Carnaval, Zé Pereira e o Tempo
Uma tradição humana de 2.600
anos. Assim talvez possamos chamar o Carnaval, esta festa que a cada instante
vai se adaptando às culturas e aos tempos. Dizem estudiosos que certamente teve
origem na Grécia, ambientada e amparada por uma divindade, o Deus Momo. Ele era
o Deus do riso. "Quanto riso, oh quanta alegria!". E o Carnaval
permeou por pelo Egito, por Roma, por todos os continentes e tempos.
Para nós, brasileiros, vem o
registro do Zé Pereira. "Viva Zé Pereira!". Português animado, que
ganhou a imortalidade com o sábado de Carnaval dedicado a ele. O sábado é do Zé
Pereira. E foi num desses sábados, há mais de trinta anos, que o vi passar seu
bloco, de forma inesquecível, pelas ruas do Alecrim. Um bumbo; apenas um bumbo,
nada mais, e uma multidão pulando cidade adentro, formando uma imagem eterna
para a memória de todos que tiveram o privilégio de o ver.
Mas para a minha memória o
Carnaval começou antes, lá nos anos 50 do século passado, quando morava em Mata
Grande, alto sertão de Alagoas, e não tinha idade nem tamanho para ir às festas
carnavalescas, mas já podia ficar meio assombrado com as danças ameaçadoras dos
papangus. Era o tempo de "Felinto, Pedro Salgado, Guilherme,
Fenelon..." e "O bloco da vitória está na rua / Desde que o dia
raiou.".
Com meus sete anos de idade,
queria crescer para vestir uma roupa daquelas e sair de papangu, com um chicote
na mão. Nem imaginava como o Carnaval é amplo e o que seria possível viver com
ele, através dos anos. Em cada canto assimilava uma beleza carnavalesca, como a
Jardineira, tão "Mais bonita que a camélia que morreu".
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