Brincadeira
--- Walter Medeiros
Na goiabeira do meu quintal
Uma maluca subia, sem
calcinha.
Embaixo, os meninos
brincavamDe triângulo, com um ferro,
Riscando pelo chão
traços
De prisões e
liberdade.
O quintal batido de barro, úmido,
Servia também para
nossos peões.
N’outras horas eram
as chimbras
- bolas de gude tão
belas,
Que ainda hoje são
forte lembrança
Daqueles dias da
infância.
Na sombra da tarde meu irmão saía
E descia num carro de
cocão,
Trazendo latas d’água
Que enchia na fonte
da cacimba.
Oh! Que saudade da
água
Do pé da Serra da
Onça!...
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