Esta semana tive a grata satisfação de ler uma publicação efetuada pela
contemporânea do Ginásio Felix Moreno, Maria Francisca, hoje professora
aposentada.
O texto era de uma professora ensinando uma criança soletrar a palavra
COLGATE:
C mais O mais L = COL
G com A = GA
T com E = TE.
Até aí tudo bem, todavia o professor perguntou o nome todo juntando as
letrinhas. A criança prontamente respondeu: PASTA DE DENTE.
Então fiz um comentário: No nosso tempo, com uma resposta desta, levava
uma reguada ou mesmo meia dúzia de bolos
de palmatória. Era só estirar a mão.
Como a educação mudou. Os jovens
estão vulneráveis, não obstante as facilidades para as matrículas nas
faculdades. É difundido que mais de cinquenta por cento não concluem si quer o
ensino médio, devido as repetências e a evasão que provoca o abandono dos
estudos e aumenta a exclusão social.
Leiam abaixo o que escreveu a professora Andrea Serpa.
"Fico pensando se as famílias dessas 3.400 pessoas, que sequer irão
poder enterrar seus mortos, ou as 33 mil famílias infectadas estão preocupadas
com o “ano letivo”, com o “dever de casa” de seus filhos...
Sou professora. Trabalhei com Educação a vida inteira. Acredito na
importância da Educação. Mas, sinceramente? É preciso dimensionar a importância
das coisas em cada momento.
As crianças estão confusas, assustadas, angustiadas, apreensivas tanto
quanto nós, as vezes mais, porque as pequenas não compreendem bem tudo que está
acontecendo.
Pais de classe média preocupadíssimos com o “conteúdo escolar”, entendo,
mas agora é hora de investir no “conteúdo humano”. Cozinhe com elas, arrume a
casa com elas, ensine-as sobre higiene e cuidados com a saúde. Cante com elas,
conte histórias, faça pipoca e compartilhe desenhos e filmes, converse sobre
eles, leiam juntos, rezem juntos...
Aproveite para conhecer seu filho. Saber o que sente, o que pensa, quem
é essa pessoinha que você leva e traz da escola, natação, balé, inglês todos os
dias ...
Mostre fotos antigas de sua infância. Deixe que elas conheçam a história
de quem é esse adulto que as leva e traz!
Existem muitos “conteúdos” que podemos aproveitar para desenvolver nesse
período de crise e reclusão, essenciais para a formação desse ser humano.
Conteúdos que andam bem negligenciados ultimamente.
Pode deixar que depois ensinaremos a eles as frações, expressões
numéricas, pronomes e orações subordinadas adversativas - como se deve e não nessa
farsa à distância - e ele seguirá o curso normal de sua vida.
Daqui a alguns anos você vai lembrar da pandemia, da quarentena, da
insegurança e da angústia. Mas seu filho poderá se lembrar como *o melhor tempo
que passou com os pais*! Depende de você."
Andrea Serpa
20/03/2020
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