DONA IZA R. MALTA - Ubireval Alencar
UM TESTEMUNHO DAS GRANDEZAS E TRAGÉDIAS DE MATA GRANDE
ERAM OS IDOS de 1950 e a cidade de Mata Grande entrava em rebuliço de tiros, estopins de bombas para as crianças apenas habituadas a foguetório que iluminavam os céus da Praça da Matriz. Raros dias do ano, novenas de Santo Antônio, novenas festivas da padroeira ( 08 de dezembro) e transferida para o dia 01 de janeiro, coparticipação do Ano Novo. E naquela fatídica manhã de outubro de 1950, dia de eleição municipal, Gerusa Malta atravessava a Rua da Cruz aos gritos, D.Iza fora atingida com bala numa coxa .
E no calvário da subida para Rua de Cima, num mesmo calçamento eram abatidos com rifles os opositores Eustaquio Malta, seus dois filhos Sônia e Ubaldo, além de um empregado da família, Napoleão, mais acima. Crianças curiosas, idosos em disparada, homens do Sitio perdiam chapéus nos arames das cercas que atravessavam.
Mas a família recém construída
de Luiz Malta Gaia e Iza viveram seus louros na prole de Maria Iza, João
Roberto Ângela, Luís Antônio e José
Luiz. Com eles muitos de nós pudemos
viver as melhores alegrias do Carnaval, os bailes no Clube Paz e
Amor.
E o amigo Luis Corneteiro
carinhosamente chamado partiu para a eternidade mais cedo. Agora D. Iza refaz a
bagagem de lutas, vitórias e humanos
tropeços. O casal manteve-se inteiro, nos altos e baixos que a árdua caminhada
VIDA requer. Filhos se realizaram e a saudade familiar busca um ponto de
aconchego na hora da despedida de sua matriarca.
Matagrandenses se voltam em
condolências à família enlutada, num abraço familiar. Requiescat in pace.
DESCANSO ETERNO, SENHOR. (in Memoriam de
Dona IZA, escrito por Ubireval Alencar
Guimarães)