domingo, 18 de abril de 2021

LAINHA - Ubireval Alencar

 

LAINHA - a menina do Sitio do Gato.

Três casarões sucessivos lá do Gato. Um de Zequinha Veríssimo, outro de Temístocles e d.Ana Rosa e um 3o da tia Evangelina e Dolores, costureiras de mão cheia.

 

Entre as duas primeiras casas havia a casinha do seu Belo (parece que a esposa era d. Afrinha)com umas três moças bonitas: Perpétua, (Socorro parece)e Luizinha que foi pra rua Nova estudar com a mudança da tia Evangelina.

 

Lainha tinha um irmão José Eduardo. Nossa infância limitava-se a percorrer esses três Sítios. E lá vi a menina de cabelos longos sempre recatada e com jeito de futura Senhora que amadureceria em Vitória ES.

 

Um mundo de ingenuidade e autoconfiança (aos 7a8a) eram nossas trilhas de viver, brincar ser felizes.

Quando todos na Mata Grande, me veio a notícia de que Lainha iria embora. Doeu-me entender que aquela viagem em caminhões levaria a Moça da minha infância pré-escolar.

 

Anos repetidos eu indagava pela menina, prima e tão distante.

Demoraram-me a dar notícias da vida de casada e hoje avó e já bisavó.

Nunca mais soube do retorno à cidade. Mas jamais se esquece da afeição que um dia os céus e um sítio nos apontaram como frutos da construção de nossas vidas.

Assim vivemos "à la recherche du temps perdu", sempre à procura do tempo perdido, conforme M.Proust.

 

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