Conta-se que nos idos de 1930
residia no Sítio Almeida uma velha senhora, chamada de Mãe Iaiá. Certo
dia teve que passar a criar um jovem, chamado Epaminondas cujos pais faleceram
e ficara órfão. Este jovem fazia os mandados da velha, como seja adquirir
compras na cidade, tirar frutas e outras atribuições inerentes a quem vive na
zona rural.
Com o passar do tempo o jovem
completou a maioridade e seguiu para o sul a procura de novos horizontes,
coisa corriqueira para os nordestinos da época. A velha faleceu e o sítio foi
vendido ao meu pai.
Tempos depois apareceu certo
cidadão pedindo para ser morador. Papai aceitou, porém, somente ele
trabalhava a mulher e os filhos não faziam nada. Misteriosamente ele sumiu sem
se despedir e deixou um buraco na sala de jantar, no segundo tijolo de
ladrilho, abaixo da janela que dava visão para a Matriz de Nossa Senhora da
Conceição.
Em pleno ano de 1965, eis que
aparece em Mata Grande o senhor Epaninondas, já aposentado da
marinha brasileira e pediu para a minha mãe que o levasse ao Sítio do Almeida a
fim de matar as saudades da infância e adolescência lá vividas.
Relembrou de tudo e falou que
durante a segunda guerra mundial, estava em um navio nas costas de
Argentina e visualizou a figura da Mãe Iaiá que queria que ele fosse
arrancar uma botija no segundo tijolo próximo a janela. Como não tinha
condições de atender pediu que ela doasse a uma outra pessoa.
Foi aí que Mamãe lembrou-se do
cidadão que pediu para ser morador.
Este foi o contemplado com
a doação da Mãe Iaiá.
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