sexta-feira, 19 de março de 2021

DIA DO GLORIOSO SÃO JOSÉ - Germano

 

Estamos atravessando mais uma época de grande seca em Mata Grande.  Há mais ou menos quatro décadas o inverno era rigoroso com muitas chuvas, período onde o frio era intenso e a neblina com chuviscos não deixavam o sol aparecer por oito ou dez dias e, uma das vezes, passamos dezesseis dias e noites sem o direito de ver o sol. 

A chuva que anunciava um bom ano já aparecia no dia dezenove de março, dia do glorioso São José, então, se plantava milho para assar na fogueira do São João. O período invernoso começava em maio e prosseguia até o mês de julho. Os agricultores tinham a certeza de uma boa safra, onde todos colhiam e existia fartura de água, cereais e pastagens.

Acontece que, ultimamente, não tem chovido no dia de São José, tampouco, no mês de maio e em junho as chuvas são poucas e regionalizadas dentro do nosso município. Na região serrana sempre há pancadas de chuvas tornando verde toda à vegetação. Nas outras regiões, o prenúncio de uma seca verde é a consequência do famoso EL NINO. Vamos orar para que São José este ano modifique o quadro, já que o La Nina está  bastante favorável.

Às vezes fico a imaginar o quanto o Nordeste é sofrido. O quanto o nosso sertão alagoano tem sido afetado.  Ao longo dos últimos quarenta anos já enfrentamos várias secas e a que mais afetou foi esta, dado a diminuição das vertentes de água, uma vez que, até os riachos perenes secaram totalmente e as cacimbas, na maioria, a água não dá si quer para saciar a sede dos animais que conseguiram sobreviver ao período de escassez das chuvas.

 

Existem os prejuízos que estamos acostumados a suportar, todavia, meios de transporte de água e ração tornam o criatório oneroso demais para os pecuaristas. A única vantagem é que ninguém é obrigado a deixar suas residências.

Na outra extremidade do Brasil as enchentes modificam o modo de vida dos habitantes forçando a necessidade dos habitantes abandonarem suas casas com todos os móveis e utensílios, muitas vezes adquiridos, com juros exorbitantes e prestações mensais.  São obrigados a viver em abrigos ou casas dos familiares. Recentemente, ouvi o depoimento de um morador, lamentando que havia perdido tudo da casa, somente o cachorro se salvou.

Creio, por isto, que a seca no Nordeste, não obstante os enormes prejuízos que causa, ainda se torna melhor do que as enchentes do sul e sudeste do Brasil.

 

 

 

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