Foi esta Rua Nova na
inesquecível Mata Grande que todos os finais de semana, quando papai retornava
de sua lida nos sítios e povoados, eu tinha a missão de levar o animal que ele
montava ao cercado vizinho ao antigo cemitério.
Às 17:30h, devido as serras que
cobiçavam Mata Grande, os dias pareciam ser mais curtos. No horário que eu
conduzia o animal ao cercado, as estrelas eram visíveis no céu. As corujas
sobre o muro do sepulcrário refletiam a luz dos seus olhos, justamente, na
direção da cancela. Nesse momento, rápido, eu puxava o cabresto do animal,
fechava a cancela e voltava correndo pelo caminho ladeado por cercas de
labirinto (avelós). Às vezes me enrolava na corda que servia de cabresto, me
desequilibrava indo de encontro ao chão umedecido.
Quando chegava em casa com o
rosto pincelado de lama, minha mãe ao ver aquele mateo mirim, perguntava
penalizada, o que foi isso meu filho? A minha resposta era: foi a coruja no
muro do cemitério olhando pra mim com aqueles olhos de fogo. São histórias como
esta que vivi nos meus 12 anos de idade e que se renovam cada vez que a saudade
me visita.
Eu sempre digo, que saí de
Mata Grande, mas Mata Grande nunca saiu de mim. (Remi Bastos).
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