ÚLTIMO CARNAVAL-
Chegado fevereiro daquele ano,
jamais alguém estaria cogitando,
que justamente aquele Carnaval,
na história seria um ponto final.
Decoraram o Paz & Amor,
tudo com muito primor,
compraram confete e serpentina,
mas triste foi sua sina.
Club da Graxa também se enfeitou,
com máscaras coloridas ornou,
sem saber que aquele Carnaval,
seria o seu ponto final.
O Mercado da Farinha todo enfeitado,
tudo muito bem organizado,
mal sabia ele coitado,
que seu fim estaria decretado.
A Maestrina do Carnaval,
organizou a Banda Marcial.
Fleurange sem imaginar,
ouviu o último acorde a tocar.
Tocaram vassourinhas
e tantas outras marchinhas,
e o Trompetista mal sabia,
que estaria chegando o fim de seus dias.
O famoso Bloco Bacalhau do Caju,
se reuniu lá no Mandacaru,
o fundador pulou seu último Carnaval,
depois foi morar na Mansão celestial.
Nas ruas diversos foliões,
jovens, amores e paixões,
hoje de alguns temos saudades,
pois já estão na eternidade.
Salgadinho com a cara toda melada,
a camisa, aos trapos, rasgada,
entoava seus velhos jargões,
entre gritos e canções.
O eterno presidente do Paz & Amor,
compareceu a mais um dia de labor,
atendeu sua última freguesia,
tempo depois partiria.
Tia Nina empolgada,
sempre animada,
o dedo levantava
e jingle e canções entoava.
Quanta alegria naquele folião,
com um bode amarrado no calção.
Quanta alegria e ousadia,
naquele que de mulher se vestia.
A matinê alegrava a criançada,
com brincadeiras e música animada,
depois bolo, folhado e pastel,
Ó Massa Fina tu eras o céu.
Os ébrios conhecidos,
no próximo ano serão esquecidos,
a sua trama será findada,
se encontrarão com a hora inesperada.
Lá se vai Zé Pereira,
subindo as ladeiras.
Vejam ele, Juvenal,
alegrando o Carnaval.
Olha que gracinha,
lá vai indo Mariquinha.
Rei Momo com toda majestade,
passeia alegrando nossa cidade.
Guardaram os sonhos e fantasias,
viveram suas últimas alegrias.
Se despediram sem nada saber,
pois para eles chegariam o entardecer.
Extraviam lembranças e ornamentos,
emergem nos que ficam, sentimentos.
Doloridos, saudosos corações,
que solitários hoje entoam canções.
Não desperdice esse ano,
para depois não ficar lamentando,
perdoe, brinque e lembre de
Deus,
deseje bênçãos para os seus.
Pois talvez tu estejas vivendo...
O último abraço apertado,
o último pulo dado,
a última canção cantada,
a última música dançada.
(Lucas Malta de Sousa)
NOTA DO BLOG:
Lucas Malta de Souza é seminarista. Filho de Everaldo Henrique de Souza (Salgadinho) a quem homenageou .
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