A produção de leite em Mata
Grande poderia ser muito mais e melhor, todavia, os entraves são os mais
variados possíveis e, atualmente, deixa muito a desejar. A luta dos produtores
pela sobrevivência é intensa, entretanto, são periodicamente enganados pelas
promessas o que causam sucessivos prejuízos.
Ultimamente li na Gazeta de
Alagoas que agora, devido a última seca, mais uma vez, governo e cooperativas vão ao sertão com
incentivos para a produção e armazenamento de forragens e vantagens diversas.
Como fui pequeno produtor de
leite por mais de quarenta anos, posso citar alguns casos e você leitor, pode
comentar e sugerir.
Primeiro vamos falar do
governo que sempre promete e não dá sustentabilidade para o aumento da
produção, quando essa está pouca o governo encosta, quando está alta ai em vez de
melhorar a produtividade, a coisa desanda, é relegada ao esquecimento.
A seca não é o grande
problema, pois o sertanejo está acostumado a tirar “leite de pedra” pois a palma,
o mandacaru e a soja são grandes aliados. O maior problema está na comercialização,
pois, os atravessadores, estão sempre nas estradas e sempre deixam os produtores
em situações periclitantes, atrasando ou mesmo não fazendo os pagamentos
devidos.
Ainda esta semana, conversei com um
grande produtor de leite da região e ele falou que está vendendo a R$
1,00 o litro e que já teve muitos prejuízos, alguns que superam os R$ 7.000,00.
Por essas e outras resolvi parar com a produção e até agora não me
arrependi.
Agora que a produção caiu surge
o governo prometendo os tanques de leite; as cooperativas se aproximam,
prometendo melhorias e incentivando a produção.
Certa feita, prometeram facilitar
a venda do queijo de coalho, facilitando a expedição do SIF. Ora se eu, que sei
abrir uma maçaneta de uma porta, agendar uma reunião com autoridades na
Capital, não consegui, imagine o nosso catingueiro. Pura utopia! Falei na hora e
hoje está comprovado, não é coisa para o pequeno.
Vale registrar que esta semana
comprei na padaria um litro de leite empacotado por R$ 4,39, no sertão o
produtor entrega por R$ 1,00 e nem
sempre recebe devidamente, pois fica uma retenção de uma quinzena que no final
é perdida, afora outras que se acumulam.
O governo precisa entender que
um curral que produz leite diariamente, por pequeno que seja, emprega um ou dois homens que passam a ter a
sua feira semanal assegurada. Uma boa forma de ajudar, seria adquirir parte do
leite produzido na região para fazer parte da merenda escolar.
Se fizer a coisa
com seriedade, tudo dá certo!
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