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terça-feira, 3 de maio de 2011
VALE RELEMBRAR - Seu Balbino
Maceió (Al), 03 de maio de 2011.
A partir de hoje, vamos iniciar uma série de matérias relembrando pessoas que fizeram história em Mata Grande, quem gostar, comente, envie biografias e fotos para contarmos as coisas boas do nosso querido rincão. Vou iniciar relembrando o meu pai,
Balbino Alves Bezerra ou “Seu Balbino” , assim era conhecido, nasceu no Sítio Cafundó, em 08.l0.1907 zona rural do município de Mata Grande, filho de Lúcio Alves Bezerra e Adelaide Bandeira de Mello, iniciou sua carreira como agricultor, depois, deixou o sítio para viver na cidade como balconista na padaria do tio Teodoro Alves Bezerra (Doro Barros). Além das famílias acima,era também descendente das famílias, Costa e Vieira Sandes.
Com o passar dos tempos, adquiriu algumas fazendas na zona rural e casas na zona urbana.
Casou com Luiza Villar de Mendonça (minha mãe) onde constituiu uma família de sete filhos sendo quatro homens (Faustino Guilherme, Hildebrando e Germano) e três mulheres (Helena, Valderez e Valdecy).
Tornou-se um grande comerciante e fazendeiro. Foi padrinho de inúmeras pessoas tendo um número incontáveis de afilhados, compadres e comadres ,afora muitos conhecidos e amigos, os mais variados possíveis.
Em sua padaria todos tinham acesso, pois, sempre agradava aos clientes e principalmente as crianças que os acompanhavam, presenteando-as com uma bolacha, um pão doce, uma cocada ou mesmo um confeito.
Algumas histórias versam sobre o seu comércio e um fato curioso era o sigilo. Quando os cangaceiros estavam acampados na região e o “coiteiro” vinha comprar muitos pães e bolachas, já se sabia o destino, porém, ninguém da cidade tomava conhecimento da venda. Em contra partida quando as cargas de farinha destinadas a sua padaria, que iam de Piranhas para Mata Grande, através de almocreves, isto é, transportadas em lombo de animais e, quando cruzavam com os cangaceiros, não eram molestados, o que não acontecia com os produtos destinados a determinados comerciantes.
Durante a segunda grande guerra mundial, era representante exclusivo do querosene Jacaré e na distribuição, havia a recomendação para que não acendessem lamparinas, candeeiros ou quaisquer tipos de luminárias fora de casa, para não despertar a atenção de algum avião que porventura passasse sobre a região, pois isso, colocaria em perigo a vida de todos. Houve dias de racionamento na distribuição.
Era comerciante também no Inhapi e tinha a satisfação de funcionar como correio para o povo, tanto, levando e trazendo cartas e também, envelopes com o dinheiro que os parentes enviavam de São Paulo através do “vale postal” único meio utilizado naquela época, já que vinham aos seus cuidados.
Sempre pautou sua vida com trabalho, honestidade e muita amizade.
Em Palmeira dos Índios, Caruaru, Recife, Campina Grande, onde existissem os seus fornecedores, tinha crédito e com uma simples carta ou relação de pedido, recebia a mercadoria e na época aprazada, cumpria as suas obrigações.
Era muito católico e teve dois primos padres: Monsenhor Aloysio Vianna Martins e Monsenhor Sebastião Alves Bezerra, que no porvir, seram relembrados.
Faleceu em 21 de março 1981 na cidade de Mata Grande onde foi sepultado.
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não poderia ter nome melhor pra abertura,pois além de grande homem, as crianças do meu tempo e eu especialmente, tenho na mente grandes lembranças deste inlustre e saudoso Matagrandense.parabens pela matéria.
ResponderExcluirSeu pai, Germano, foi um exemplo de homem honesto da nossa cidade. O seu registro de que ele não precisava ir pessoalmente para adquirir os bens que necessitava para o seu comércio, está exatamente no fato de que os homens daquele tempo não necessitavam de um documento: um fio de barba era suficiente para selar quaisquer negócios.
ResponderExcluirParabés, amigo.