terça-feira, 21 de abril de 2020

BOLEIRO - Germano

                                        Edinho, filho de Bolero que me deu as informações.


Sebastião Luiz Silva, era  o nome dele, paraibano de Princesa Izabel que no ano de 1933, em plena seca iniciada em 1930 , chegou a pé a cidade de Mata Grande, quando tinha 17 (dezessete) anos, juntamente com os irmãos Manoel Luiz Pinto (este foi um atuante vereador), Francisco e  Francisca Luiz Pinto.


Adquiriu a alcunha de Boleiro, devido a venda de bolos todas as tardes pelas ruas da cidade,  fabricados pela mãe do saudoso Padre Aloysio.


A hoje cidade de Inhapi, era um povoado pertencente ao município e ele consegui um emprego no cemitério, vinha todas as noites caminhando  a fim de receber aulas de músicas, daí, ter se classificado como o maior trombonista do Estado de Alagoas.


Face esta classificação, aconteceu um fato memorável em sua trajetória. Por ser um excelente músico, certa feita, recebeu a visita de um maestro da Polícia Militar do vizinho Estado de Pernambuco que lhe fez uma grande oferta.  Convidou-o para ingressar na Polícia com a patente de primeiro sargento e ser integrante da Banda de Música da Polícia  Militar. O convite foi recusado por dedicação a cidade de Mata Grande que tão bem o acolheu.


Com o decorrer do tempo adquiriu a profissão de músico e também de pedreiro, tendo criado e educado todos os seus quatorze filhos, inclusive José Edson da Silva, o popular Edinho, que me concedeu esses dados .


Por entender muito de música, por que apesar do pouco estudo, tinha um bom ouvido, então criou  uma escola, tornando-se também um grande professor. Alguns rapazes da época adquiriram os seus instrumentos e uma banda de sopros foi criada, além de um conjunto musical onde um dos cantores era o meu cunhado Itarcy Brandão Barbosa.


Boleiro faleceu com 78 (setenta e oito) anos de idade  aqui em Mata Grande no ano de 1994, onde está sepultado no cemitério local.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

A VENDINHA DE DONA FRANÇA - Ubireval Alencar


                                         A venda de Dona França era nesta esquina.


Só recordo de uma singela venda numa esquina confrontando -se com o clube Paz e Amor, à direita, em frente o Fomento quase em abandono, à esquerda casinhas pequenas enfileiradas descendo para o Ripitete, e a vastidão de um vale verde no tempo das chuvas, com serras decoradas com gado pastando. 


     Prédio do Fomento em Frente ao Paz e Amor Clube.


Nos fundos da "vendinha" que expunha frutas, guloseimas, um muro alto impedia a visão de fruteiras, guardadas a sete chaves.
Dali vinha o sustento de DONA FRANÇA .
Que eu saiba? Só a tia Malvina Alencar quando vinha de Penedo a visitava.

                                         Lugar aonde era o Sítio de Fruteiras.



Uma voz forte numa senhora sem riso fácil pra desconhecidos. Personalidade firme e (me parece em viuvez).


Nunca Se Soube de registro de pequenos furtos de crianças da redondeza. E havia inúmeros por perto. A "venda"/ loja vivia aberta e muitas vezes solitária. Dona França devia cuidar do alimento até que chegasse freguês.

 
Só o interior, com gente ordeira por natureza registra essas façanhas.

 
Dos filhos Emilson, João, guardo o ar e a beleza de uma moça Gleide, parece, não sei se neta ou filha de D França . Não acompanhei a partida de dona França pra eternidade.

terça-feira, 7 de abril de 2020

ADELMO VILLAR - Elvis Correia





Por entender que este grupo tem por objetivo relatar acontecimentos importantes da nossa cidade, relato o fechamento da última venda histórica de Mata Grande, que encerra suas atividades com o falecimento do seu ilustre proprietário ADELMO VILLAR em 05/04/2020 de causas naturais. Posso dizer com certeza que se foi o último comerciante raiz da nossa cidade.



Logo pela manhã, por volta das 5h, ele descia pelas ruas em sua Caravan, que já era conhecida pelo seu barulho característico, passava na sua venda e subia para o colosso, era a garantia que ao amanhecer tinha leite de seu rebanho na venda para seus clientes.



A data de abertura que consta na internet é de 1986, ou seja, 34 anos funcionando. Era uma venda que mantinha as tradições, as contas eram registradas em folhinhas que eram apregoadas juntas a outras do cliente, todas as contas eram feitas à mão com caneta, e para mostrar que estavam corretas seu Adelmo tirava a prova e mostrava ao cliente.




Era ponto de encontro dos seus amigos, todos os clientes eram brindados com histórias de suas vivências e aventuras como caminhoneiro, ou das histórias de seus amigos que já tinham partido ou algum fato marcante da nossa cidade, como a chacina dos Maltas.




As 8h as portas do lado esquerdo do seu prédio eram abertas sinalizando que a venda já começava a atender, mesmo com a saúde debilitada vinha com dificuldades se apoiando em suas muletas para abrir o seu ponto comercial.

Partiu deixando boas lembranças em quem como eu teve a oportunidade de sua convivência.


domingo, 5 de abril de 2020

A AMARGURA - Germano






Segundo Augusto Miranda, Amargura é um substantivo feminino que quer dizer: sabor amargo, angustia, dor, tristeza, aflição, acrimônia, azedume.


Já falamos sobre alguns desses nomes, todavia, é sempre salutar relembrar que o sofrimento de um homem amargurado, causa piedade. E quando sentimos piedade de um ser humano é por que a coisa para ele está fora de controle.


Maria Sergio Cortella, um escritor de renome assim falou sobre o tema:


“Existem pessoas que ficam felizes com a obra realizada, mesmo que cada etapa tenha sido árdua, tenha demandado um trabalho imenso. Elas não ficam felizes o tempo todo durante a execução, mas sabem que o resultado vai lhes felicitar porque ali elas têm fertilidade. 


Olhar a obra concluída faz florescer a sensação de felicidade. Mas é um lampejo. Dá orgulho, mas não deve dar soberba. E o que nos felicita muitas vezes é o orgulho da autoria, seja do livro,  do prato, do desenho, da pessoa, da educação dos filhos.


Há pessoas que bloqueiam a passagem desses momentos em que é possível ser feliz. E essa é uma das questões mais sérias da vida.


Tem gente que vive numa amargura tão grande que se habitua e, mais do que isso se compraz na amargura.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

O DIA DA MENTIRA – Germano






Hoje é o dia primeiro de abril, conhecido mundialmente como o dia da mentira, comemora-se espalhando  boatos   e fazendo os outros de tolos. Dizem que surgiu na  França.

Lá o ano novo era comemorado no dia 1 de abril e quando foi criado o calendário gregoriano o Rei Carlos IX mudou para 1  de janeiro. Os franceses resistiram e  passaram a brincar inventando convites para  aniversários que não existiam.

Ingleses, franceses e italianos gostaram da  brincadeira de ridicularizar os semelhantes e  assim, instituiu-se o dia da mentira.


No Brasil começou em Minas Gerais com a notícia de que Dom Pedro tinha falecido e os alemães trouxeram  a comemoração para o Rio Grande do Sul, lá, eles mandavam o amigo executar tarefas sem fundamento ou mesmo levar informações sem nexo para outra pessoa.


Agora vamos relembrar como era o dia da mentira aqui em Mata Grande. Logo pela manhã, saíamos as ruas inventando boatos e mentiras que as pessoas desavisadas acreditavam.


Uma das que lembro e ficou famosa foi inventada pelo soldado Augusto:

O meu pai Balbino Alves Bezerra, tinha uma padaria na Rua Ubaldo Malta e o meu tio José  Lúcio uma mercearia na Rua 5 de Julho. Augusto foi a padaria e disse ao meu pai que o irmão dele José Lúcio  amanheceu morto. Correu e foi a mercearia de José Lúcio e disse que  Balbino tinha  falecido. Os dois foram se aprontar e saíram, quando  se encontraram no meio da rua, já chorando... se abraçaram dizendo: Meu irmão você está vivo?  Foi aí que caíram na real do engodo. Pense na raiva e na gozação que tiveram de admitir.