terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

ÚLTIMO CARNAVAL- Lucas Malta de Souza

 

ÚLTIMO CARNAVAL- 





Chegado fevereiro daquele ano,

jamais alguém estaria cogitando,

que justamente aquele Carnaval,

na história seria um ponto final.


Decoraram o Paz & Amor,

tudo com muito primor,

compraram confete e serpentina,

mas triste foi sua sina.


Club da Graxa também se enfeitou,

com máscaras coloridas ornou,

sem saber que aquele Carnaval,

seria o seu ponto final.

 

O Mercado da Farinha todo enfeitado,

tudo muito bem organizado,

mal sabia ele coitado,

que seu fim estaria decretado.


A Maestrina do Carnaval,

organizou a Banda Marcial.

Fleurange sem imaginar,

ouviu o último acorde a tocar.


Tocaram vassourinhas

e tantas outras marchinhas,

e o Trompetista mal sabia,

que estaria chegando o fim de seus dias.

 

O famoso Bloco Bacalhau do Caju,

se reuniu lá no Mandacaru,

o fundador pulou seu último Carnaval,

depois foi morar na Mansão celestial.

 

Nas ruas diversos foliões,

jovens, amores e paixões,

hoje de alguns temos saudades,

pois já estão na eternidade.

 

Salgadinho com a cara toda melada,

a camisa, aos trapos, rasgada,

entoava seus velhos jargões,

entre gritos e canções.

 

O eterno presidente do Paz & Amor,

compareceu a mais um dia de labor,

atendeu sua última freguesia,

tempo depois partiria.

 

Tia Nina empolgada,

sempre animada,

o dedo levantava

e jingle e canções entoava.

 

Quanta alegria naquele folião,

com um bode amarrado no calção.

Quanta alegria e ousadia,

naquele que de mulher se vestia.

 

A matinê alegrava a criançada,

com brincadeiras e música animada,

depois bolo, folhado e pastel,

Ó Massa Fina tu eras o céu.

 

Os ébrios conhecidos,

no próximo ano serão esquecidos,

a sua trama será findada,

se encontrarão com a hora inesperada.

 

Lá se vai Zé Pereira,

subindo as ladeiras.

Vejam ele, Juvenal,

alegrando o Carnaval.

 

Olha que gracinha,

lá vai indo Mariquinha.

Rei Momo com toda majestade,

passeia alegrando nossa cidade.

 

Guardaram os sonhos e fantasias,

viveram suas últimas alegrias.

Se despediram sem nada saber,

pois para eles chegariam o entardecer.

 

Extraviam lembranças e ornamentos,

emergem nos que ficam, sentimentos.

Doloridos, saudosos corações,

que solitários hoje entoam canções.

 

Não desperdice esse ano,

para depois não ficar lamentando,

perdoe, brinque e lembre de  Deus,

deseje bênçãos para os seus.

 

Pois talvez tu estejas vivendo...

O último abraço apertado,

o último pulo dado,

a última canção cantada,

a última música dançada.

(Lucas Malta de Sousa)

NOTA DO BLOG:

Lucas Malta de Souza é  seminarista. Filho de Everaldo Henrique de Souza (Salgadinho) a quem homenageou .



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