sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

VULTOS MATAGRANDENSES - José Alves Bezerra


Brasília (DF), 28  de dezembro de 2012.


 

JOSÉ ALVES BEZERRA – Zé Lúcio –

Nascido no Sítio Cafundó, filho de Lúcio Alves Bezerra e Adelaide Bandeira de Melo, casado com Maria Alves Machado, foram pais de duas filhas Maristela e Marinete, residiram sempre na Rua Nova, atual 5 de Julho. O Beco de Zé Lúcio, assim era conhecido a atual Rua Rosalina Gomes que liga a Rua Nova a Rua dos Quartéis, atualmente denominada Afonso de Carvalho. Posteriormente o Beco de Zé Lúcio ficou conhecido como o Beco de Lulú que adquiriu a casa que pertencia ao meu tio Zé Lúcio, onde foi também um grande comerciante e amigo de todos.

O meu tio foi um grande comerciante e fazendeiro, tornando-se um dos homens mais ricos da cidade. Costumava se sentar na calçada todas as tardes.

Vale relembrar de um acontecido que fez história:

Existia um soldado chamado Augusto e que era muito amigo do meu tio e do meu pai Balbino Alves Bezerra. Em certo dia primeiro de abril, dia da mentira, o soldado levantou-se mais cedo e foi até a padaria do meu pai, que pelo comércio que exercia acordava ainda mais cedo, que ficava  situada na Rua de Baixo e disse que o tio  Zé Lúcio amanheceu morto, em seguida, foi até a residência do meu tio e o acordou dizendo que  seu Balbino havia falecido e estava na padaria. Os dois irmãos se amavam muito e partiram, quando se encontraram no meio do caminho, chorando copiosamente se avistaram e exclamaram: Compadre, você está vivo? Abraçaram-se e riram demais quando lembraram de que era o dia da mentira e pense na raiva que tiveram do soldado Augusto que pregou a peça.

Segundo um depoimento de neta e minha prima Márcia Alves Machado, filha de Marinete , o tio era:


“DE ESTATURA MEDIANA, CABELOS LISOS, SOBRANCELHAS GROSSAS, SEMBLANTE INQUIETO E HÁBITOS SIMPLES.

DORMIA CEDO PARA CEDO ACORDAR.
FIRME NAS DECISÕES E ALEGRE NO VIVER, ASSIM ERA VOVÔ ZÉ LÚCIO.

CONTADOR DE CAUSOS REUNIA OS AMIGOS TODO FINAL DE TARDE NA CALÇADA DA VENDA E ALI CONTAVA DAS BOTIJAS QUE DESCOBRIA CHEIAS DE MOEDAS DE OURO E GUARDADAS NO COFRE DE SETE SEGREDOS...
DAS VISAGENS QUE APARECIAM EM NOITES ENLUARADAS DE PESSOAS QUE HAVIA  CONHECIDO DURANTE AS VIAGENS QUE FIZERA POR ESTE MUNDO DE MEU DEUS...

ESSES CAUSOS DE FINAL DE TARDE AGUÇAVAM MINHA CURIOSIDADE, E ALIMENTAVAM MINHAS FANTASIAS INFANTIS...
ANSIOSAMENTE EU AGUARDAVA QUE OS AMIGOS SE RETIRASSEM PARA QUE ME FOSSEM MOSTRADOS OS POTES DE MOEDAS DE OURO RECUPERADOS NAS BOTIJAS. DE NADA ADIANTAVAM SUAS PACIENTES ARGUMENTAÇÕES DE QUE OS POTES DE MOEDAS DE OURO
EXISTIAM APENAS NOS CAUSOS, SÓ APÓS VER ABERTO O COFRE DOS SETE SEGREDOS
MINHA CURIOSIDADE SE AMAINAVA.

HOJE, AVALIO QUE FORAM ESSAS TARDES ILUMINADAS PELA SUA PRESENÇA E SEU PROSEAR
QUE ME TRANSFORMARAM NUMA LEITORA DE LIVROS E DE GENTE.
NOS LIVROS BUSCO HISTÓRIAS QUE ME TRANSMITEM A ALEGRE CURIOSIDADE DAQUELES  TEMPOS IDOS. NAS PESSOAS BUSCO A DESPENTENCIOSA GENEROSIDADE QUE FAZIA COM QUE O SENHOR, VOVÔ, EMPRESTASSE DINHEIRO AOS QUE VIAJAVAM EM BUSCA DE DIAS MELHORES, OU QUE COMPRASSE  OBJETOS SEM SERVENTIA APENAS PARA AJUDAR ALGUÉM, OU AINDA, QUE OFERECESSE PERNOITE E ALIMENTAÇÃO A GRUPOS DE RETIRANTES QUE CASTIGADOS PELA SECA CAMINHAVAM À PROCURA DE LUGARES SEM FOME. A IMAGEM DESSA PROCISSÃO DE ROSTOS DESCONHECIDOS FATIGADOS E SILENCIOSOS PERMANECE NAS MINHAS RETINAS ATÉ OS DIAS DE HOJE.
QUANDO MÃE VEIA RECLAMAVA DO PERIGO DE ABRIGAR EM CASA PESSOAS DESCONHECIDAS
SUA RESPOSTA ERA SEMPRE A MESMA:

-VOCÊ NÃO SABE O QUE É ANDAR PELO MUNDO SEM ENCONTRAR GUARIDA”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário