quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O SILÊNCIO DE DONA YOLANDA - Ubireval Alencar




O SILÊNCIO DE DONA YOLANDA.
(Uma homenagem póstuma a Ismar Malta)
Eram os idos de 1960. Vicejava na Mata Grande aquela safra de belos homens e lindas mulheres.
Sr. Rodrigues, comerciante vizinho à Prefeitura e a Pompilio Gomes, até idade maior se mantinha com elegância na Loja de fazendas, decorada com bonitas gaiolas de passarinhos. Era seu ritual diário, sagrado, devoção que depois teve continuidade com as filhas Esmeralda, Izanete , Icleia.

Que safra boa de mulheres lindas. D. Iza já tinha sido levada por Luís Gaia.

Dos homens de seu Rodrigues, ISMAR sobressaia-se tal como um Brad Pitt da época. Bonito por natureza e espalhafatoso. Era sua natureza mexer, troçar com tudo que avistasse.

Só acompanhei o início da mudança - um homem apaixonado por uma das belas de seu Euclides, o então COLETOR de tributos da época. Lá da Rua de cima.
A moça linda e recatada de seu Euclides, Yolanda, cedera aos galanteios do estriônico Ismar.

Eu rumei para internato e universidades e não mais tive conhecimento do desenrolar das famílias.
Ficou na memória uma espécie de claustro em que se metera a moça encantadora. Comentava-se que o ciúme de Ismar não permitiria que Yolanda ficasse à soleira da porta. Vida de apaixonados interioranos.

Tiveram seis filhos, mais de uma dezena de netos, e agora a saudade volta a habitar o coração da Mulher, um dia ENCANTADA pela vida.

ISMAR rumou para a eternidade. D. YOLANDA contabilizará nos filhos e netos sua dignidade de esposa, mãe e em perpétuo recolhimento, assim como o fizera em dias de juventude de grande beleza.









Nenhum comentário:

Postar um comentário