segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

CAPELINHA DE SANTO ANTÔNIO - Ubireval Alencar

 




MARCO HISTÓRICO DA CAPELINHA DE SANTO ANTONIO.-Ubireval Alencar.

 

Com a primeira Missa em 07 Setembro de 2023, doravante, todas as grandes juras de enamorados, todos os pedidos e promessas de uniões futuras terão uma agenda de passagens pela subida da Serra da ONÇA.

Um segundo evento e futuro será a arquitetura da instalação de um BONDINHO DA SERRA DA ONÇA, regiamente planejado por arquitetos, engenheiros, com as seguras instalações sem danificação às condições estruturais petrificadas do ambiente.

E um terceiro evento futuro, terá que ser implantado aí O FAROL DE MATA GRANDE, marco revolucionário iluminador das fronteiras geográficas de AL, PE.

O mundo vive e cresce turisticamente com essas perspectivas que carecem antes de um bem elaborado e aprovado PROJETO JUNTO À CÂMARA MUNICIPAL, e constituição de uma equipe de abonados e sérios representantes para trabalharem as possibilidades, levantamento de quais órgãos estaduais e federais poderão integrar tamanha seriedade e responsabilidades.

Nunca deverá ter espaço para aproveitadores, sabotadores e ou rapinas do Erário Público. A cidade de Mata Grande ainda vive séculos de atrasos por incúrias de gestões passadas, desvios de verbas públicas e outros senões sabidos nas conversas de bar.

Um aplauso aos gestores mais esclarecidos e futuros.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

DIA DA SAUDADE - Walter Medeiros

 

DIA DA SAUDADE (30 DE JANEIRO)

Uma saudade a mais

--- Walter Medeiros

Há alguns anos a amiga jornalista e professora Nadja Lyra, então coordenadora pedagógica da Escola Municipal Santa Catarina, localizada no conjunto que tem este mesmo nome, convidou-me para proferir a Aula da Saudade dos alunos do 5º ano e sugeriu que falasse sobre “Saudade”.  Que coisa!

Passei uma semana refletindo sobre esse tema tão fascinante, a partir de experiências próprias, e versos dos poetas e músicos que tanto mexem com o nosso coração.

De cara fui logo aos anos 50, quando aprendia a ler no Grupo Escolar Professor Demócrito Gracindo (homenagem ao pai de Paulo Gracindo) em Mata Grande, cidade do alto sertão de Alagoas, aonde meu pai foi parar, matando mosquito da dengue, após passar pela guerra sem matar nenhum alemão.

Depois que aprendi a juntar as letras e sílabas, era belo entender o que estava escrito no pára-choque branco do caminhão de Nezinho, meu vizinho: “A saudade me fez voltar”. Ficava imaginando a saudade que ele sentia a cada viagem que fazia, com aquelas cargas altas de antigamente.

Em seguida, veio à mente um verso que não poderia deixar de citar na aula: “Itabira é apenas uma fotografia na parede / mas como dói!”, escrito por Drummond no seu poema “Confidências de Itabirano”. 

E o significado da palavra – substantivo feminino abstrato - segundo Aurélio: “Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia.”

Aí veio mais uma coisa interessante para aumentar a saudade, que tanto espaço ocupa nesse mundo: ela tem um dia para ser lembrada e comemorada. O Dia da Saudade – 30 de janeiro.

Vale lembrar que essa palavra não tem similar em nenhuma outra língua, e que espanhóis, ingleses, franceses, alemães e outros tentam expressar o sentimento de falta com frases inteiras, tipo “ich vermisse dish” (alemães).

Aquela platéia me reconduzia mesmo era à minha sala de aula, onde Professora Josefina Canuto me ensinava e, depois, no Externato Saturnino – já em Natal, a professora Maria das Neves trazia novidades. Coincidentemente a professora de uma das turmas se chama Neves. Impossível não lembrar de Ataulfo Alves, exclamando: “Que saudade da professorinha / que me ensinou o be-a-bá!”.

Para falar de saudade não poderia deixar de citar o Fado – gênero que tanto me toca e que tocou até Roberto Carlos, ao cantar Coimbra: “Aprende-se a dizer saudade”. Fernando Pessoa, em texto saudoso: “Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: quem são aquelas pessoas? Diremos... Que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!”

É claro que citei Casimiro de Abreu , cujos poemas eu os tinha decorados, e que versificou sua saudade da infância: "Oh! que saudades que eu tenho / Da aurora da minha vida / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais!".

Segui somando saudade das ruas onde morei, dos lugares por onde passei, dos amigos com quem tanto convivi, dos cafezinhos mundo afora, das paisagens memoráveis.

Dizem que saudade não deve ir para o plural. Seria mais emocionante, porém mais dolorido. Sempre usei essa palavra no singular.

Depois de tudo aquilo, fiquei, naturalmente, com muita saudade a mais.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

ÁGUA ARDENTE – Germano

 

Segundo Augusto dos Anjos AGUARDENTE, é um substantivo feminino que significa Álcool, pinga, cachaça.

É uma bela definição a nível português. Você sabia que no Brasil, foram os escravos, trazidos  justamente pelos portugueses que, trabalhando nos engenhos se deliciavam com a água ardente dos engenhos? Pois bem, era muito forte e oriunda do caldo da cana de açúcar.

Hoje em dia existem várias aguardentes de frutas, cereais, raízes etc., porém foi em 14.11.1996 que após analises ficou evidenciada a qualidade da cachaça, com uma variação de grau até 54% de teor alcoólico.

Até hoje não se sabe a origem da água que arde, se dos gregos ou dos árabes, o que se sabe é que deste 1730 passou a ser envelhecida em toneis de madeira, melhorando suas cores e sabores.

Não resta dúvidas de que a cachaça fica mais saborosa quando originada da moagem da cana de açúcar, pois quando se trabalha com caldo de cana direto, faz-se uma correção mais cuidadosa para oferecer melhores condições de nutrição que, normalmente, não se encontram no caldo. Somente com a destilação é que se consegue um melhor teor alcóolico.

Sabe-se também que a aguardente logo depois de destilada ainda não está pronta para o consumo. Nesta fase ela tem um gosto agressivo. É a cachaça que se denomina “Cachaça de Cabeça”. Há necessidade de um período, variável de dois a três meses, de descanso para completar a sua qualidade sensorial. Em condições ambientes especiais e em repouso, as substâncias químicas da aguardente reagem entre si, formando novas substâncias químicas. Assim, outras reações químicas ocorrem até a obtenção de um equilíbrio entre as quantidades destes diversos componentes.

A aguardente envelhecida apresenta aspecto, cheiro, cor, gosto e sabor de melhor qualidade. Por isso e pelo seu maior custo de produção, seu preço no mercado também é maior. É evidente que a aguardente envelhecida será de alta qualidade se apresentar esta característica quando nova. Uma aguardente de baixa qualidade continuará ruim após o envelhecimento.

Mata Grande e Água Branca, encravadas no alto sertão alagoano, foram beneficiadas com vários engenhos, alguns ainda em atividades. Albérico Carvalho, de saudosa memória, instalou um enorme engenho, dentro dos padrões normais e montou uma destilaria, fabricando cachaça de boa qualidade. No entanto, não quis progredir. Vendia em barris, sem a menor fiscalização. Já em Água  Branca existe o Engenho que fabrica de tudo, inclusive o sorvete de rapadura que é uma delícia.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

EM BUSCA DO TESOURO PERDIDO - Pe. Antônio Iraildo Alves de Brito

 

Quando nascemos nossa primeira reação foi o choro. Nem tínhamos como saber do tesouro, daquela centelha de vida contida em nosso peito.

Ao chegarmos a este mundo reagimos  ante a alteração da temperatura e a estranheza da luminosidade, que fizeram doer os olhos e o corpo todo, em contraste com a conforto antes experimentado no ventre da nossa mãe.

Existir é adaptação. Aos poucos vamos nos adaptando a temperatura aos ruídos, aos cheiros, aos movimentos, aos sabores.  

Por vezes, para driblar as dificuldades, fazemos caretas, caras e bocas e, com o tempo, aprendemos a sorrir. Que bom o riso!

Afinal, não viemos a este mundo destinados ao sofrimento. Estamos aqui para a felicidade.

Encontrar a felicidade é o tesouro escondido, o lugar do sentido. Não tem a  ver com a grandeza, e sim com a riqueza das coisas simples. O fôlego nosso de cada dia. Acordar, respirar, sentir aromas e sabores. Tocar a profundidade da alma, do ser.

O poeta Manoel de Barros soube bem dizer a vida: “Entendo bem o sotaque das águas. Dou respeito as coisas desimportantes e aos seres desimportantes. Prezo insetos  mais que aviões.  Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim um atraso de nascença. Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos”

O tesouro escondido é feito um passarinho, tão pequeno e frágil. Mas voa “de boa”, e nem precisa de motor. A pequenina ave é nossa sede de  voar até o eterno.  Ah, se apreendêssemos, com os sotaques das águas o quanto é bonita a comunhão de toda a criação! Tudo interligado e nenhum de nós foi feito para a solidão.

Ao virmos do ventre de nossa mãe chegamos a este mundo para uma nova  gestação. O tesouro escondido é a certeza de que estamos sendo gerados para Deus; e apesar de todos saciados e entraremos em plena posse do tesouro escondido.