quarta-feira, 14 de novembro de 2012

AS RUAS DE MATA GRANDE - Germano


 
 

 

12.11.12 – Segunda feira -  tive que me deslocar até Mata Grande para assistir a entrega do título de cidadão matagrandense  ao Jornalista e Poeta Walter  Bezerra de Medeiros , que também é formado em Direito. O acontecimento se deu na Câmara Municipal de Mata Grande que por sinal fica localizada na Rua da Cruz. Após clicar algumas fotos do prédio, girei a máquina em direção a Rua da Cruz e me deparei com esta  beleza ,daí a ideia de escrever algo sobre ela para os leitores desta blog.

Fatos históricos de alta  relevância foram registrados nesta Rua, a partir do seu nascimento. Conta à história que mais ou menos  onde hoje é localizado o prédio do Grupo, foi fincada uma cruz de madeira, já que lá existia um pequeno cemitério o que deu origem ao nome da rua.

Nela  ainda existe o prédio do Grupo Escolar Demócrito Gracindo, com bastante reformas e, por volta dos anos sessenta foi construído o Ginásio Felix Moreno , posteriormente, o do Correio e o imponente prédio do  Banco do Nordeste do  Brasil S/A.

Exatamente há sessenta e dois anos houve a maior tragédia nessa rua, onde foram assassinados  três membros da família Malta, daí a rua passou a ser denominada de Eustáquio Malta até os dias atuais.

Nela residiu os Deputados Eraldo Malta  Brandão e Luiz Gonzaga Malta  Gaia bem como o inesquecível Agente de Estatística José Bernardino Correia que escreveu vários textos onde  dizia ter àquela  rua o estigma de que “quem nela morasse até o fim da vida, morreria na miséria” , fato que, gradativamente, ao longo dos anos temos ouvido falar de alguns que ratificam a premissa acima.

Sobre ela leia o que escreveu o escritor Djalma Mendonça:

“João Gonçalves erigiu, logo abaixo de sua residência, uma capelinha de taipa, ao lado esquerdo do atual prédio do grupo escolar, que, como era de praxe, servia também de cemitério, erguendo, em frente, grande cruz de madeira, feita do tronco de enorme Massarandubeira alí existente.

Dessa árvore, de gigantesco porte, herdou o arraial o nome de Mata do Pau Grande e a capelinha de Nossa Senhora da Conceição, a sua padroeira atual, esculpida em Penedo, por encomenda de João  Gonçalves.

O nome dado à atual Rua da Cruz, que apesar do tempo lhe conserva a tradição popular, vem deste fato.

Tempos depois, rigoroso inverno destruía a capelinha, sendo edificada uma outra, que depois de várias reformas, lá está como a sua igreja matriz, situada em ponto  mais alto, dominando a cidade e onde seria batizado, em 27 de setembro de 1849, o primeiro Bispo de Alagoas, D. Antonio Manoel de Castilho Brandão, um dos mais ilustres filhos de Mata Grande.

Conta ainda a tradição, que, no local onde existiu a primitiva capela, foi edificada uma casa, contra a expectativa geral dos habitantes de então, que julgavam aquela construção uma profanação aos despojos dos seus defuntos queridos e a cujas razões, de ordem sentimental, o construtor não atendeu, por julgá-las fruto da ignorância da época.

Seja como for, logo que a nova casa  foi habitada, seu proprietário, Matias dos Anjos, viu-se  obrigado a mudar-se, para lugar ignorado, fugindo, assim à punição de um crime de morte que praticara na pessoa de seu vizinho Antonio Martins”.

 

 


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