LAINHA - a menina do Sitio do Gato.
Três casarões sucessivos lá do Gato. Um de Zequinha Veríssimo, outro de
Temístocles e d.Ana Rosa e um 3o da tia Evangelina e Dolores, costureiras de
mão cheia.
Entre as duas primeiras casas havia a casinha do seu Belo (parece que a
esposa era d. Afrinha)com umas três moças bonitas: Perpétua, (Socorro parece)e
Luizinha que foi pra rua Nova estudar com a mudança da tia Evangelina.
Lainha tinha um irmão José Eduardo. Nossa infância limitava-se a
percorrer esses três Sítios. E lá vi a menina de cabelos longos sempre recatada
e com jeito de futura Senhora que amadureceria em Vitória ES.
Um mundo de ingenuidade e autoconfiança (aos 7a8a) eram nossas trilhas
de viver, brincar ser felizes.
Quando todos na Mata Grande, me veio a notícia de que Lainha iria
embora. Doeu-me entender que aquela viagem em caminhões levaria a Moça da minha
infância pré-escolar.
Anos repetidos eu indagava pela menina, prima e tão distante.
Demoraram-me a dar notícias da vida de casada e hoje avó e já bisavó.
Nunca mais soube do retorno à cidade. Mas jamais se esquece da afeição
que um dia os céus e um sítio nos apontaram como frutos da construção de nossas
vidas.
Assim vivemos "à la recherche du temps perdu", sempre à
procura do tempo perdido, conforme M.Proust.
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