BAR DE NOCA. Era o
"point" da cidade a partir da década de 1960, e se estenderia mais
décadas como o grande refúgio dos comerciantes locais, ora na rodada de cerveja,
ora nas sucessivas lapadas "serra grande, pitu". Não bastava o horário
comercial. À noite se dava o ponto de encontro para jogos de gamão, truco,
buraco. Ambiente privado de homens.
Várias
gerações atravessaram noites, desde Zé de Bené, o ainda não prefeito Sinval
Malta, Virgílio farmacêutico, Gentil sr. Oldrado, e sucessivamente Luís
dentista, Zé Brandão, Temístocles, seresteiro diuturno, Agnelo BOBINHA, Palito,
Bem te vi.
Alguns migravam alternados
para o salão de jogos do Seu Vieira, em seguida o Bar de Dinó. A dinâmica era preservada conforme as estações
de estio e chuvas. Mas era aos sábados, dia de feira de mantimentos e carnes
que surgia o variado movimento de visitantes das redondezas.
No bar de Noca se achegavam o
Fazendeiro-pecuarista Antonio Candido,
mais que renomado pecuarista chamava a atenção
a linha geracional de filhos,
rapazes simpáticos e bem vestidos
e as lindas moças que atraíam os citadinos. A fazendeira Condinha abrilhantava
com a reluzente exposição de joias e diamantes, lábios escarlates e de uma formosura
ímpar.
E a um e outro Noca os
atendia, sempre prestimoso, sorriso fácil e de aprimorado comportamento. Ouvia
de tudo, participava no que lhe era pertinente, e silenciava quando os cochichos
prenunciavam ciladas, conchavos de futuros assassinatos... durou décadas ali na
condição impoluta, reverenciado por todos em sua imparcialidade. A cachacinha
que serviu ao assassino foi a mesma que abrandou as dores dos cornos de um
eventual sofredor. Bar eclético e suscetível aos novos e velhos frequentadores.
Noca caminhava as mesmas calçadas
no trajeto diário de ida e vinda para casa. Que sorriso amigo e os olhos
acompanhavam a verdade emanada. Avermelha-se como camarão com a troça
explosiva. Deixou linda geração: Zelândia médica, o engenheiro Wellington, o
empresário Astriel, a linda Noelia,
Noêmia, Willy, o delegado Waldor e o
mais boêmio Zé Neném.
Hoje os filhos, profissionais,
empreendedores e profissionais liberais concretizam o trabalho profícuo
germinado na sementeira da cidade de Mata Grande.
D.Guiomar celebra junto com o
esposo essas realizações.
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