Muitos já escreveram sobre a
criação do município de Mata Grande, todavia, não é nada demais, juntar algumas
passagens pesquisadas, e em rápidas
mensagens reativar a memória,
curiosidade e pesquisa para aqueles mais jovens, principalmente pela
proximidade de mais um ano de comemoração da emancipação política a ser
realizada no próximo 18/03/2018.
A CRIAÇÃO:- 01/01/1660 -Antonio Souto Macedo e Sebastião
de Sá foram os primeiros a se estabelecerem na região. Sebastião de Sá doou
seus bens ao Colégio dos Padres Jesuítas na cidade do Recife. Quando D. José de
Portugal extinguiu a Ordem dos Jesuítas os bens foram sequestrados e leiloados.
No dia 01/02/1764 João Carlos Dantas arrematou nossa região por
seis contos e quatrocentos mil reis, porém não
conseguiu pagar e em novo leilão Francisco Gomes de Sá e Cipriano da
Cunha foram os arrematadores.
No ano de 1791 surgiram as
primeiras povoações, então, João Gonçalves Teixeira e sua mulher Maria Lucia,
ofertaram uma parte de terras denominada Cumbe, situada nas terras do lugar denominado Cumbe,
para que fosse erigida uma capela em
louvor a Nossa Senhora da Conceição, segundo pesquisas do renomado
escritor matagrandense Djalma Mendonça.
Portanto, CUMBE foi a primeira
denominação, depois, Matas de Santa Cruz, Mata do Pau Grande, Paulo Afonso e
finalmente Mata Grande.
Mata Grande sempre foi
destaque no Estado, tanto pela sua força política, haja vista ter sempre dois
ou três deputados estaduais a representa-la na Assembleia Legislativa Estadual
e também, porque sempre se impôs desde o dia 18/03/1837 quando foi elevada a
categoria de vila e freguesia, embora tenha perdido essa condição em 04/05/1846.
Após seis anos de obstinada
luta, no dia 28/07/1852 readquiriu a condição, desta feita, com o nome de Paulo Afonso, devido a sua proximidade com a famosa
cachoeira e assim permaneceu até a sua emancipação política definitiva, fato
ocorrido em 05/07/1902, assinado pelo
seu ilustre filho Euclides Vieira Malta, mas, somente em 25/05/1929 foi que voltou
a ser chamada novamente de Mata Grande, face a criação do município de Água
Branca, pois assim cessava o motivo, haja vista seu território ir até a cachoeira de Paulo Afonso.
De Mata Grande foram desmembrados os atuais municípios de
Pão de Açúcar em 1854; Água Branca em 1875, Canapi e Inhapi em 1962. Porém tem
ainda hoje um grande Distrito, Santa Cruz do Deserto além de grandes povoados como Pau Ferro
Velho, Poço Branco, Ouricuri, Faveira, Jaburú
e Morro Vermelho.
A SITUAÇÃO: O município fica a
280 km distante da Capital do Estado e limita-se ao Norte com o Estado de
Pernambuco; a Leste com o município de Canapi e ao Sul com o município de Água
Branca e a Oeste também com o Estado de Pernambuco.
Sua extensão territorial é de
1.032 km2, sendo o maior do Estado em área territorial, belezas naturais, clima
com temperaturas que oscilas de 12º no inverno a 32º em épocas quentes, vez que
fica encravada no alto sertão alagoano. Hoje comenta-se que o maior município é
Coruripe, pois Mata Grande, pelo que dizem, perdeu parte de sua área para
Pariconha e Manari, coisa a ser recuperada por algum prefeito no futuro.
Afora as inúmeras serras,
destaque especial para a Serra da Lagoa de Santa Cruz, onde fica o ponto
culminante do Estado com seus 846 metros de altitude.
SITUAÇÃO HÍDRICA - Mata Grande é banhada pelo Rio
Moxotó na parte oeste que divide os Estados de Alagoas e Pernambuco; o
município tem boas lagoas como a da Serra da Lagoa de Santa Cruz e Santa Rosa,
além de bons riachos como o do Grotão, Pitaxinã, Cumbe, Gravatá, Varginha,
Terra Nova, Almeida e Mata Escura que agrega os da Cajazeiras e Rio Grande e
mais ou menos trezentas e trinta e nove fontes de água cadastradas, sem contar
os vários poços profundos instalados. Existe um na Serra da Faveira que produz
cento e dez mil litros de água por hora, pertence a bacia do Jatobá, que inicia
do sul do Piauí e vem até o Norte do nosso município. Os gestores ignoram
tamanho potencial hídrico.
ALGUNS FILHOS ILUSTRES: A
atração pelos encantos e bravuras de Mata Grande, bem como o seu histórico passado e secular fizeram de
suas entranhas nascerem homens e mulheres de fibra e corajosos (as) como: D. Antonio Manoel de Castilho, Feliz
Moreno Brandão, Euclides Vieira Malta, Artur Guimarães de Araújo Jorge, Lafayette
de Mendonça, Joaquim Paulo Vieira Malta, José Maria Correia Neves, Odilon
Canuto, Paulo Afonso de Mendonça, Olavo Campos de Mendonça, José Augusto de Oliveira, Renato de Mendonça Canuto, Manoel
de Carvalho Villar, José Malta de Sá, Antonio Rodrigues Albuquerque, João
Batista Vilar, Zeferino Vieira Machado, Geraldo de Mendonça Uchoa , Icléa de
Mendonça Uchoa e recentemente podemos citar os Monsenhores Aloysio Vianna
Martins, Hildebrando Veríssimo Guimaraes e Sebastião Alves Bezerra; Eraldo Malta
Brandão, Antonino de Albuquerque Malta, Luiz Gonzaga Malta Gaia, Luiz Ribeiro
Malta, Dalvino Alencar, Alzira Malta Gaia,
Clerisvalda Lisboa Martins, Luiza Cavalcante Damasceno, Pedro Ferreira
Vilar, Pompílio Brandão de Alcântara,
Lisete Lisboa Martins, Gerusa Albuquerque Malta, Guiomar Mendonça, José
Veríssimo Guimarães, Gentil Albuquerque Malta, Sinval Albuquerque Malta entre
outros de saudosa memória.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES: Santa
Cruz do Deserto é mais antiga que Mata Grande, daí o nome de Matas de Santa
Cruz.
A data da primeira emancipação
política que se comemora em dezoito de março foi perdida. A segunda emancipação
política se deu em cinco de julho, atual nome da Rua Nova.
O potencial hídrico do
município é excepcional, todavia a fome e a sede ainda maltratam nossos
conterrâneos, principalmente nas áreas de caatinga.
A lista de filhos ilustres
antigos e atuais é imensa.
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