MATA GRANDE EM SEUS 187 ANOS - Germano
Bom dia conterrâneos e amigos
com os nossos agradecimentos a Diretora do Colégio Monsenhor Aloysio, pelo
honroso convite para participar dessa maratona de episódios sobre a nossa
querida terra Mata Grande.
Sou Germano Mendonça Alves,
pequeno produtor rural, aposentado, nascido e criado na Rua Nova, atual 5 de
Julho. Filho do comerciante Balbino Alves Bezerra e Luiza Villar de Mendonça.
Como tenho que falar sobre
alguns aspectos da cidade, vamos seguir uma determinada ordem.
A história de Mata Grande
remonta de 1640, no entanto, é considerado o seu início em 06.06.1791, quando João Gonçalves Teixeira e sua esposa Maria
Luiza, doaram uma gleba de terras para a construção da Matriz de Nossa Senhora da Conceição e também
para o Patrimônio da Igreja, cobrar o Laudêmio anual, para a sua manutenção,
portanto, no meu entender esta era
a data a ser comemorada e não
18.03.1837, quando passou a vila. Vejam que a vila já existia desde 14.01.1660,
quando Sebastião de Sá e Antônio de Souza Macedo, compraram estas terras. É
tanto que já foram denominadas de Cumbe, Matas de Santa Cruz, Mata do Pau
Grande, Paulo Afonso e finalmente Mata Grande.
Cumbe, devido a fonte que
jorra dez mil litros de água por hora.
Matas de Santa Cruz,
devido Santa Cruz do Deserto ser mais
antiga que Mata Grande.
Mata do Pau Grande devido a
massaranduba que João Gonçalves mandou cortar e fez uma enorme cruz frente a
sua casa que deu origem a Rua da Cruz, atualmente Eustáquio Malta. Vale frisar
que o local era onde hoje funciona o Correio e o Banco do Nordeste do Brasil,
S/A.
Paulo Afonso, devido ao seu
território se estender até a famosa cachoeira.
E em definitivo Mata Grande,
devido as enormes árvores existentes no nosso torrão.
Por falar no Cumbe, o nosso
município tem 338 fontes permanentes de
água, sendo as mais importante a do Cumbe a do Urubu, da Pipa a do João Felix,
João Lalau, Fonte de Cima, entre tantas outras.
As suas culturas e tradições
foram paulatinamente esquecidas ou deixadas de lado pelos poderes públicos.
Os sobrados e casarões foram
substituídos por casas modernas. Inclusive o Ginásio Felix Moreno e a Usina de
Beneficiamento de Algodão.
Os seus momentos
significativos ao longo dos anos foram a construção da Igreja e
também da Cadeia Pública e do Correio,
em seu início, como cidade. Mas,
um fato que marcou o desenvolvimento cultural aconteceu em 1959, quando foi
fundado o Ginásio Felix Moreno, ao qual tantas gerações tem gratas recordações, pois dele dependeram
para encontrar as suas independências culturais e econômicas.
As transformações dos casarios antigos por prédios modernos
descaracterizou a memória cultural do patrimônio que hoje em dia daria muito
mais oportunidades ao setor de turismo,
a exemplo de Água Branca e Piranhas.
A alguns anos eu chamava” a
cidade do já teve “ dois vapores de descaroçar algodão e uma usina de
beneficiamento, dois palcos de teatro, uma Agência do IBGE, correios
funcionando normalmente, Exatoria Federal e Estadual, Estação meteorológica, Coordenadoria Regional de Ensino, Estação
abaixadora da CHESF com aproximadamente
42 empregos federais e estaduais cujos
funcionários residiam na cidade.
O seu início foi fabuloso, já
foi uma das melhores cidades do alto sertão alagoano, em todos os sentidos se destacava,
todavia, no ano de 1950 houve um caso político atípico que serviu de
divisão entre o seu desenvolvimento e a
sua estagnação .
No decorrer dos anos muitas
famílias deixaram a cidade e graças ao desempenho de empresários e ruralistas o
município passou novamente a se desenvolver, é tanto que cresceu na horizontal
e hoje também, na vertical. Infelizmente a população não tem aumentado,
devido muitos conterrâneos que optaram por migrar para
outras plagas.
Outras particularidades a
registrar é que na Serra da Lagoa de Santa Cruz, fica o ponto culminante do
Estado de Alagoas, que pode muito bem ser beneficiado com melhorias por parte
da Prefeitura. Tem ainda a maior área territorial do Estado, não obstante, já
haver perdido algumas partes para Inajá e Manari em Pernambuco e Água Branca e
Inhapi em Alagoas, além de ser a cidade
onde no inverno se registram as temperaturas mais baixas do Estado.
Particularmente vejo com muita
expectativa que somente o turismo religioso poderá alavancar o desenvolvimento
sustentável, pois como estamos
assistindo atualmente já houve a melhoria de
hotéis, pousadas , além de bons restaurantes e casas de lanche, um
comércio de bom nível, com bons supermercados, mais isto carece do apoio
incondicional do poder público.
As nossas festas culturais
estão hoje em dia mais modernizadas, contudo o carnaval era dos melhores do
alto sertão, na Semana Santa ainda conservamos ir ao Monte Santo e Serra da
Onça. A oração permanece na Igreja.
O São João já foi bastante
comemorado. A Festa de Nossa Senhora da Conceição, encerra o ano com festejos.
Atualmente o Santuário de Santa Terezinha tem colocado o município entre os mais
visitados por romeiros. Infelizmente as estatísticas não são contadas e a mídia
não tem dado a devida atenção.
Para encerrar, registro que o
município já teve seus homens ilustres:
Dom Manoel de Castilho
Brandão, foi o primeiro bispo alagoano.
Euclides Vieira Malta – foi
Governador do Estado de Alagoas.
Joaquim Paulo Vieira Malta –
Foi Juiz de Direito
Manoel de Carvalho Villar –
Coronel da Polícia em São Paulo.
Eraldo Cavalcante Villar –
Coronel da Polícia em Pernambuco.
Djalma Mendonça – Escritor que
deixou em livros A MONOGRAFIA DE MATA GRANDE, que tem norteado nossa geração.
Augusto Cesar Malta Campos - -
Foi o primeiro fotografo Oficial do Brasil, entre tantos outros, além do que
deixaram o nome na história sem sair de casa.
No que tange a minha vida
pessoal como cidadão mata-grandense nato, iniciei como garçom no bar do saudoso
Natalício Pinheiro, depois secretário da Associação Rural de Mata Grande, cujo
presidente era o saudoso Eraldo Malta Brandão, Locutor da Rádio Educadora de
Mata Grande, do saudoso Cristiniano Fortes Nunes, depois, Secretário Municipal
da Prefeitura de Canapi, cujo prefeito na época era o saudoso João Alvino Malta Brandão. Municipal. Neste tempo
fiz concurso para o Banco do Nordeste do Brasil e passei como Praticante de
Escritório e me aposentei como Gerente Geral de Agências. Atualmente me
considero um pequeno produtor rural aposentado.
Muito obrigado pela
oportunidade.
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