"Então era um Natal"
A gurizada moderna não mais encontrará no salão da Prefeitura Deusdete e Alba de Joaquim Sabino abrindo as tardes de domingo dançante. Aulas imperdíveis de passos, ritmo e prazer pela dança.
Onde andam as duas únicas motocicletas da idade, a de Seu Mané Cumbá e a de Seu Manelito Albuquerque? Jamais imaginaríamos no futuro o estrondoso escape das Ferrari de hoje. E Seu Manelito atravessando a rua de baixo até o Fomento ecoava em toda vizinhança.
Então era um Natal.
Falta o repertório da cotovia da rua da Cruz que mais tarde traria os enfileirados patativas ., irmãos Barbosa. Sangue e pendor pelas serestas.
Era um prazer assistir à janela a compostura e elegância da D. Helena Brandão . Tão discreta.
As irmãs de Ouro, D. Diva e D. Jacira primavam na indumentária de Ano Novo e dia seguinte na procissão as exibiam ao público da Serra.
Virgílio Alencar impoluto e de terno branco à passagem da procissão de N Senhora.
Era um Natal e um Ano Novo.
A linda Moça do casarão da rua Cruz tomava lugar na procissão do dia 1o em frente à sua casa... E um seminarista espigado de batina inquietava todo percurso da sua religiosidade.
Josefina Canuto, a moça do Pároco de Aldeia, sempre perfeita na sua dignidade. E Seu Oldrado também perfeito na sua ondulação lombar.
Padre e depois Monsenhor Aloysio Martins sempre diplomático e cortês nas procissões. Chispava nas conversas durante a missa. Júlio Verissimo assistia da calçada à passagem dos amigos de longa data.
O Bar de Noca e de Dinô pediam licença aos fregueses no dia 1o da procissão .
Mata Grande e sua interminável documentação pitoresca e humanizada .
N.B. Quem chega à Mata Grande hoje encontrará PALITO, aos 90a com livro de registro de todos que nasceram, duraram e se foram da cidade ou para a Cidade Eterna. Figura ímpar, lúcido e testemunha dos grandes amores e maiores tragédias. Na Política e na vida corriqueira. Um Patrimônio vivo. Fácil de se reconhecer: o eterno bigode que lhe dá autoridade de Barão do Bonsucesso
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