quinta-feira, 1 de outubro de 2020

PERSONAGENS FOLCLÓRICOS - Germano

 


 

PEREIRINHA - Quem não se lembra de Pereirinha. Nunca soube o seu nome verdadeiro. Chegou em Mata Grande, não sei de onde. Aqui ele viveu e morreu. Era doente mental. Sempre dizia que ia embora desse lugar, porque tinha doidos demais e citava:  Socorro, Zé Doido, Vavá e tantos outros, menos ele.


Lembro que quando namorava a minha esposa, ele era o tangedor de gado do meu sogro, Otacílio Barbosa.  Certa noite, estávamos namorando na  sala, ele entrou na casa e disse: Mas pai “Austacilio como é que o senhor tem uma filha bonita, reboculosa e deixa namorar com um abjeto desses. Esse abjeto não preusta”.

Depois tornou-se mais ameno comigo.


Quando saí de Mata Grande para trabalhar em  Sergipe ele insistiu em ir conosco levar a mudança. Ao chegar em Pão de Açúcar ele não quis atravessar o Rio  São Francisco, alegando que se a balsa desse um "catabiu" ele poderia cair e não sabia nadar. 

Tentei deixa-lo no Hotel para que quando o caminhão voltasse, leva-lo de volta a Mata Grande. Ele caiu em prantos dizendo que um amigo nunca deixa outro na estrada. Aí tive uma ideia. Fiz ele subir no caminhão e agarrar-se as cordas. Se a balsa desse um solavanco ele não cairia na água, da mesma forma da estrada, com o carro em velocidade, ele agarrado as cordas não cairia. Ele aí perdeu o medo da travessia, subiu no caminhão e deu um show na cidade de Gararu.
Depois eu soube que Pereirinha faleceu de uma queda.

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Não ajudou

 

 

 

 

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