Subindo a Serra do Parafuso e no topo da Serra.
Existem pessoas que passam por
nossa existência e deixam saudades. Elias é uma delas. Sempre gostei de
recebe-lo em minha residência. Falávamos de coisas variadas, como viagens,
passeios, agricultura etc. Certa vez ele nos encorajou a visitar a terra Santa.
Conheci Jerusalém e outras cidades justamente por causa dele, pelo seu
incentivo constante e das nossas conversações. Ele já tinha ido uma vez e desde
a pandemia, aguardava outra ida, porém o
covid 19 o impediu de realizar o seu grande sonho.
Numa outra oportunidade,
marcamos uma caminhada pelo Sitio Barreiro. Fomos no domingo, ao passarmos pela
casa do amigo Zé de Maroca, manifestei o desejo de vê-lo, pois sempre conversávamos
quando ele transitava pela estrada do Almeida em dias de feira. Lá, tomamos um
saboroso café e nos diálogos foi que descobri que éramos primos bem próximos.
Ele sabia, eu não! Isto é mais uma grata recordação promovida pelo amigo Elias.
Certo dia de domingo, acertamos para escalar os 770 (setecentos e setenta) metros da Serra do Parafuso, no município de Mata Grande. Partimos, eu ele e Icléa. Ao chegarmos ao Sítio Faveira encontramos o primo dele Zé Magro que também se prontificou a ir conosco. A subida em umas pedras exigiria a utilização de corda na cintura, então, desistimos. A outra opção era subir pela Fazenda do amigo João Neto. Resolvemos ir e passamos mais de duas horas até chegar ao topo.
No sítio ele me contou uma
história sobre Lampião que eu desconhecia. Disse ele que Lampião estava
hospedado na casa de um coiteiro. As volantes de Pernambuco e Paraíba, como
também a de Alagoas cercaram a casa, cada uma, isoladamente, no afã de ser o
exterminador do bando. Estrategicamente,
Lampião ateou fogo a caatinga e o tiroteio foi iniciado. Com o fogo e a fumaça,
à noite, Lampião se evadiu com os demais cangaceiros. Então, os policiais
continuaram atirando uns contra os outros. O resultado foi de um cangaceiro
morto e dez policiais por parte das volantes. Todos foram sepultados no local
em vala comum.
São muitas as histórias. Elias
sempre pilotava a sua moto azul, já idosa, porém bem conservada. Fazia as suas
andanças diárias do Sítio Almeida , onde residia, para a cidade. Se deslocava
também para outros sítios e também para Delmiro Gouveia.
Foi um excelente chefe de
família, educou os filhos nos moldes religiosos e disso tinha muito orgulho.
Fazia parte do Terço dos Homens da nossa Paróquia, onde se destacava em todas
as reuniões.
Houve um período que me
pediu para que fosse celebrada uma missa mensalmente na capela do Sítio
Almeida. Prontamente, entreguei a ele a chave e juntamente com a esposa e
outros amigos abrilhantavam a missa. Infelizmente o Pároco da época não quis
dar a continuidade, por motivos que
ainda hoje não tomei
conhecimento.
Resta do amigo Elias a
saudade. Em minhas orações sempre rogo ao Onipotente que o tenha no Paraíso
Celestial uma vez que ele só fazia o bem e cultivava boas amizades.
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