12.11.12 – Segunda feira
- tive que me deslocar até Mata Grande
para assistir a entrega do título de cidadão matagrandense ao Jornalista e Poeta Walter Bezerra de Medeiros , que também é formado em
Direito. O acontecimento se deu na Câmara Municipal de Mata Grande que por
sinal fica localizada na Rua da Cruz. Após clicar algumas fotos do prédio,
girei a máquina em direção a Rua da Cruz e me deparei com esta beleza ,daí a ideia de escrever algo sobre
ela para os leitores desta blog.
Fatos históricos de
alta relevância foram registrados nesta
Rua, a partir do seu nascimento. Conta à história que mais ou menos onde hoje é localizado o prédio do Grupo, foi
fincada uma cruz de madeira, já que lá existia um pequeno cemitério o que deu
origem ao nome da rua.
Nela ainda existe o prédio do Grupo Escolar
Demócrito Gracindo, com bastante reformas e, por volta dos anos sessenta foi
construído o Ginásio Felix Moreno , posteriormente, o do Correio e o imponente prédio do Banco do Nordeste do Brasil S/A.
Exatamente há sessenta e
dois anos houve a maior tragédia nessa rua, onde foram assassinados três membros da família Malta, daí a rua
passou a ser denominada de Eustáquio Malta até os dias atuais.
Nela residiu os Deputados
Eraldo Malta Brandão e Luiz Gonzaga
Malta Gaia bem como o inesquecível
Agente de Estatística José Bernardino Correia que escreveu vários textos
onde dizia ter àquela rua o estigma de que “quem nela morasse até o
fim da vida, morreria na miséria” , fato que, gradativamente, ao longo dos anos
temos ouvido falar de alguns que ratificam a premissa acima.
Sobre ela leia o que
escreveu o escritor Djalma Mendonça:
“João Gonçalves erigiu, logo
abaixo de sua residência, uma capelinha de taipa, ao lado esquerdo do atual
prédio do grupo escolar, que, como era de praxe, servia também de cemitério,
erguendo, em frente, grande cruz de madeira, feita do tronco de enorme
Massarandubeira alí existente.
Dessa árvore, de gigantesco
porte, herdou o arraial o nome de Mata do Pau Grande e a capelinha de Nossa
Senhora da Conceição, a sua padroeira atual, esculpida em Penedo, por encomenda
de João Gonçalves.
O nome dado à atual Rua da
Cruz, que apesar do tempo lhe conserva a tradição popular, vem deste fato.
Tempos depois, rigoroso
inverno destruía a capelinha, sendo edificada uma outra, que depois de várias
reformas, lá está como a sua igreja matriz, situada em ponto mais alto, dominando a cidade e onde seria
batizado, em 27 de setembro de 1849, o primeiro Bispo de Alagoas, D. Antonio
Manoel de Castilho Brandão, um dos mais ilustres filhos de Mata Grande.
Conta ainda a tradição, que,
no local onde existiu a primitiva capela, foi edificada uma casa, contra a
expectativa geral dos habitantes de então, que julgavam aquela construção uma
profanação aos despojos dos seus defuntos queridos e a cujas razões, de ordem
sentimental, o construtor não atendeu, por julgá-las fruto da ignorância da
época.
Seja como for, logo que a
nova casa foi habitada, seu
proprietário, Matias dos Anjos, viu-se
obrigado a mudar-se, para lugar ignorado, fugindo, assim à punição de um
crime de morte que praticara na pessoa de seu vizinho Antonio Martins”.
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