sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A VERDADE SOBRE A MORTE DAS VÍTIMAS DO ABORTO

Poesia de Walter Medeiros. No pé da Serra da Onça - Alto sertão de Alagoas - O povo gosta de loas Mas tem a maior responsa: Criança, jovem e coroas Discutem as coisas boas E combatem gente sonsa. Pois numa noite bem mansa, A lua branqueando o Céu, Foi de tirar o chapéu E não perder na lembrança O filho de Dona Bel Enfrentou seu Miruel Num assunto que não cansa. Seu Miruel é ateu, Do bem ele quer distância; Homem cheio de ganância, Rouba até parente seu. Uma triste discrepância Que deixa muitos na ânsia De vê-lo comendo breu. Além de tudo é perverso, Sem ética nem moral; É mesmo gente do mal, Mas está no Universo; E seu maior ideal É ver uma lei fatal Nascer num novo processo. Ele defende o aborto, É homem muito falante, Tem um tom repugnante Mas não quero lhe ver morto; Quero que ele se espante Com a verdade de Dante Que é matar um zigoto. Ao vê-lo todo exaltado, O filho de dona Bel Que nunca foi bacharel Nem tinha sido testado, Olhou a barra do Céu E até quem tava ao léu Foi ouvir o seu recado: - Neste dia iluminado Da minha amada vida, Esta pendenga sofrida, Cheia de arrazoado, Ganha a maior guarida Para ser bem referida Neste momento rimado. - Pois neste mundo malvado, De tanto conceito torto, Vou também falar do aborto, Que está sendo analisado Da roça ao cais do porto, Temos muito bebê morto E outros sendo assassinados. - Alguém terá desconforto, Mas quero falar da vida Que é sempre concebida Como semente no horto, Quando a mãe engravida No instante dá guarida Ao pequenino zigoto. - Não sei por quê se duvida Daquele exato momento Onde surge o rebento E a pessoa é concebida; Nem mesmo o mais avarento Teria outro pensamento Sobre aquela nova vida. Ao ver o homem rimando O povo ficou feliz, Pois um simples aprendiz Estava ali ensinando O que a gente boa diz No templo e na matriz E ele foi assimilando.

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