segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

ERA UMA VEZ ... - Ubireval Alencar

 




Era uma vez... Um sítio Gato, tal qual um paraíso de sonhos, pinhas, cajus, mangas, coqueiros, pequenos canaviais, e extensas plantações de algodão,  milho, mandioca... e casarões aqui, acolá,  num mundo de felicidade em meio ao gado no capim pastando. 

O estudo da alfabetização só se dava uma vez por semana, num velho casarão com a professora Socorro, filha da D. Laura   comerciante. E tomávamos palmatória dura se não acertássemos a bendita TABOADA.

Apolônio sempre à noite tocando sua corneta ou seu trompete. As filmagens do conto de fadas se davam lá das bandas do sítio do Seu Frazão, onde uma bela MOÇA atravessava à nossa frente a cavalo, a caminho de onde? Um dia se saberia que um Espião viria naquelas manhãs roubar a inocência de um menino atilado nessas coisas do coração.  

Rumei pra civilização em colégios e internatos, deixei o Gato, e retornei abismado com a bela obra produzida por Chiquinho e d. EVA - NOSSA CATHERINE DENEUVE, do sertão. Nossa confraternização, querida GIRLANE.

Feliz Aniversário. 🥂🍷🎂

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

DISCUTIR - Alcides


 

Discussões não concedem prêmios. Nós não seremos melhores ou piores se ganharmos ou perdermos uma contenda. O que vale é o nosso conhecimento e o nosso ponto de vista.

Lembremos sempre que o sábio não fala em vão e o tolo não sabe o que diz. Saber falar e saber ouvir é aconselhável, e a conjugação dessas duas qualidades é algo que nos coloca em um nível muito superior.

O ditado antigo e não menos importante, nos passa a receita da  cautela, ao nos ensinar: "Temos dois ouvidos e uma boca, para ouvir mais e falar menos". Portanto, saber ouvir é uma magnífica virtude que bem poucas pessoas sabem praticar.

Numa discussão, se tivermos convicção do que defendemos, não exageremos na defesa das nossas posições, pois, não é de bom senso tentar convencer uma mente cega a abrir os olhos que não possui.

Ao evitarmos um confronto desnecessário e improdutivo, aplicando o recuo estratégico da serenidade, estaremos dando uma inequívoca demonstração de sabedoria, agregando valores à nossa vida.

Lembremos sempre, que o debate só é produtivo e tem valor quando, com sensatez, mesmo discordando, respeitamos as ideias divergentes.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

MATA GRANDE DAS SAUDADES - Ubireval Alencar

 

AH MATA DAS SAUDADES. QUANTA SAUDADE DAS TRAVESSURAS DE UM MUNDO ENCANTADOR.

A pequena mas aconchegante rua de Baixo, uma travessa da grande Rua de Baixo ( Ubaldo Malta) até hoje.

Nas casas primitivas durante o período carnavalesco aí se realizava a Festa da Criançada. Não se permitiam bebuns maduros ou decaídos, para preservação da turma animada.

E diga-se de passagem: usávamos LANÇA-PERFUME original, sem drogas quaisquer, cujo cheiro incendiava a rua e casas.

Adultos, pais e familiares ficavam vigilantes a toda batucada,  com maravilhosas marchinhas estimuladoras.

Mundo imaginário,  do faz de conta, sem assaltos, roubos ou agressões. Inexistia diferença de classe social ou econômica e o congraçamento de raças dava mais beleza  em ver jovens louros, brancos abraçados com os que chamávamos carinhosamente de " neguinhos". O riso e pulos eram nossa irmandade .

No período da manhã o grande BOLERO instrumentista com seu trompete arrastava multidão indiferenciada  num misto de  frevo em que se metiam adultos, donos de lojas, mulheres empregadas domésticas,  desocupados da vida...

Pasmem, algumas casas de animadores ou carnavalescos de tradição se davam o prazer de abrir suas portas e grande parte da " curriola" ( turma de tocadores e musicistas) se fartava de guloseimas,  bebidas, água sobretudo,  desesperados de suor e calor.

Impossível pensar tempo tão bom, e ninguém tocava em objetos do outro.

Por trás daquelas casas onde habitavam D. Benedita Brandão,  dona de engenho, havia o sítio da D  Amélia,  espécie de estuário onde maiores acorriam para o banheiro público. Matas e touceiras também acobertavam adolescentes, durante o dia, que se exercitavam nos primeiros gozos da masturbação, recanto privilegiado para os mais crescidos. (Homens casados em geral sabiam das mulheres noturnas em seus devaneios pós jogos de baralhos altas horas da noite).

E a vida seguia, uns generosos tentavam ajudar ZE GRILO a subir a ladeira do Alto, encharcado da pinga Serra Grande. Notória a vida singular do Zé Grilo, encarregado principal do BOI DA CARROÇA DO LIXO .

A turma adolescente e muitos já casados ficavam no beco da ladeira a gritar e zonar com as quedas de Zé Grilo: BOTA O CEPO,  ZÉ GRILO  !!. Interminável tarde de gozação e bagunça por qualquer remanescente da cachaçada  da MANHÃ DE CARNAVAL.

domingo, 7 de janeiro de 2024

RELEMBRANDO A MAIOR FESTA MATAGRANDENSE – Germano


 

Brasília – DF., 01 de janeiro de 2024.

Houve o encerramento de mais um ano e chegou o ano de dois mil e vinte e quatro, tudo ocorrendo de modo diferente. Então foram surgindo as lembranças das novenas, em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, nossa padroeira, cujo inicio se dá no dia 23.12 com os seus tradicionais  “noiteiros” (são as pessoas encarregadas da organização) e também dos zabumbeiros com seus pífanos afinados executando os hinos religiosos e os baiões do saudoso sanfoneiro Luiz Gonzaga.

Vale lembrar que o dia de Nossa Senhora da Conceição é no dia oito de dezembro, no entanto, os vigários da Paróquia de Água Branca e de Mata Grande, Monsenhor Sebastião Alves Bezerra e o também Monsenhor Aloysio Viana Martins, ambos nascidos em Mata Grande e primos do meu pai Balbino Alves Bezerra, fizeram um acordo, para que pudessem participar das duas festas, daí, Mata Grande ficou com o dia primeiro de janeiro de cada ano, que é o dia da grande procissão em homenagem a Santa.

Tão logo acabava a novena íamos ver os fogos de artifícios, foguetes que estouravam lá nas alturas, alguns com varias descargas menores e uma de grande porte. Ah! E os foguetes de lágrimas eram muito lindos. Existia também a solta do balão que demorava a subir e seguia deixando lágrimas e estampidos de bombas. Tudo confeccionado lá em Mata Grande sob os cuidados do saudoso Mestre  Dari.

Depois o bom era  ir visitar a Casa de Dona Guiomar Mendonça e apreciar a beleza das lapinhas (PRESÉPIO) que organizava com todo esmero e amor.

 

Por falar em festa natalina, jamais poderia deixar de lembrar da “Onda” do seu Manoel Pistola e tampouco, do carrossel de Dona Minervina e dos barcos que davam tantas alegrias aos adultos e crianças.

As novenas todas as noites, nas suas mais variadas organizações, existiam  com suas características próprias, como os leilões, onde o leiloeiro perguntava: Quanto “simidão” por esta bela galinha? E outras coisas mais, quando a frase era: Quanto  “jamidão”... e assim consecutivamente.

As únicas noites diferenciadas era a do Natal e a do Ano Novo, pois era rezada a missa do galo. Nessas noites havia o  hábito de se usar roupas novas.

Na noite do dia  trinta e um,  após as celebrações existiam os bailes do Marcado da Farinha e do Club Paz e amor e ainda as danças do Bar do Gago, do salão de seu Agnelo  etc., onde todos se divertiam. Era uma animação total  e quem não frequentava as danças permanecia na Rua de Baixo, passeando e saboreando as mais  diversas bebidas e guloseimas nas barracas. O bom era o “extrato”, um perfume vendido em pequenos  frascos de vidro, muito usados pelas moças da zona rural.

Para encerrar, no dia primeiro havia o leilão promovido pela Igreja e a tarde a tradicional procissão pelas ruas da cidade.

 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

DISCURSO EFETUADO NA SERRA DA ONÇA - Germano

 



DISCURSO PARA A SERRA DA ONÇA

Bom dia a todos com as bênçãos de Deus e de Santo Antônio. Como cidadão nato, quero  externar os meus agradecimentos a vocês que  estão aqui presentes e também ao Padre Marcelo que se dispôs a esta celebração, coisa inédita  neste lugar e que será gravada nos anais da nossa história.

Um agradecimento  especial aos bravos irmãos que compõem o Terço dos Homens de Mata Grande e que adotaram esta Serra para fazer parte da suas religiosidades. Agradecimento também aos familiares do  comerciante Antônio Rodrigues de Albuquerque, na pessoa do seu bisneto Daniel Malta.

Aqui, vale relembrar, tornou-se uma tradição vir nos dias Santos da Semana Santa como uma penitência . Os antigos gostavam de rolar grandes pedras. Com o passar dos anos isto foi diminuindo e a capela foi parcialmente danificada e esquecida. Eu por exemplo passei vários anos sem subir a Serra.

Há alguns anos conversando com o meu amigo Cristovam, conhecido como Muqueca, ele falou que da Serra do Angico era mais fácil  subir e acertamos para no domingo sair da casa dele, eu, Icléa e ele.

Foi muito bom, porém quando vimos o estado deplorável em que se encontrava a capela, pensei e fiz um apelo aos mata-grandenses para que cada um enviasse  R$ 50,00 reais, então, mandamos recuperar a capela e também que se construísse os degraus a fim de facilitar a subida das pessoas. Nisso contamos também com a colaboração do pedreiro Valdo.

Com a facilitação da subida, os irmãos do terço resolveram que na Semana Santa seria bom para uma  Via-Sacra. Iniciaram e continuam rezando anualmente, porém, um caso aconteceu há alguns anos.

Quando nos reuníamos para subir, eis que aparece um penitente carregando  uma cruz, pagando uma promessa que havia feito em um Hospital do Recife.

Hoje é este cruzeiro que está ao lado da capela. Quiçá , possa ser o primeiro milagre de Santo Antônio aqui registrado.

Esta missa hoje aqui celebrada, marcando os 100 anos desta Capela, queira Santo Antônio, tornar oficialmente este lugar um verdadeiro cartão postal da nossa cidade e lugar de peregrinação e visitação de turistas.

 

 NOTA DO BLOG.

Evento efetuado no dia 07.09.2023, quando a capela fez 100 anos de erigida em 07.09.1923 por Antônio Rodrigues de Albuquerque.