O
frio e o cobertor
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Walter Medeiros
No pé
da serra da onça
Senti frio encantador
Dos pingos, da enxurrada,
Aguaceiro, que esplendor!
E no cantinho do quarto
Achei aconchego farto
No mais quente cobertor.
Senti frio encantador
Dos pingos, da enxurrada,
Aguaceiro, que esplendor!
E no cantinho do quarto
Achei aconchego farto
No mais quente cobertor.
Era o melhor cobertor,
Com aquele grosso na beira,
Que meu pai comprou na feira
Num grande gesto de amor;
Lutava contra a goteira
Que molhava a vida inteira
O chão que ele arrumou.
Com aquele grosso na beira,
Que meu pai comprou na feira
Num grande gesto de amor;
Lutava contra a goteira
Que molhava a vida inteira
O chão que ele arrumou.
Na serra só tem quentura
Se a chuva não aparece,
Pois quando a noite desce
E chega a hora de louvor,
O frio vem com a prece
O novo dia amanhece
Com frio orvalho na flor.
Se a chuva não aparece,
Pois quando a noite desce
E chega a hora de louvor,
O frio vem com a prece
O novo dia amanhece
Com frio orvalho na flor.
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