sexta-feira, 28 de julho de 2017

O OLHAR DA POSTERIDADE - Paschoal Savastano



         O OLHAR DA POSTERIDADE 
                        PASCHOAL SAVASTANO  -  ADVOGADO

Os seres humanos possuem uma natural preocupação com os reflexos de suas ações e de seus trabalhos perante a realidade do futuro. Produzimos, construímos e amamos voltados, em parte, para as indagações do julgamento da posteridade;  num testemunho acerca da  trajetória de nossa presença e apaixonada atuação. 

Também se revela certo, que a maioria das pessoas zela pelo exemplo que proporciona aos filhos, à família,  aos contemporâneos e à sociedade. Daí, a importância da crítica construtiva e das palavras que  incentivam o  desempenho das atividades humanas, nos diversos campos. 

O consagrado escritor maranhense e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Josué Montello, em seus famosos “Diários”, abordou o tema das expectativas dos escritores com a repercussão de seus livros no futuro. Lembrou, a afirmativa de um romancista de limitado público de leitores: “ escrevo para a posteridade “.
Adiantou então  Montello ,  um juízo de valor, no sentido de advertir que o púbico de amanhã, talvez tenha outra ordem  de interesses e preferências. Sendo difícil uma exata comparação ou nível de superioridade. 

Raros seriam os escritores que  sòmente no futuro encontram interesses, reconhecimentos e aplausos. Cada geração tem um despertar próprio, envolvido de angústias e aspirações, cabendo ao escritor ser intérprete desses valores e circunstâncias, com a consciência que escreve para seu tempo. 

A obra do renomado escritor parisiense Julien Benda não mereceu,  nenhum comentário, após a sua morte. Quando ainda em vida, deixou registrado que dispensaria qualquer artigo necrológico. Pois, durante a sua existência se tornou objeto de ódio de quase todos os críticos. 

Sua atitude fora excessiva. A controvérsia, a polêmica,  fazem  parte da vida de todo escritor. Como assinala Montello,  representa um sinal de que suscitou o debate, a melhor forma de permanecer presente.

O escritor morto não mais incomoda a ninguém. Como dizem os mestres – “ afogam-no em pétalas de rosa, tanto na imprensa quanto no caixão. “       



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