua residência uma capelinha de taipa, ao lado esquerdo do atual prédio do Grupo Escolar Demócrito Gracindo, que, como era de praxe servia também de cemitério, erguendo em frente, grande cruz de madeira, feita do tronco de uma enorme Massarandubeira ali existente.

Dessa árvore de gigantesco porte, herdou o arraial, o nome de Mata do Pau Grande e a capelinha de Nossa Senhora da Conceição, a sua padroeira atual, esculpida em Penedo, por encomenda de João Gonçalves.

O nome dado a Rua da Cruz, que apesar do tempo lhe conserva a tradição popular, vem deste fato. 

Na Rua da Cruz residiram importantes homens que fizeram a história de Mata Grande, inclusive alguns prefeitos (Gentil Albuquerque Malta e Antonio Barbosa da Silva, há décadas passadas) além de Deputados Estaduais como Antonino Malta, Eraldo Malta Brandão e Luiz Gonzaga Malta Gaia.

Esta Rua também foi palco do início de um grande tiroteio entre forças políticas da época de 1950, onde faleceram Eustáquio Malta, os filhos Ubaldo Malta e Sônia Malta e ainda um cidadão chamado Napoleão, afora inúmeros feridos, pois o tiroteio começou às oito  horas e durou por mais de três horas e meia.



A farmácia mais antiga do Estado de Alagoas, que pertencia ao farmacêutico Dalvino Alencar e seu irmão Virgílio Alencar, ali também tinha endereço certo até tempos atrás.

Atualmente, muitos órgãos importantes  ainda funcionam nela  como a Câmara Municipal, a residência dos pais do ex prefeito, Grupo Escolar Demócrito Gracindo, Banco do Nordeste do Brasil S/A., Empresa Brasileira de Correios, Posto de Jairo Malta, Casa Veterinária do meu amigo Luiz Celso, afora outros comerciantes e familiares.
Maceió (AL), 02 de novembro de 2017.



A OBESIDADE - Germano.





Entre as doenças do mundo moderno   a obesidade hoje em dia é um  grande problema de saúde pois tras muitas preocupações   para os cardiacos, face o acumulo de gordura no sangue,  tendo em vista que, aumenta a ocorrência de várias doenças, como diabetes do tipo 2 e apneia do sono.

O tratamento da obesidade é sempre necessário e torna  importante o consumo de  baixas calorias além   de uma boa dieta com exercícios fisicos. Agora, quando isto não resolve e tampouco os remédios prescritos, somente a aplicação de uma banda gástrica ou a cirurgia bariatríca pode reduzir a vontade de se alimentar.


Para isto é necessário ir ao médico, que após os exames faz o diagnóstico. Uma pessoa é considerada obesa quando o indice de massa corporal ultapassa 30 kg/m2.

“A obesidade é uma das principais causas de morte evitáveis em todo o mundo, com taxas de prevalência cada vez maiores em adultos e em crianças. É considerada pelas autoridades um dos mais graves problemas de saúde pública do século XXI.  Em grande parte do mundo contemporâneo, particularmente na sociedade ocidental, a obesidade é alvo de estigma social, embora ao longo da História tenha sido vista como símbolo de riqueza e fertilidade, perspetiva que ainda se mantém em algumas partes do mundo.


Doenças futuras

O sobrepeso, segundo os especialistas, pode não ser o responsável direto pelas doenças do coração, mas ao longo do tempo pode prejudicar a saúde ao elevar a pressão sanguínea e o nível de glicose. Para os pesquisadores, o estudo pode servir como um lembrete de que o controle de peso é importante para evitar complicações futuras.

“Não existe mais esse conceito de obesidade saudável. Nosso estudo mostra que pessoas com excesso de peso e que podem ser consideradas ‘saudáveis’ podem não ter desenvolvido um perfil metabólico desfavorável, mas isso virá mais tarde.”, disse Ionna Tzoulaki, da Imperial College London, à BBC News.”

 Maceió-Al,02 de novembro de 2017.