terça-feira, 23 de julho de 2024

ELIAS LIMA – Germano

 




                                          Subindo a Serra do Parafuso e no topo da Serra.


Existem pessoas que passam por nossa existência e deixam saudades. Elias é uma delas. Sempre gostei de recebe-lo em minha residência. Falávamos de coisas variadas, como viagens, passeios, agricultura etc. Certa vez ele nos encorajou a visitar a terra Santa. Conheci Jerusalém e outras cidades justamente por causa dele, pelo seu incentivo constante e das nossas conversações. Ele já tinha ido uma vez e desde a  pandemia, aguardava outra ida, porém o covid 19 o impediu de realizar o seu grande  sonho.

Numa outra oportunidade, marcamos uma caminhada pelo Sitio Barreiro. Fomos no domingo, ao passarmos pela casa do amigo Zé de Maroca, manifestei o desejo de vê-lo, pois sempre conversávamos quando ele transitava pela estrada do Almeida em dias de feira. Lá, tomamos um saboroso café e nos diálogos foi que descobri que éramos primos bem próximos. Ele sabia, eu não! Isto é mais uma grata  recordação promovida pelo amigo Elias.

Certo dia de domingo, acertamos para escalar os 770 (setecentos e setenta) metros da Serra do Parafuso, no município de Mata Grande. Partimos, eu ele e Icléa. Ao chegarmos ao Sítio Faveira  encontramos o primo dele Zé Magro que também se prontificou a ir conosco. A subida em  umas pedras exigiria a utilização de corda na cintura, então, desistimos. A outra opção era subir pela Fazenda do amigo João Neto. Resolvemos ir e passamos  mais de duas horas até chegar ao topo.

No sítio ele me contou uma história sobre Lampião que eu desconhecia. Disse ele que Lampião estava hospedado na casa de um coiteiro. As volantes de Pernambuco e Paraíba, como também a de Alagoas cercaram a casa, cada uma, isoladamente, no afã de ser o exterminador do  bando. Estrategicamente, Lampião ateou fogo a caatinga e o tiroteio foi iniciado. Com o fogo e a fumaça, à noite, Lampião se evadiu com os demais cangaceiros. Então, os policiais continuaram atirando uns contra os outros. O resultado foi de um cangaceiro morto e dez policiais por parte das volantes. Todos foram sepultados no local em vala comum.

São muitas as histórias. Elias sempre pilotava a sua moto azul, já idosa, porém bem conservada. Fazia as suas andanças diárias do Sítio Almeida , onde residia, para a cidade. Se deslocava também para outros sítios e também para Delmiro Gouveia.

Foi um excelente chefe de família, educou os filhos nos moldes religiosos e disso tinha muito orgulho. Fazia parte do Terço dos Homens da nossa Paróquia, onde se destacava em todas as reuniões.

Houve um período que  me  pediu para que fosse celebrada uma missa mensalmente na capela do Sítio Almeida. Prontamente, entreguei a ele a chave e juntamente com a esposa e outros amigos abrilhantavam a missa. Infelizmente o Pároco da época não quis dar a continuidade, por motivos que  ainda hoje não tomei  conhecimento.

Resta do amigo Elias a saudade. Em minhas orações sempre rogo ao Onipotente que o tenha no Paraíso Celestial uma vez que ele só fazia o bem e cultivava boas amizades.

 

 

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