Brasília-DF., 28 de maio de 2011.
IDADE DA SABEDORIA
Nasci em Mata Grande, na Rua Nova, atual 5 de Julho, às 23,15 horas do dia 28 de maio de 1946, portanto, hoje estou completando sessenta e cinco anos de existência.
Fui uma criança normal e praticante das peraltices de quem nasce em cidades do interior. Na fase da adolescência, além de estudar no Grupo Escolar Demócrito Gracindo, tive que trabalhar ainda muito novo, devido à separação dos meus pais Balbino Alves Bezerra e Luiza Villar de Mendonça, nos idos de 1957. Meus três irmãos mais velhos foram para São Paulo, ficando com minha mãe eu e três irmãs mais novas. Assumi então, a característica de chefe de família, obedecendo, obviamente, as diretrizes impostas por minha mãe, na qual, a principal delas era estudar.
Na fase estudantil no Ginásio Félix Moreno, exatamente no dia 05 de abril de 1962, namorei uma garota, e fiquei perdidamente apaixonado, e logo após conseguir emprego , casei com ela a quem dedico até hoje quase cinquenta anos da minha existência. Icléa Brandão Barbosa com dezesseis anos passou a se chamar Icléa Barbosa de Mendonça, daí, nasceu a nossa querida filha Geovanna Lea e os nossos queridos filhos , Marcus Vinicius e Germano Enrico, que já nos favoreceram com três netos e quatro netas.
Ao longo deste tempo, sempre me dediquei ao trabalho e Icléa, além de trabalhar ainda tinha que administrar a casa e orientar o estudo dos filhos. Choramos juntos a perda de parentes e amigos e juntos também, tivemos muitas alegrias e nosso amor foi aumentando, com todas as divergências que surgem naturalmente na vida a dois.
Menino, rapaz, homem, pai, avô, vovrito, velho, idoso e a terceira idade chegou, são as fases da vida que passei e passo, todavia, a próxima, pelo visto, é a que mais vou gostar e passarei a vivenciá-la com muito prazer e alegria e da melhor forma que Deus me permitir.
Hoje, 28 de maio estou completando 65 (sessenta e cinco) anos, razão pela qual acho que a “ficha vai começar a cair” como se diz no meio dos jovens, concretizando assim, o início da minha última fase de vida A IDADE DA SABEDORIA.
Comecei a trabalhar muito cedo o que me favoreceu uma aposentadoria ainda muito jovem. Casei com Icléa ainda no desabrochar da idade adulta, eu com vinte e um e ela com dezesseis, o que nos favoreceu sermos chamados de avô e avó ainda com toda a jovialidade que aparentamos. Fui muito feliz na minha escolha porque, por quase cinqüenta anos, continuamos nos amando, ela é uma esposa dedicada a tanto mim, como aos filhos e agora, aos netos. Sempre me acompanhou nas minhas mudanças devido aos afazeres profissionais, e como já disse, fomos agraciados por Deus com uma filha e dois filhos normais, os quais, já nos concederam a oportunidade de “curtir” quatro netas e três netos. Aguardaremos, doravante, a chegada dos bisnetos.
Aposentado, avô, tio, velho e acima de tudo velho careca, foram adjetivos que venho absorvendo há muitos anos, contudo, é incrível como reluto para a ficha não cair. Após a última Semana Santa uma neta colocou uma foto comigo e uma colega dela comentou: “o teu avô toma formol? Mantém o mesmo rosto... e ela respondeu: “ ele ainda está interasso”, custei a entender o termo, porém, “fiquei nas nuvens”... por ser elogiado pelos jovens.
Quando estou enfrentando filas em Bancos e outras repartições, como bom brasileiro, assumo que sou “sessentão” a fim de usufruir os favores da Lei. Uma coisa vou aceitar e ficar contente é deixar de pagar imposto de renda, pois ninguém paga de bom grado, principalmente por sabermos que, como assalariados não temos escapatórias e por outro lado tomarmos conhecimento que outros profissionais que deveriam pagar, enriquecem facilmente, muitas vezes com dinheiro surrupiado dos cofres do próprio governo e nada recolhem, porque sonegam.
Nada tenho a reclamar, só a agradecer a Deus que é muito generoso comigo. Quando completei quarenta e cinco anos, após apagar as velinhas alguém gritou: - faça um pedido. -Não me fiz de rogado e disse:- passei até agora cabeludo e desejo passar outro tanto careca. Acontece que já estou careca e aguardo com ansiedade ultrapassar os noventa para continuar curtindo ao lado da minha querida esposa o desenvolvimento dos netos e também dos bisnetos.
A longevidade é a tônica do momento vivenciado no Brasil e estimo de muito bom grado fazer parte da geração dos bisavós, é muito melhor do que fazer parte daquela geração cujos pensamentos são sempre direcionados para o desenvolvimento pessoal.
No limiar deste início desta fase de vida, acho que fui produtivo e agradeço ao nosso bom e generoso DEUS por ter conseguido uma grande experiência de vida. Hoje sinto que sou parte da ponte entre gerações, pois transmito aos mais jovens, os ensinamentos que aprendi bem como, a ser útil quando as possibilidades assim me permitem.
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