A minha mãe , Luíza Vilar de Mendonça, sempre falava nas
grandes secas que abalavam o município de Mata Grande. Lembrava, vez por outra, da seca de 1918, depois a grande seca de 1932,nessa, muitos cearenses transitaram por aqui, outra grande seca foi a de
1950, o então governador Arnon de Mello distribuiu muita coisa com os andarilhos, depois somente em 1970 houve outra grande seca.
Nota-se que os espaços de anos eram longos, até poderia se esquecer que
havia seca, nos anos sessenta que foram
os mais favoráveis de chuvas os sertanejos até esqueceram de plantar muita palma. Lembro que,
houve um ano onde na cidade, durante o mês de maio, choveu o equivalente
a 913 milímetros. Passamos dezesseis dias sem ter direito a ver o sol.
Fotos do inverno matagrandense:
Durante o período de secas muitas pessoas se mudavam para
outras plagas, vendiam as propriedades e se aventuravam até em outros Estados da federação. Logo após a seca de
1970 adquiri uma propriedade, vizinha a do meu pai, então, comecei a sofrer as agonias da seca como os demais sertanejos.
Tenho resistido tranquilamente as grandes secas, que nos últimos quarenta anos passaram a ser
mais frequentes. Houve delas que perdi animais que, naturalmente, enfraqueciam devido o rareamento das pastagens,
todavia, esta última foi a que mais afetou com a falta de água. Após alguns anos tive que reabrir poços, tendo em vista que até o riacho
do Almeida, deixou de correr água, um dos olhos d’água, que corria pela estrada
afora deixou de minar,( o projeto de recuperação de fontes do governo não atende
a todos, visto que, há uma tendência política para o fato) devido à falta de
água houve naturalmente a carência do capim de corte para alimentação dos animais. Na região serrana a seca afetou grandemente, imagine na região catingueira? Pois lá não
existem riachos, fontes de água doce e a falta de
chuvas impede o nascimento e crescimento das pastagens nativas. Resta aos agropecuaristas,
a palma ressecada, o mandacaru, a algaroba e o endividamento com a compra de
rações.
foto da época seca
De uns tempos para cá, fala-se nos rigores do EL NINO , que
a terra vem esquentando gradativamente , porém desde a seca de 1950 a coisa
piorou, com o aumento dos períodos de secas, com as noites muito quentes, com o
derretimento das geleiras nos polos, tudo isso, são mudanças climáticas que afetam o planeta e Mata Grande
faz parte dele. Os eventos que ouvimos noticiar constantemente como as secas,
os furacões, as ondas de calor excessivo ou mesmo as geadas,( como agora está havendo no
Canada), enchentes destruidoras como as do Sudeste brasileiro. Tudo isto me leva a meditar: O que é melhor, a seca ou as enchentes? Durante as secas temos os carros pipas, no entanto, todos permanecem em suas casas com os seus móveis e não precisam ficar em abrigos públicos ou casas de parentes. Os prejuízos são menos.
Os furacões e tempestades passaram por um aumento gradativo
desde a grande seca de 1970. As geleiras desde o ano de 1980 estão derretendo
com muita frequência, tudo isto devido ao calor. Não resta a menor dúvida de
que o aquecimento global é uma realidade e passou a afetar as serras que
compõem o oásis do sertão alagoano.
é meu amigo Germano ao essas fotos e a sua narração nos coloca no peito uma tristeza tão grande que enchem o nosso coração e acaba transbordando e vazando em forma de lagrimas. e o pior foi a noticia que rolou na mídia que me deixou muito preocupado. a noticia relatava que os umbuzeiros estão morrendo pela ação da seca. Olha nos meus 73 anos de vida eu nunca vi ou ouvi falar morressem em quantidades em função da seca. afinal a natureza bondosa com ele e os deu enormes batatas que acumulam até uma tonelada de água para resistir as secas. É AMIGO ACHO QUE É O PRINCIPIO DO FIM OU OU JÁ É O FIM DO FIM.
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