Quando a hoje cidade do
Inhapi, era povoado e pertencia ao município de Mata Grande, contava-se que no
Sítio Melancia foram eliminados três cangaceiros de Lampião e, devido à pressa,
foram sepultados em cova rasa. Os cachorros e urubus, então, se aproveitaram do
valioso achado e um dos cangaceiros teve, por conseguinte, os seus ossos
arrastados a céu aberto, onde permaneceram por longo tempo, já que, naquela
época, a caatinga sertaneja, tórrida , sem habitantes e sem estradas, era
frequentada somente pelos vaqueiros, cangaceiros e alguns fazendeiros que
se habilitavam a ultrapassar as suas poucas trilhas.
Somente os urubus, quando em
suas revoadas e tentando a busca da desintoxicação com o ar puro das alturas,
eram quem chamavam a atenção dos vaqueiros que pensavam logo, algum animal do
nosso rebanho teve ter morrido e partiam para identificar qual era a rês.
Foi numa dessas buscas que um
grande fazendeiro apanhou o osso de um fêmur humano, serrou, colocando uma
parte no ferro de marcar o gado. Daí originou-se a história do boi preto, que
berrava em pleno meio dia nos mais distantes rincões daquela áspera região.
Certo dia, um vaqueiro,
montado em uma burra (mula), de grande porte, foi atormentado pela aparição
misteriosa, que urrava muito e o seguiu por alguns quilômetros até a chegada em uma casa. O homem ficou assombrado e procurou ajuda. Com rezas, preces e orações diversas, descobriram
através de velhos e sábios rezadores, que caso tirassem o osso que servia de
cabo para o ferro de marcar, o boi preto desapareceria, uma vez que o
cangaceiro alcançaria a sua acomodação no além. O que o perturbava era o berro
dos bovinos, quando marcados a ferro quente. Pedido atendido, a região ficou
tranquila até os dias atuais.
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