quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

A ÁRVORE DE NATAL

 

A ÁRVORE DE NATAL

Ela surgiu na Europa, depois do ano 1000. Para que o povo simples pudesse ter acesso aos ensinamentos da Bíblia, sobretudo durante o tempo de preparação para o Natal, começou-se o costume de apresentar, em forma de teatro, os principais fatos da história da salvação.

Uma das peças contava a história do paraíso terrestre: entrava em cena uma grande árvore, carregada de frutos, numa alusão à árvore da vida e à árvore do conhecimento do bem e do mal.

Geralmente, a árvore era um abeto, um pinheiro que resiste bem às baixas temperaturas, pois, na Europa, o Natal é em pleno inverno. A árvore tem uma ligação com Adão e Eva que, ao comer do fruto proibido desejavam, de forma arrogante, uma vida superior, plena.

O Natal mostra que essa plenitude de vida é um dom que Deus oferece à humanidade através do nascimento de Jesus Cristo.

Autor desconhecido.


NOTA DO BLOG:

Os mata-grandenses mais antigos lembram da árvore de natal de dona Guiomar Mendonça? Era uma tradição. Após a novena muitos iam ver a famosa lapinha. Lembro que hoje se inicia o período que segue todas as noites até o dia 31.12.21, culminando com a procissão em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, Padroeira da cidade.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

AFOGAMENTOS - Germano


 

Com tristeza sempre leio  ou ouço pela televisão notícias de pessoas que sofrem afogamentos , muitas vezes, são pessoas que sabem nadar.

Como sempre o afogamento é tido como uma fatalidade. Por isto  se torna de extrema necessidade que as pessoas quanto saírem  para se divertir, principalmente nos finais de semana, tomem as devidas cautelas no sentido de que as crianças e quem não sabe nadar não entrem em águas perigosas e se for no mar ou rios que redobrem as cautelas.

Quem está se afogando não tem condições de se salvar sozinha e muitas vezes é incapaz de gritar por socorro e mesmo quando pedem, o tempo se torna insuficiente. Existem pessoas que vão salvar e também se afogam. No caso de crianças, muitas das vezes morrem em menos de dois minutos.

Banhos em lagos, lagoas, barragens, rios ou mesmo no mar os cuidados são exigidos. Até para entrar na água tem que ser devagar, passando água nas mãos, no rosto, para  o resfriamento do corpo. Imagine a pessoa no sol, recebendo uma temperatura de  40º ou mais na cabeça e de repente mergulha na água que normalmente tem uma temperatura de  16º , o choque térmico pode paralisar o cérebro e essa pessoa não consegue mais  emergir, só reaparecendo no dia seguinte já sem vida.

Portanto, todo o cuidado é pouco quando se vai tomar banho em águas correntes ou mesmo paradas.

 

 

 

sábado, 4 de dezembro de 2021

PAI DO MEU PAI

 

PAI DO MEU PAI

Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai. É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso. É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe. É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios. E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz. Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais. Uma das primeiras transformações acontece no banheiro. Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro. A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia. Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:

– Deixa que eu ajudo. Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo. Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo. Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro. Aninhou o pai. Acalmou o pai. E apenas dizia, sussurrado: – Estou aqui, estou aqui, pai!

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.

Publicado no jornal Zero Hora - Revista Donna, p.6 - Porto Alegre (RS), 06/10/2013 Edição N° 17575