sábado, 29 de maio de 2021

MEUS SETENTA E CINCO ANOS - Germano

 












MEUS SETENTA E CINCO ANOS - Germano

Já escrevi sobre algumas das fases da vida, porém ao completar sessenta anos, aceitei o nome de SEXALESCENTE,  que nada mais é que uma mistura de sexagenário com adolescente e criei, por pura brincadeira, a denominação de ENVELHESCENTE, que podemos dizer que é a aceitação do envelhecimento propriamente dito.

No decorrer dos anos e com a idade avançada, agora ,completando  setenta e cinco anos, não resta a menor dúvida que a envelhescência tende a chegar e assim vou continuar me enganando. Os cabelos desde os quarenta e cinco anos  diminuíram, foi um dos primeiros alertas, outros, passaram a fazer parte da lide diária.

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o envelhecimento em quatro estágios: meia-idade: 45 a 59 anos; idoso(a): 60 a 74 anos; ancião: 75 a 90 anos; velhice extrema: 90 anos em diante. Atualmente, muito tem se falado também sobre uma “quarta idade”, que reúne pessoas com 80 anos ou mais.” (Fonte Google).

Então, doravante, serei oficialmente um ANCIÃO, na esperança de passar para a próxima fase.

Eis que de repente encontro esta pérola O GRANDE LIVRO com as verdades que, muitos como eu, se veem em algumas partes, ou mesmo, na maioria, inseridas no texto. Não sei mencionar quem foi o autor, mas é uma realidade da geração a que pertenço. Por isso resolvi publicar para que outros da minha geração possam se deliciar.

 

“O GRANDE LIVRO

 

Sou do signo de Gêmeos, e tenho me saído muito bem em tudo que faço. Afinal, tenho habilidades verbais e escritas de sobra. Sou bem humorado e sedutor no começo da relação, por outro lado, posso revelar outra faceta quando a relação se aprofunda, me mostrar mais complexo.

O motivo é a ambiguidade natural que carrego, podendo fazer com que seja sensível e racional ao mesmo tempo, com estes dois lados em disputa. No fundo, tenho medo de ser carregado de roldão por minhas emoções, e por isto, mantenho sempre uma parte alheia aos meus sentimentos. Esta parte pode ser representada por meus trabalhos, interesses, estudos, etc.

Não nasci para ser confinado.  Por isto, precisei de uma companheira também capaz de se reciclar e surpreender e encontrei Icléa, a mulher da minha vida e que me complementa em toda e qualquer ambiguidade que surge.

Também estou fortemente ligado ao arquétipo do "Puer Aeternus", expressão latina cuja tradução é "jovem eterno". Do lado positivo, representa pessoas que nunca envelhecem. Do negativo, imaturidade e dificuldade em estar plenamente na relação.”

Na realidade a minha vida tem sido de alternâncias, quer no campo profissional como também no residencial, por isto, costumo  dizer aos amigos que sou “meio nômade”.

Posso frisar a fase da adolescência com a do aprendizado. Estudei. Trabalhei.

Já trabalhando, portanto na fase profissional, ingressei no BNB como Praticante de Escritório e com dois anos já era chefe de setor de serviços gerais. Casado, consegui constituir uma  excelente família, um patrimônio considerável para as minhas posses e por fim uma aposentadoria tranquila. Meus filhos e  filha também casaram e deram continuidade a preservação da espécie.

Nesta fase aprendi também outras profissões: agropecuarista,  encanador, eletricista, motorista e várias outras que são obrigatórias ao dono da casa. Como aposentado adquiri mais uma, como escritor de um livro que ainda vai ser publicado.

Portanto, alguns acontecimentos importantes marcaram a minha trajetória:

a)   Em 1965 meu ingresso no BNB  que me assegurou tranquilidade.

b)   Em 1967 o meu casamento com Icléa   e início da constituição da nossa prole.

c)   Em 1970 início da constituição do patrimônio.

d)   Em 1996 a minha aposentadoria.

e)   Em 2012 a minha formatura no curso de Direito.

Finalmente, estou muito feliz pelo meu aniversário, por ser chamado doravante de ANCIÃO, por ter passado por muitos invernos e verões  com secas devastadoras e ainda por ter acumulado energia durante a juventude.

Interessante é que estou  também, muito satisfeito por chegar a estes três  quartos de séculos esbanjando saúde e alegria, não obstante as insistentes ameaças por doenças como a chikungunya e recentemente pelo COVID 19, que me fizeram perder a possibilidade de viver muitos mais anos nas próximas décadas.

Não posso programar uma festa, mas não dispenso se os familiares enfrentarem. Sei que vou beber, dançar, pular, festejar , adorar e agradecer a DEUS pelos anos vividos.

 

 

 

 

 










domingo, 23 de maio de 2021

MEU NETO

MEU NETO:

 

Pelo que você já me disse com o seu sotaque de anjo, percebo que você me considera uma criança grandona e desajeitada, e me acha, mesmo assim, seu melhor companheiro de brinquedos.

Pena que tenhamos tão pouco tempo para brincar, tão pouco porque só sei brincar de passado, e você só sabe brincar de futuro. E ainda estarei brincando de recordação quando você começar a brincar de esperança.

Mas antes que termine o nosso recreio junto, antes que eu me torne apenas um retrato na parede, uma referência do meu genro, ou quem sabe até uma lágrima de minha filha, quero lhe dizer meu neto, que vale a pena.

Vale a pena crescer e estudar. Vale a pena conhecer pessoas, ter namoradas, sofrer ingratidões, chorar algumas decepções. E, a despeito de tudo isso, ir renovando todos os dias a sua fé e a bondade essencial da criatura humana, e o seu deslumbramento diante da vida.

Vale a pena verificar que não há trabalho que não traga sua recompensa; que não há livro que não traga ensinamentos; que os amigos têm mais para dar que os inimigos para tirar; que se formos bons observadores, aprenderemos tanto com a obra do sábio quanto com a vida do ignorante.

Vale a pena casar e ter filhos. Filhos, que nos escravizaram com o seu amor.

Vale a pena viver nesses assombrosos tempos modernos, em que milagres acontecem ao virar de um botão; em que se pode telefonar da Terra para a Lua; lançar sondas espaciais, máquinas pensantes à fronteira de outros mundos, e descobrir na humildade que toda essa maravilha tecnológica não consegue, entretanto, atrasar ou adiantar um segundo sequer a chegada da primavera.

Vale a pena, meu neto, mesmo quando você descobrir que tudo isso que estou tentando ensinar é de pouca valia, porque a teoria não substitui a prática, e cada um tem que aprender por si mesmo que o fogo queima, que o vinagre amarga, que o espinho fere, e que o pessimismo não resolve rigorosamente nada.

Vale a pena, até mesmo, envelhecer como eu e ter um neto como você, que me devolveu a infância.

Vale a pena, ainda que eu parta cedo e a sua lembrança de mim se torne vaga. Mas, quando os outros disserem coisas boas de seus avós, quero que você diga de mim, simplesmente isso:

“Meu avô foi aquele que me disse que valia a pena. E não é que ele tinha razão?!”


NOTA: Autor desconhecido. Porém,  muito real e atual para os avós!

sábado, 22 de maio de 2021

ENTENDER

 

*ENTENDER, O PODER DO AFETO*

A falta de tato para resolver conflitos e tratar de assuntos com pessoas que têm ideias opostas tem sido responsável por muitos desentendimentos e dissabores nos relacionamentos.

Por vezes, um problema que poderia ser facilmente resolvido, cria sérios rompimentos por causa da falta de jeito dos antagonistas.

O afeto, usado com sabedoria é uma ferramenta poderosa, mas pouco usada pela maioria dos indivíduos.

O mais comum tem sido a violência, a agressividade, a intolerância.

Existem pessoas que não gostam de mostrar sua intimidade e se escondem sob um véu de sisudez, com ares de poucos amigos, na tentativa de evitar aproximações que deixem expostas suas fragilidades.

São como os caramujos, os tatus, as tartarugas e outros semelhantes.

Ao se sentirem ameaçados, escondem-se em suas carapaças naturais, e não deixam à mostra nenhuma de suas partes vulneráveis.

A propósito, você já tentou alguma vez retirar, à força, de seu esconderijo, um desses animaizinhos?

Seria uma tentativa fracassada, a menos que você não se importe em dilacerar o corpo do seu oponente.

No caso da tartaruga, por exemplo, quanto mais você tentar, com violência, retirá-la do casco, mas ela irá se encolher para sobreviver.

Mas, se você a colocar num lugar aconchegante, caloroso, que inspire confiança, ela sairá naturalmente.

Assim também acontece com os seres humanos. Se, em vez da força, se usar o afeto, o aconchego, a ternura, a pessoa naturalmente de desarma e se deixa envolver.

Às vezes a pessoa chega prevenida contra tudo e contra todos e se desarma ao simples contato com um sorriso franco ou um abraço afetuoso.

Mas, se ao invés disso encontra pessoas também predispostas à agressão, ao conflito, as coisas ficam ainda piores.

Como a convivência com outros indivíduos é uma realidade da qual não podemos fugir, precisamos aprender a lidar uns com os outros com sabedoria e sem desgastes.

A força nunca foi e nunca será a melhor alternativa, além de causar sérios prejuízos à vida de relação.

Portanto, criar relacionamentos harmônicos é uma arte que precisa ser cultivada e levada a sério.

Mas para isso é preciso que ao menos uma das partes o queira e o faça.

E se uma das partes quiser, por mais que a outra esteja revestida de uma proteção semelhante à de um porco-espinho, ninguém sairá ferido e o relacionamento terá êxito.

Basta lembrar dessa regra bem simples, mas eficaz: em vez da força, o afeto. E tudo se resolve sem desgastes.

De tudo o que fazemos na vida ficam apenas algumas lições:

A certeza de que estamos todos em processo de aprendizagem...

A convicção de que precisamos uns dos outros...

A certeza de que não podemos deter o passo...

A confiança no poder de renovação do ser humano.

Portanto, devemos aproveitar as adversidades para cultivar virtudes.

Fazer dos tropeços um passo de dança.

Do medo um desafio.

Dos opositores, amigos.

E retirar, de todas as circunstâncias, lições para ser feliz.

(Momento Espírita)

 


quinta-feira, 20 de maio de 2021

APELIDOS

 NOTA : Desconheço o autor. Revivi os tempos de estudante.



APELIDOS

Abigobal. Zé Mané. Zé Ruela. Abestalhado. Otário da bocona. Mané de bota. Chupa-cabra. Cri-cri. Malassombro. Mequetrefe. Frouxo. Rascunho do mapa do inferno. Fi dum que ronca e fuça. Fi da peste. Orelha seca. Pangaré. Catingoso. Fedorento. Peidão.

Mistura de jabaculê com cobra d’água. Cara de tabaco. Tabacudo. Zarolho. Ratoeira. Requengelo. Malacabado. Xexeiro. Infeliz das costa oca. Cão dos inferno. Cachorro da moléstia. Sapo cururu. Chibata. Carai de asa. Asilado. Sibito baleado. Bocoió. Cara de fuinha. Mamulengo. Piranqueiro. Amarrado. Bicho véi leso. Catarrento. Arengueiro. Zambeta. Zureta. Xoxo. Peste bobônica. Bexiga lixa. Bexiga taboca. Goguento. Cara de butico. Bexiguento. Troncho.

Sobejo. Afolosado. Batoré. Bisonho. Brebote. Espinhela caída. Fuleiro. Folote. Fubento. Malamanhado. Miolo de pote. Fi duma égua. Mundiça. Roscói. Truscui. Despombado. Inhaca. Cambão. Encangado com Satanás. Gabiru. Mazela. Gasguito. Gastura no pé do bucho. Bucho de soro. Não tem no cu o que o priquito roa. Catrevagem.

Do tempo do ronca. Doido bala. Catraia. Cão chupando manga. Febre do rato. Febre tife. Não vale um cibazol. Besta amojada. Desmilinguido. Peitica. Ingembrado. Não dá um prego numa barra de sabão. Preguento. Presepeiro. Frangueiro. Topada no dedo mindinho. Cancro. Bicho véi paia. Donzelo. Cruzeta. Apombaiado. Peba. Fuleiragem. Aluado. Cu de novelo. Cu de boi. Miguezeiro. Cabrunco.

Farrapeiro. Rafamé. Alma sebosa. Bocó. Mancoso. Morgado. Cabra bom de peia. Mouco das oiça. Bom pra rebolar no mato. Ariado. Bate fofo. Entojo. Abilolado. Xeleléu. Visagem do capeta. Velhaco. Tamborete de cabaré. Sem futuro. Saliente. Seborreia. Pomba lesa. Empata foda. Perebento. Ferida lambida. Papangu. Monga. Laurça. Buchada azeda. Maluvido. Grudento. Langanho. Juda. Garapeiro. Fi do cranco. Fi da gota serena. Fiofó de macaco. Resto de sulanca. Encruado. Cheio de verme. Engilhado. Encardido. Enjeitado. Cabuêta. Jaburu. Caxumbeiro. Virado no satanás. Aperreio no juízo. Filhote de lombriga. Marmota. Não vale o peido duma jumenta. Babão de milico. Papa-figo. Véi do saco. Cafuçu. Garapeiro. Inferno da pedra. Mói de chifre. Quentura do pingo da mei dia. Remelento. Rola-bosta. Genocida”


terça-feira, 18 de maio de 2021

ENVELHESCENDO E VIVENDO - Milton Hênio

 

ENVELHECENDO E VIVENDO

*por Dr.Milton Hênio*

Nossa vida caminha e nem percebemos como o tempo foi passando. De repente já somos idosos. Usamos o silêncio como nosso companheiro, para recordarmos os momentos inesquecíveis que a vida nos proporcionou.

No último dia 6 de maio completei 84 anos e já estou com 58 anos no exercício diário da minha adorável profissão. Em virtude dessa terrível pandemia, desse invasivo e miserável vírus, resolvi fechar o meu consultório com imensa saudade por me sentir na área de risco. A marcha do tempo é inexorável e vai deixando tudo para trás.

Nossa vida é um eterno construir: construímos nossa infância, nossa adolescência, nossa profissão, nossa família e nossos queridos amigos. Tentamos de toda sorte sermos acompanhados pela felicidade. A vida vai prosseguindo mas enquanto ela existe devemos ser apaixonados por ela como foi o próprio Cristo. Tenho certeza que a vida é o maior espetáculo do mundo. O melhor de uma vida é o que se continua na lembrança. Isso na fase do idoso.

Nessa fase, o melhor da vida é ter saúde, uma maravilhosa família e recordar nas horas do silêncio o passado que nos deu alegria e felicidade. Todo idoso que soube fazer o plantio bem feito, tem direito a uma boa colheita. As pessoas do meu passado, médicos, professores, pacientes antigos, sucederam-se como sentinelas de uma guarda. De vez em quando procuro percorrer os bairros antigos de Maceió, onde numa ambulância rodava com frequência procurando salvar vidas de pessoas angustiadas. 58 anos de formado!

Não deixo de recordar três momentos inesquecíveis da minha vida de pediatra: 1) Quando tomei posse no Rio de Janeiro como membro da Academia Brasileira de Pediatria; 2) Quando fui eleito Presidente Nacional da Sociedade Brasileira dos Médicos Escritores e 3) Quando ao lado de outros colegas alagoanos, fundamos a Academia Alagoana de Medicina.

Vou viver agora uma nova etapa de minha vida. Com 84 anos, com reflexão e planejamento, continuarei com imensa satisfação a caminhar pela vida, procurando sempre sorrir e viver com alegria. Deixarei em meu lugar, a minha neta Larissa, que ama a Pediatria como eu.

Assim, recebo os meus 84 anos como uma dádiva carregada de bênçãos: uma linda família, comandada pela minha querida esposa Myrza, uma boa saúde, pedindo a Deus pelo progresso e pela paz do nosso Brasil.

Meu caro leitor, a vida se constrói na caminhada. Quando você estiver angustiado, impaciente, cheio de problemas, olhe para o céu, respire fundo, veja a beleza das estrelas, penetre na imensidão do infinito e descanse a sua mente. Temos uma existência que nos cabe administrar e assumir. Procure retocá-la com lucidez e esmero como faz o artista em sua obra. O fato é que a nossa vida terrena é fugaz comparada até na Bíblia com a neblina, com o sopro, com um fio de fumaça.

Meu caro idoso, alimente sempre a esperança e tenha um certeza por dias melhores, porque você é precioso aos olhos de Deus e viva sempre seu dia com alegria.