domingo, 24 de outubro de 2021

O CARROSSEL DE DONA MINERVINA - Germano

 

Quem não lembra da época do natal em Mata Grande, onde o carrossel de Dona Minervina chegava de Santa Cruz do Deserto, armava ali no Beco de Noca e próximo ficava a onda de Mané Pistola?

Isto ocorria nos idos anos cinquenta e sessenta, a meninada contava os cinquenta mil reis antigos que correspondia a cinquenta centavos de cruzeiros, para se  deliciar nas rodadas  do carrossel.

Um fato interessante veio a minha memória, o meu pai Balbino Alves Bezerra, homem excessivamente católico não perdia uma missa aos domingos. Naqueles tempos a missa era em latim, celebrada pelo inesquecível primo Monsenhor Aloysio Viana Martins que tinha uma dicção invejável por qualquer cristão. Eu já fui coroinha e lembro de muitas coisas que respondia com precisão: DOMINUS VOBISCUM, ET CUM ESPIRITUS TUEM e outras mais, tudo decorado previamente. O meu pai tinha um Adoremos do qual não tirava os olhos.

Em um dia trinta e um de dezembro, dia da festa da nossa Padroeira Nossa Senhora da Conceição, o carrossel rodou a noite inteira. Pela manhã a dona Minervina amarrou o carrossel com uma corda e foi dormir lá no sobrado da Rua de Cima , onde hoje é a casa de João Durval o popular Dudú.

No dia primeiro de janeiro, quando eu ia para a missa com o meu pai, os meus colegas tinham desamarrado a corda e eles mesmo empurravam o carrossel e  subiam para se deliciar sem pagar nada.

Que fiz, saí da missa de mansinho e retornei para o carrossel, uma beleza. Só que esqueci de retornar e quando me dei conta o meu pai já estava agarrado no meu braço. Me levou para a padaria, puxou o cinturão e levei aquela surra e fiquei de castigo até o meio dia em cima de uns sacos de farinha de trigo. Também foi a única que levei.

Há anos se fala no Mata Grande Fest e eu há anos não passo um final de ano em Mata Grande. Este ano vou fazer o possível para me fazer presente, mesmo que seja nos dias finais e ver como estão as festividades mesmo sem o saudoso carrossel de dona Minervina.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

AMIGO

 


Um jovem recém-casado estava sentado num sofá num dia quente e úmido, bebericando chá gelado durante uma visita ao seu pai.  

Ao conversarem sobre a vida, o casamento, as responsabilidades da vida, as obrigações da pessoa adulta, o pai remexia pensativamente os cubos de gelo no seu copo e lançou um olhar claro e sóbrio  para o seu filho e disse:


- Nunca esqueça  de seus amigos, aconselhou. Serão mais importantes na medida em que você envelhecer. Independentemente do quanto você ame sua família, os filhos que porventura vir a ter, você sempre precisará de amigos.

Lembre-se de ocasionalmente ir a lugares com eles; faça coisa com eles; telefone para eles...


Que estranho conselho, pensou o jovem. Acabo de ingressar no mundo dos casados. Sou adulto. Com certeza minha esposa e a família que iniciaremos
serão tudo que necessito para dar sentido à minha vida!  Contudo, ele obedeceu ao pai. Manteve o contato com seus amigos e anualmente aumentava o número deles. Na medida em que os anos se passavam, ele foi compreendendo que seu pai sabia do que falava. Conforme o tempo e a natureza realizam suas mudanças e mistérios sobre um homem, amigos são baluartes de sua vida.


Passados mais de 40 anos, eis o que ele aprendeu:

O Tempo passa.

A vida Acontece.

A distância separa.

As crianças crescem.

Os empregos vêm e vão.

O amor fica mais frouxo.

As pessoas não fazem o que deveriam fazer.

O coração se rompe.

Os pais morrem.

Os colegas esquecem os favores.

As carreiras terminam.


Mas... os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo e quantos quilômetros há entre agente..


Um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo pela gente, intervindo em nosso favor, e esperando de braços
abertos, abençoando a nossa vida!


Quando iniciamos esta aventura chamada vida, não sabíamos das incríveis alegrias ou tristezas que estavam adiante.
Nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros.

 

NOTA: Desconheço o autor.

 

 

 

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

A PACIÊNCIA - Germano


 

Segundo Mário Sérgio Cortella a... “Paciência não é a mesma coisa que lerdeza. Paciência é a capacidade de maturar, de deixar fluir, de respeitar o tempo necessário para que algo possa acontecer. Isso é diferente de lerdeza que é fazer de maneira demorada e não de maneira paciente.

Paciência é uma virtude. Lerdeza é uma demonstração de incompetência de paciência, que é uma característica de manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo.

Consiste basicamente na tolerância a erros ou factos indesejados. É a capacidade de suportar incômodos e dificuldades de toda a ordem, de qualquer hora, de qualquer semelhante ou em qualquer lugar.

É a capacidade de persistir numa atividade difícil, mantendo uma ação tranquila e acreditando que irá conseguir o que quer, de ser perseverante, de esperar o momento certo para certas atitudes, de aguardar em paz a compreensão que ainda não se tenha obtido, capacidade de ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa, capacidade de se libertar da ansiedade.

A tolerância e a paciência são fontes de apoio seguro nos quais podemos confiar. Ser paciente é ser educado, ser humanizado e saber agir com calma e com tolerância. A paciência também é uma caridade quando praticada nos relacionamentos interpessoais. ”

A exemplo do perdão, a paciência é uma das mais difíceis de serem praticadas, pois, ela só pode aparecer quando a pessoa chega ao seu o limite.

Quem não consegue desenvolver a paciência, normalmente, perde a calma e com facilidade termina por ceder ou mesmo cometer erros irreparáveis que depois levam ao arrependimento.

Um dos lugares onde a paciência tem que ser melhor aplicada é no trânsito, pois facilmente se perde e pode levar a pessoa a cometer arbitrariedades.