domingo, 5 de julho de 2020

ROSINHA - Ubireval Alencar


UMA ROSA PARA ROSINHA DE TIO TONHO RODRIGUES.
Os jovens desconhecem a Personagem Rosinha.
Muito tempo atrás, estivera apaixonada por um primo político. Mas ele casa com outra Moça linda da família, Yolanda Alencar .

ROSINHA passa a ensimesmar-se, calada e ninguém de casa ousava tocar no assunto. Aos poucos viu-se a moça estranha e sem mais comunicação. Mas perfeita na sobriedade de vestir-se e caminhar. Sempre passava pelas calçadas com seu habitual tamanco de madeira, alto.

Pela manhã, andava pelas ruas, entregue a seus sonhos, e muito respeitada pela parentela.
Era sua devoção diária subir ao Alto, onde havia o Casarão com o sítio, que fora de seu pai e família, então propriedade de Zequinha Guimarães.

Rosinha tinha na prima Ednete seu confessionário íntimo. Falava do calor, das coisas pessoais que só as mulheres sabem guardar.
Sempre que se despedia da sua prima, ganhava manga ou pinha ou pitomba.
Mas sua predileção eram as rosas do Jardim. Normalmente andava sempre com uma delas. Na casa amiga tinha a liberdade de ir colher a que a atraía naquela manhã.

Tempos depois, nós estudando fora, soubemos de internação em hospital psiquiátrico e posterior falecimento.
Mata Grande perdia a Moça Romântica que um dia encantou-se de si mesma.
Não viveu a política, não maculou a família, não escreveu sua silenciosa epopeia de amor.

Os jardins de Mata Grande ainda brotam rosas para Rosinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário