Este imponente prédio marcado
pelo tempo ainda teima em se manter de pé, apesar de todas as dificuldades que
tem enfrentado, ao longo de mais de um século tem muitas histórias para contar.
Situado em magnífico local, na parte mais alta da idade de Mata Grande,
construído pelos escravos, com pedra e cal serviu de prisão quando foi
necessário. Suas paredes de um metro de espessura e a frieza de suas celas,
aumentada pelos sacos de sal colocados sob o piso, como afirmam os mais antigos,
certamente contribuíram para que os presos se arrependessem amargamente de seus
erros.
Mas sua eficiência não se
limitou ao papel inicial, foi mais além, nos salões do seu andar superior
prestou também relevante serviço a população acomodando a Câmara Municipal e o
Tribunal do Júri. Comprovando ainda mais sua versatilidade trouxe alegria e
cultura emprestando seus salões para comemorações cívicas, bailes e
conferências. Foi ainda garbosa sede de uma importante sociedade dramática
daquela época, viu-se transformado em grandioso palco aonde certamente os
matagrandenses tiveram o privilégio de assistir aos famosos espetáculos
teatrais que faziam sucesso naqueles tempos idos.
A povoação de Mata Grande já
podia ser reconhecida como uma Vila ou Freguesia, mas, para que tal fato
acontecesse seria necessária a construção de uma Câmara Municipal e de uma
Cadeia Pública. Atendendo a tal exigência é construído esse grandioso prédio
que quer seja, pela sua função, quer seja, pelo seu aspecto arquitetônico
representa um papel importante na história de Mata Grande.
Visto como um palacete, como
bem registrou o escrevente que acompanhou D. Pedro II, na sua célebre viagem a
Piranhas quando de sua passagem por Mata Grande, (sic) “... sobresáe hoje
irresistivelmente a atenção na parte superior da Villa e na praça da Matriz o
bello edifício da Cadêa e Casa da Câmara recentemente construído em forma de
palacete elegante.”
Sobre o mesmo afirma a SECULT
(sic) “Do ponto de vista arquitetônico, o edifício secular é relevante na feição
urbana da cidade, pois de impõe pela sua monumentalidade e expressividade
construtiva, com largas paredes de pedra e cal e portada imponente, ricamente
decorada com elementos em massa.”
Após décadas de descaso e
abandono a luta contra as intempéries começa a mostrar-se desigual, a ventania
vem e arranca-lhe toda a proteção do telhado. Umidade infiltra-se
em suas entranhas comprometendo o precário equilíbrio. Descoberta e sem
segurança, a parte superior do piso e algumas paredes internas desmoronam. É a
lenta agonia de um gigante que embora abandonado tenta a todo custo manter-se
de pé. A cada pedaço que cai sente a dor da batalha que já está quase perdida e
se pergunta, até quando? Enquanto acompanho a sua lenta e inexorável derrocada,
perplexa com a indiferença dos que podem faze r alguma coisa me pergunto: Será
a destruição total a forma correta de agradecer a este guardião de nossa
história?
Márcia Maria Machado Nunes.
é bom que guardemos as fotos. pois no futuro não não muito distante. alguém pra não ser mais incomodado por reclamações verbais e
ResponderExcluirabaixo assinados, dirá: já o tempo e as intemperes não deram conta de destruir-la quero agora ver ela resistir a força dos Tratores.
E ai uma boa parte da nossa historia vai cair literalmente
por terra... zezinho de laura.