*POR QUE CERTAS PALAVRAS CAEM
EM DESUSO?*
Aquele *abilolado* está namorando aquela
*gasguita* que tem os *cambitos* mais finos que canela de sabiá.
Pela frase acima, quem tem
mais de 40 anos já deve ter percebido que muitas palavras e expressões que se usavam
até bem pouco tempo, não as
usamos mais.
Para *adentrarmos* ao colégio
no início do ano letivo, tínhamos que ir
ao serviço de Saúde Pública para fazer uma *abreugrafia*, cujo aparelho estava
no outro lado de um *biombo.*
As casas, muitas delas
*bangalôs*, eram arrodeadas de *alpendres*, onde nas salas além do
*sumier,* sempre tínhamos uma
*cristaleira* enfeitada com *biscuit*, uma *eletrola* (que é uma *vitrola*
elétrica) para tocar disco. Na copa, a *petisqueira* guardava doces, sobremesas
bolos e o *lambedor* que era o melhor
remédio para gripe, substituía qualquer *cachete*. No quarto junto ao *criado
mudo* ficava o *urinol* para *mictar* durante a noite e em cima a *quartinha*
com água.
Os *petizes* quando muito
danados, eram chamados de *azougue*, e quase sempre faziam uma *arte*, se
arranhavam, produzindo uma *pereba* ou *tuíta*, o pai além de uns *croques,
cascudos ou =cocorotes* ainda os colocava de castigo sem direito a *fita* da
matinal no cinema aos sábado e nem tão pouco o sorvete com *carlito*.
As meninas que estavam
ficando mocinhas, as mães faziam penteados armados com *laquê*, presos com
*biliro* ou *invisível* que é a mesma coisa ou um belo *diadema*, estava
chegando a hora das moçoilas usarem *corpete, saieta e porta-seios.*
O automóvel era dirigido por
um *chofer* particular que usava um
*casquete* na cabeça e tinha toda responsabilidade sobre o veículo, evitar os *catabis*,
atenção ao atravessar uma *pinguela*, não dar *bigu* a desconhecido, tinha
também obrigação de manter o carro limpo, principalmente a *boléia*, com o
*tabelier* lustrando. Quando viajava, para economizar combustível a marcha
utilizada deveria ser a *prise* e tomar
todo o cuidado quando fosse dar *rier* para não amassar o pára-choques, a
*rodagem* deveria sempre ser verificada e em caso de problema com um dos pneus
usaria o *suporte.*
Aos recém nascidos costumavam
dar de lembrança um par de *chiquitos* e os mais abastados presenteavam com
*trancelim* de ouro.
As lojas, armarinhos, as
empresas de modo geral , nos finais de
ano sempre mandavam confeccionar *cromos* com calendários para distribuir com
seus fregueses.
Os barbeiros, perguntavam ao
cliente se a *liberdade* do cabelo era no meio ou de lado.
Sentir-se mal, era ter um
*farnesim*. Urinar , no *mictório*. Escrever para alguém , era uma *missiva*.
Se tinha ânsia de vômito, cuidado aonde ia *lançar*. Se na cozinha a buchada
não estava bem lavada subia aquele *pituim.*
Palavras chulas não se
permitia usar. *Vá prá baixa da égua,
filho de uma mãe*, você parece um *três vezes oito*, *fruviôco e fiofó* eram o extremo,
AH! Na minha casa para se
fazer *ponche* de cajá ou mangaba ainda se usa a *urupema.*
*08/09/99 - Mário Alberto P.
de Paiva*
👏👏
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