IGREJA MATRIZ DE MATA
GRANDE, ALAGOAS.
Altar consagrado à Senhora da
Conceição, há quase dois séculos.
Gerações e gerações aí se
prostraram em súplicas ao Pai Eterno, invocando a intermediação da Mãe de
Jesus, o Filho de Deus.
Quantos devotos desciam das
serras para se fazerem presentes às longas e demoradas novenas no período
natalino. Foguetes pipocavam nos céus estrelados, balões insuflados que ora
subiam morros e se desfaziam nas caatingas ribeirinhas. Criançada e vovós em
polvorosa quando os balões pegavam fogo antes de alçar voo na noite de gala.
Inabalável permanecia a banda
de pífanos, intermediando começo, meio e
fim das novenas.
Bem ali próximo, a LAPINHA decorada da D. Guiomar era a
atração maior da praça da Matriz. Luzes, enfeites, e um requinte de decoração
com pisca-pisca atraindo os olhos das crianças
comovendo idosos diante do berço aconchegante do Menino Jesus, rodeado de cordeirinhos. São José e a Virgem
Maria nos convidavam à reverência e adoração do episódio que mudaria História
da humanidade: " Nasceu em Belém de Judá, o Menino que veio para nos
salvar".
Foguetes pipocaram
ininterruptamente e os céus de Mata Grande viriam a iluminar-se com todo
requinte do brilho e colorindo a noite festiva.
Lá, na Rua de Baixo, barracas de tapioca, roletes
de cana, amendoins torrados e caldo de cana faziam a festança do chamado Povo da Roça.
A fabulosa e centenária ONDA,
uma grande roda gigante na horizontal com ondulações alucinantes para Criançada
e um enfeitado carrossel sob efeitos musicais embalavam as nove noites
preparatórias da grande Festa de Natal e Ano Novo.
Maravilhas de um tempo em que
toda Criançada, fossem os da cidade, fossem os
advindos dos sítios próximos, nos
dávamos ao luxo de pedir MINHAS FESTAS. Quinhentos réis eram as benesses que
nos felicitavam, e continuávamos a peregrinação de porta em porta. Um
verdadeiro milagre da miscigenação de cor,
posses, e vestimenta.
O sentimento era um só: a
humanidade de paz e amor com a chegada do MENINO DEUS.
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