segunda-feira, 23 de outubro de 2023

A IGREJA MATRIZ DE MATA GRANDE-AL.-Ubireval Alencar

 





IGREJA MATRIZ DE MATA GRANDE,  ALAGOAS.

Altar consagrado à Senhora da Conceição, há quase dois séculos.

Gerações e gerações aí se prostraram em súplicas ao Pai Eterno, invocando a intermediação da Mãe de Jesus,  o Filho de Deus.

Quantos devotos desciam das serras para se fazerem presentes às longas e demoradas novenas no período natalino. Foguetes pipocavam nos céus estrelados, balões insuflados que ora subiam morros e se desfaziam nas caatingas ribeirinhas. Criançada e vovós em polvorosa quando os balões pegavam fogo antes de alçar voo na noite de gala.

Inabalável permanecia a banda de pífanos, intermediando começo,  meio e fim das novenas.

Bem ali próximo,  a LAPINHA decorada da D. Guiomar era a atração maior da praça da Matriz. Luzes, enfeites, e um requinte de decoração com pisca-pisca atraindo os olhos das crianças   comovendo idosos diante do berço aconchegante do Menino Jesus,  rodeado de cordeirinhos. São José e a Virgem Maria nos convidavam à reverência e adoração do episódio que mudaria História da humanidade: " Nasceu em Belém de Judá, o Menino que veio para nos salvar".

Foguetes pipocaram ininterruptamente e os céus de Mata Grande viriam a iluminar-se com todo requinte do brilho e colorindo a noite festiva.

Lá,  na Rua de Baixo, barracas de tapioca, roletes de cana, amendoins torrados e caldo de cana faziam a festança do chamado  Povo da Roça.

A fabulosa e centenária ONDA, uma grande roda gigante na horizontal com ondulações alucinantes para Criançada e um enfeitado carrossel sob efeitos musicais embalavam as nove noites preparatórias da grande Festa de Natal e Ano Novo.

Maravilhas de um tempo em que toda Criançada, fossem os da cidade, fossem os  advindos dos sítios próximos,  nos dávamos ao luxo de pedir MINHAS FESTAS. Quinhentos réis eram as benesses que nos felicitavam, e continuávamos a peregrinação de porta em porta. Um verdadeiro milagre da miscigenação de cor,  posses, e vestimenta.

O sentimento era um só: a humanidade de paz e amor com a chegada do MENINO DEUS.







domingo, 22 de outubro de 2023

MARCO HISTÓRICO DA CAPELINHA DE SANTO ANTONIO - Ubireval Alencar.

 





MARCO HISTÓRICO DA CAPELINHA DE SANTO ANTONIO.

Com a 1a Missa em 07 Setembro de 2023, doravante todas as grandes juras de enamorados, todos os pedidos e promessas de uniões futuras terão uma agenda de passagens pela subida da Serra da ONÇA.

Um segundo evento e futuro será a arquitetura da instalação de um BONDINHO DA SERRA DA ONÇA, regiamente planejado por arquitetos, engenheiros, com as seguras instalações sem danificação às condições estruturais petrificadas do ambiente.

E um terceiro evento futuro, terá que ser implantado aí O FAROL DE MATA GRANDE, marco revolucionário iluminador das fronteiras geográficas de AL, PE.

O mundo vive e cresce turisticamente com essas perspectivas que carecem antes de um bem elaborado e aprovado PROJETO JUNTO À CÂMARA MUNICIPAL, e constituição de uma equipe de abonados e sérios representantes para trabalharem as possibilidades, levantamento de quais órgãos estaduais e federais poderão integrar tamanha seriedade e responsabilidades. Nunca deverá ter espaço para aproveitadores, sabotadores e ou rapinas do Erário Público. A cidade de Mata Grande ainda vive séculos de atrasos por incúrias de gestões passadas, desvios de verbas públicas e outros senões sabidos nas conversas de bar.

Um aplauso aos gestores mais esclarecidos e futuros.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

DONA LUIZINHA - Germano

 




 

 

 

Luiza Villar de Mendonça, este é o nome de registro da minha mãe que nasceu no dia 10.10.10 e faleceu no dia 21.04.2000. Mamãe nasceu no  Sítio  Buenos Aires, exatamente a 113 anos, onde conviveu a sua mocidade e devido a queima  do Vapor de Algodão  do seu tio José Florentino Villar, vulgarmente conhecido como Zeca Beiêr (veja matéria no dia19/05/2011 com o título AS IGREJAS DE MATA GRANDE  Igreja do Sítio  Buenos Ayres)  teve que ir morar na cidade.

Ainda muito jovem, moça muito bonita  com  feições   brejeiras, logo despertou o interesse e casou com o meu pai Balbino Alves Bezerra e juntos tiveram treze filhos dos quais somente  sete permanecem vivos;  pela ordem de nascimento: Faustino, Guilherme, Hildebrando, Germano, Helena, Valderez e  Valdeci.

 

 Após 22 anos de plena felicidade  houve a separação de fato do casal e mamãe  passou a ser a nossa única orientadora. À custa de muitos sacrifícios e ajuda dos seus  irmãos, e também do meu pai, conseguiu   educar  a todos.

 

Não possuía si quer o primário, todavia, tinha uma experiência  de vida, invejável a qualquer  cidadão. Dava-nos aulas, ensinamentos de bom viver, educação de bom  comportamento, tanto em casa como na escola e também para a boa convivência com a sociedade matagrandense . Estes ensinamentos   ainda hoje servem para  a nossa cidadania, os quais procuramos  transmitir aos nossos descendentes.

 

 À guisa de informação, vou relatar um caso:

 

Guilherme desde 1954 foi estudar  em  Satuba, depois em Barbacena-MG., e de lá foi para São Paulo, somente reaparecendo em 1967 quando casei.

Rapaz fidalgo, educado, já com os  costumes paulistanos,  conversando com Mamãe acendeu um cigarro. Prontamente, ela deixou de conversar.

Percebendo, ele  perguntou:

- É por causa do  cigarro? Ela  então  respondeu  que sim, e acrescentou:

“Se Deus  tivesse criado o homem para fumar, tinha  feito  ele  com uma chaminé na cabeça”

O meu irmão jogou o cigarro fora e nunca mais acendeu um cigarro na vista dela.

 

Esta e outras histórias nos serviam de lição e aprendizado de vida e assim todos começaram a vida profissional, trabalhando  com esmero e dedicação o que a deixava bastante orgulhosa em ter conseguido um dos seus principais objetivos, dar também educação escolar.

 

Não costumava tomar remédios e tampouco refrigerantes, tinha uma saúde invejável. Todas as manhãs tomava um banho com água  fria, não se importava se fosse na época invernosa, quando os termômetros em Mata Grande  costumam beirar os doze graus.

 

Ao completar 80 anos me disse :  - Meu  filho, a ladeira dos oitenta é muito pesada e justamente antes de completar os noventa faleceu, deixando uma  enorme lacuna.

 

Mamãe costumava dizer que nunca encontrou um  vizinho  ruim e para comprovar leia o que escreveu o poeta e escritor Walter  Medeiros, quando soube da sua partida para junto de Deus. Ele deixou  Mata Grande por volta de 1962, retornando para Natal-Rn., local onde se formou e ainda hoje reside.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DONA LUIZINHA                    (Walter Medeiros)

 

Se eu voltar a Mata Grande,

Não verei Dona Luizinha;

Disseram que ela morreu.

Dona Luizinha, a vizinha.

Mais amiga e amável

Que esta vida nos deu.

 

Eu ainda a vi, velhinha,

Lembrando os belos tempos

Em que eu era vizinho seu. 

Não por mim, por minha mãe,

A sua grande amiga,

Que também está com Deus.

 

Ela lembrava dos dias

Que a cidade começou

E que à noite era um breu.

Em meio às pedras da serra

Onde a cidade se encerra

Onde achou água e bebeu.

 

Depois, um dia, fazia,

Aquele pão com manteiga

Que a gente nunca esqueceu. 

Se eu voltar a Mata Grande,

Não verei Dona Luizinha,

Nem pra lhe dizer adeus.

 

 

 


SERRA DA ONÇA – EVENTOS

 




SERRA DA ONÇA – EVENTOS

 "Shalom do Senhor. Como mata-grandense agradeço ao Daniel Malta, bisneto do Antônio  Rodriguez Albuquerque,(idealizador da igrejinha da serra da onça) e famíliares, pela iniciativa do Projeto de Lei 198/23, que se tornou  lei nesta segunda - feira (4) como o tombamento da igrejinha da serra da onça, como PATRIMÔNIO HISTÓRICO.

 Agora NÃO se pode colocar ou fazer nada, em um raio de 20 metros da igrejinha do seu cume. Também o agradeço pela bela placa em homenagem aos 100 da construção da capelinha e pelos azulejos, com a imagem de Santo Antônio. São lindos!

Também agradeço ao sr. Germano Mendonca Alves, que sempre tinha este sonho de um dia, a igrejinha ser tombada, creio que esse projeto tenha o dedo desse excelente historiador, que o admiro e tenho todo respeito!

E aos mata-grandense ausentes, por serem uma das pedras principais, para mantermos e realizarmos alguns serviços na serra! Contem sempre comigo, para com a preservação da igrejinha e da própria serra da onça!

Deus os abençoe."

 

NOTA DO BLOG.

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