Meus tempos de menino em Mata Grande,
Rua da Cruz, um sobrado, a vizinhança,
Ternas manhãs que eu guardo na lembrança
De um tempo que passou e não volta mais.
À tarde ao crepúsculo da Ave Maria,
Quando o sol buscava o horizonte,
As cigarras cantavam junto à fonte
Nos troncos das velhas casuarinas.
Em meu quarto adormecia sorrindo
Embalado por aquela sinfonia,
Das cigarras que ao final de cada dia
Choravam com seus cantos de saudade.
Hoje no meu pranto, sem canto, choro eu,
As cigarras emudeceram, foram embora,
Deixando uma saudade que aflora
Como águas cristalinas nos olhos meus.
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