terça-feira, 25 de julho de 2017

RELEMBRANDO O CORONÉ - Germano




JOSÉ ADAUTO BARBOSA DA SILVA -  “O Coroné”  como era conhecido e  gostava de  assim ser chamado no ciclo de suas amizades era filho de Antonio Barbosa da Silva e Dalva Brandão Barbosa. Casou com a minha prima Nélia Paula,  e tiveram três filhos. Residiram em Penedo por alguns anos e posteriormente vieram para Mata Grande.


Era de uma coragem ímpar, todavia, o vício pelo alcoolismo o tornou uma pessoa amável e inofensiva, daí a sua tônica era fazer amizade por todos os rincões que comparecia. Gostava de seresta e juntos, ao também saudoso Compadre Iomar Barbosa, varamos muitas madrugadas nas ruas da cidade. Não havia neblina nem frio que nos impedisse de cantarolar velhas estrofes nas casas dos amigos que, comumente, se levantavam e nos presenteavam com saborosos pratos de tira gosto e bebidas.

Muitas histórias tenho para contar sobre ele, no entanto, algumas são inesquecíveis. Tendo em vista que o pai tinha sido vereador por várias legislaturas e também foi prefeito municipal, o Coroné , além de ter sido eleito vereador, tinha um emprego na sede do Alistamento Militar. Certa feita chegou um graduado do exército e a Sede não se encontrava aberta. Mandou chamar o encarregado  e deu-lhe um  sermão.  Após abrir a porta O Coroné, sentindo-se magoado respondeu: Estou neste emprego porque tenho quatrocentos votos para dar aos homens! Não aceito a reclamação! Pronto.


Outro tempo, eu já tinha sido transferido para outra cidade, cheguei em um dia de sábado e ele e o Compadre Iomar me convidaram para uma Serenata, como sempre aceitei. Na época a política tinha mudado de lado, nós não frequentávamos o Clube Paz e Amor  e tampouco o Bar de Iremar Alves Malta, este meu parente pelos Alves. Por volta das duas horas da madrugada os dois me convenceram a ingressar no bar. Retruquei face a divisão política, então , me disseram que já estavam de bem. Entramos e fomos bem recebidos. Depois de algum tempo, sem ter nenhum motivo o Coroné, levantou-se pediu a palavra e em seu discurso pronunciou a seguinte frase: “Malta, Merda e Moleta, se escreve com  uma letra só”. Claro que ofendeu ao dono do bar e seus primos que bebericavam tranquilamente. Isto gerou uma confusão que só não houve maiores desavenças, dado a  minha intervenção  e a de Iomar em tira-lo  rapidamente do local. Graças a Deus que os primos atenderam aos nossos apelos.


O Compadre deixou muitas saudades e uma lacuna  que não foi substituída, nem no seio da família e tampouco entre os verdadeiros amigos que construiu.

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