Virgulino Ferreira da Silva,
nasceu em Serra Talhada no dia 07.07.1897 e faleceu em 28.07.1938, iniciou suas
peripécias no cangaço em 1920 passando, portanto, 18 anos como chefe dos
cangaceiros nordestinos, tornando-se o REI DO CANGAÇO.
Não se pode relembrar Lampião
sem falar nos Coronéis sertanejos, homens que imperavam nos mais variados
estados do Nordeste e Alagoas não ficava de fora, tinha os seus em Água Branca,
Pão de Açúcar, Santana do Ipanema e porque não dizer Mata Grande, onde Juca
Ribeiro e Zé Malta davam as ordens.
A represália na época a esses
coronéis de patente, vinham dos
cangaceiros que agiam, uns para ganhar dinheiro e se esconder da polícia e outros, a
exemplo de Lampião como uma forma de vingança, pois teve os seus pais assassinados
por forças policiais alagoanas do então Tenente Zé Lucena, a pedido de Zé
Saturnino, arqui-inimigo dos Ferreiras.
Vale frisar que os Ferreiras se mudaram
de Serra Talhada para Floresta e depois para Santa Cruz do Deserto em
Mata Grande, com a finalidade de evitar as intrigas familiares, haja vista que
algumas emboscadas já haviam acontecido.
Foi em Santa Cruz do Deserto, após o assassinato do seu pai que Lampião ditou a seguinte frase: “A terra que foi molhada com o sangue de um inocente, a partir de agora vai ser ensopada com o sangue dos assassinos. Pois vou matar até morrer” (Lampião, Nem herói Nem bandido – A história. Livro de Anildomá Willans de Souza).
Foi em Santa Cruz do Deserto, após o assassinato do seu pai que Lampião ditou a seguinte frase: “A terra que foi molhada com o sangue de um inocente, a partir de agora vai ser ensopada com o sangue dos assassinos. Pois vou matar até morrer” (Lampião, Nem herói Nem bandido – A história. Livro de Anildomá Willans de Souza).
Com a entrada definitiva de
Lampião no cangaço o sertão nordestino passou a ter o seu herói, hoje se fala
nele como defensor dos pobres pois os produtos e dinheiro arrecadados, distribuía parte
com os mais carentes.
Muitas vezes esteve no
município de Mata Grande onde certa vez tentou invadir, mas foi rechaçado pelos
policiais e população civil que se entrincheiraram colocando sacos de lã dos vapores
de algodão que existiam na cidade na principal rua de acesso. Primeiro ele mandou pedir dinheiro aos
comerciantes locais e por não ter sido atendido revolveu invadir. Passou na
estrada do Sitio Almeida (local onde hoje resido) com o bando norteado por um corneteiro. Não contava
todavia com a reação dos matagrandenses e bateu em retirada após intenso
tiroteio, levando consigo um cangaceiro bastante ferido.
Outra vez, destruiu o vapor de José Florentino Vilar, tio da minha mãe, conhecido como
Zeca Beier, a pedido de um concorrente de Água Branca. Contava a minha mãe que o bando chegou ao pátio da fazenda Buenos
Ayres e eliminou a tiros mais de trezentos e vinte animais e ateou fogo ao vapor
que queimou por mais de oito dias, dado
a quantidade de algodão estocado. O bando tencionava sequestrar a filha do
fazendeiro que avisado da presença deles na redondeza saíram de casa e dormiram no mato. A minha mãe que residia perto quando solteira, juntamente com os familiares também dormiram nas matas e levaram consigo somente a máquina de costura, coisa rara naquele tempo. Depois deste episódio foi residir em Mata Grande, onde casou e constituiu família.
Tem uma outra história que
Lampião estava na casa de um coiteiro no
sítio Faveira, zona rural do município Mata Grande , a volante de Alagoas
atacou Lampião que respondeu ao
ataque e ateou fogo na caatinga , uma volante pernambucana que também estava à
procura do bando, ouvindo os tiros, começou a atirar do outro lado. Lampião, evadiu-se no meio da fumaça e as
forças continuaram atirando uma contra a outra, achando que era Lampião. O
resultado foi perverso, dez policiais mortos e um cangaceiro que foram
enterrados em vala comum no meio da caatinga.
Em Mata Grande também, foi
assassinado o comparsa de Lampião Cyrilo de Engrácia, por um sub delegado e
alguns populares, entre eles o meu tio Agripino Feitoza, que residia no Sítio Mata Escura.
O mês de julho, portanto,
marca o início e o final da trajetória daquele que ficou no imaginário
nordestino como um Cabra Valente.
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