O carnaval de Mata Grande
sempre foi um dos melhores do alto sertão alagoano, respeitada obviamente, as
devidas proporções habitacionais. Quem residia em outras comunidades, fazia o
quase impossível para marcar presença. Matagrandenses e seus familiares se
deslocavam das cidades que habitavam para participar do nosso carnaval.
As festividades iniciavam no
sábado à noite com o tradicional Zé
Pereira, Mariquinha e Juvenal, devidamente
fantasiados, onde a música que predominava dizia: VIVA ZÉ PEREIRA, VIVA
MARIQUINHA, VIVA JUVENAL, TODOS TRÊS NO CARNAVAL.
No domingo havia o carnaval de
rua com a orquestra contratada pela Prefeitura, onde o tradicional mela-mela
era o divertimento maior dos foliões. À tarde havia a matiné para a criançada e
alguns foliões que não respeitavam os horários também se aproveitavam. Já a noite todo divertimento era realizado no
clube Paz e Amor e no Mercado Municipal.
Na segunda feira tudo se
repetia, todavia, alguns blocos saiam independentes, com destaque especial para
o bloco do URSO PRETO, do carnavalesco Joaquim de Belo, onde a música mais
tocada era: MAIS COMO FOI, MAIS COMO É, O URSO PRETO ESTÁ NA BARCA DE NOÉ.
Na terça feira o bloco que
mais se destacava era o do BACALHAU, do saudoso João Caju, este saía do bairro
do Mandacaru com uma quantidade enorme
de foliões. Neste dia também havia o tradicional rasga-rasga de camisas e todos
enfrentavam o sol que normalmente era escaldante.
Ah! E o bloco das mulheres, animadíssimo, deixava muitos maridos ciumentos irados!
Ao longo dos últimos anos as
mudanças foram acontecendo o hoje não sei como brincam os foliões
matagrandenses.
Mas lembro que ao amanhecer da
quarta feira todos cantavam: OH! QUARTA FEIRA INGRATA CHEGA TÃO DEPRESSA SÓ P’RA
CONTRARIAR!
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