JOSÉ ADAUTO BARBOSA DA SILVA - “O Coroné”
como era conhecido e gostava de assim ser chamado no ciclo de suas amizades
era filho de Antonio Barbosa da Silva e Dalva Brandão Barbosa. Casou com a
minha prima Nélia Paula, e tiveram três
filhos. Residiram em Penedo por alguns anos e posteriormente vieram para Mata
Grande.
Era de uma coragem ímpar,
todavia, o vício pelo alcoolismo o tornou uma pessoa amável e inofensiva, daí a
sua tônica era fazer amizade por todos os rincões que comparecia. Gostava de
seresta e juntos, ao também saudoso Compadre Iomar Barbosa, varamos muitas
madrugadas nas ruas da cidade. Não havia neblina nem frio que nos impedisse de
cantarolar velhas estrofes nas casas dos amigos que, comumente, se levantavam e
nos presenteavam com saborosos pratos de tira gosto e bebidas.
Muitas histórias tenho para
contar sobre ele, no entanto, algumas são inesquecíveis. Tendo em vista que o
pai tinha sido vereador por várias legislaturas e também foi prefeito municipal,
o Coroné , além de ter sido eleito vereador, tinha um emprego na sede do
Alistamento Militar. Certa feita chegou um graduado do exército e a Sede não se
encontrava aberta. Mandou chamar o encarregado
e deu-lhe um sermão. Após abrir a porta O Coroné, sentindo-se
magoado respondeu: Estou neste emprego porque tenho quatrocentos votos para dar
aos homens! Não aceito a reclamação! Pronto.
Outro tempo, eu já tinha sido
transferido para outra cidade, cheguei em um dia de sábado e ele e o Compadre
Iomar me convidaram para uma Serenata, como sempre aceitei. Na época a política
tinha mudado de lado, nós não frequentávamos o Clube Paz e Amor e tampouco o Bar de Iremar Alves Malta, este
meu parente pelos Alves. Por volta das duas horas da madrugada os dois me
convenceram a ingressar no bar. Retruquei face a divisão política, então , me
disseram que já estavam de bem. Entramos e fomos bem recebidos. Depois de algum
tempo, sem ter nenhum motivo o Coroné, levantou-se pediu a palavra e em seu
discurso pronunciou a seguinte frase: “Malta, Merda e Moleta, se escreve
com uma letra só”. Claro que ofendeu ao
dono do bar e seus primos que bebericavam tranquilamente. Isto gerou uma confusão
que só não houve maiores desavenças, dado a
minha intervenção e a de Iomar em tira-lo
rapidamente do local. Graças a Deus que os primos atenderam aos nossos
apelos.
O Compadre deixou muitas
saudades e uma lacuna que não foi
substituída, nem no seio da família e tampouco entre os verdadeiros amigos que
construiu.
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