terça-feira, 29 de março de 2011

MATA GRANDE-ENGENHO DE ENEAS LUIZ

O melaço pronto na tachada para virar rapadura.O engenho movido a tração animal. O ENGENHO DE ENEAS LUIZ Quando visitei o engenho pela primeira vez, foi saindo da fazenda Buenos Ayres, que pertencia ao meu avô José Barbosa de Mendonça, juntamente com outro neto, o primo José Augusto Vilar de Mendonça que hoje se encontra em Altamira no estado do Pará. Fizemos a viagem montados em cavalos da fazenda, passando pelos sítios Tinguí, Cajazeiras, Vento, Serra do Urubú (passamos em frente a igrejinha) e também pela famosa fonte, descendo até o sítio Flores, onde até hoje funciona o referido engenho. Por várias vezes já divulgamos a história dos engenhos matagrandense: Nos idos de 1970 existiam 38 engenhos em pleno funcionamento, em 1992 quando retornamos à Mata Grande para gerenciar o Banco do Nordeste do Brasil S/A., este número já havia diminuído para 18 e atualmente existem 06 funcionando precariamente, alguns, utilizando açúcar para transformar em rapadura e o saboroso tijolo, mexido com coco, raiz do umbuzeiro e mamoeiro. O engenho sob enfoque ainda funciona, graças aos herdeiros (veja um na foto misturando a tachada) que com garra e perseverança conseguem manter o seu funcionamento. Se não houver familiares que ajudem torna a produção inviável. Sabemos que o plantio da cana, os tratos culturais e a mão de obra atualmente são por demais onerosos, pois, exigem muita mão de obra, que hoje está muito rara na região. Já os produtos extraídos, no caso, a rapadura e o mel são vendidos a preços simbólicos na feira de Mata Grande. Para se ter idéia uma rapadura eles vendem duas por um real e um litro de mel puro por apenas dois reais, enquanto que, em qualquer prateleira de supermercado este preço é duplicado ou mesmo triplicado, caracterizando o que sempre existiu, quem produz, sobrevive, os atravessadores, estes sim, podem adquirir bons carros, viver bem e manter os filhos estudando em cidades desenvolvidas. Infelizmente os poderes constituídos tem dado pouca atenção aos produtores, o que tem diminuído consideravelmente o número das pequenas indústrias que existiam. No sítio Almeida, onde resido, existiam seis engenhos, atualmente, existe apenas um, que funciona normalmente às quinta feiras,usa açúcar, portanto, precariamente. (Germano, Orkut- Comunidade Matagrandenses & Amigos, 10.11.07) Publiquei no Orkut, já me preocupando com a possível extinção. ENGENHOS DE RAPADURA S.O.S. - ENGENHOS DE RAPADURA 1970 - Existiam 38 engenhos funcionando normalmente. 1992 - Existiam l8 engenhos, alguns funcionando normalmente. 2007 - Existem 08 engenhos funcionando precariamente. TENDÊNCIA - Mata Grande passa a ser a cidade do "já teve engenho" como tantas outras indústrias que "já teve". OBSERVAÇÕES - A rapadura e o mel dos nossos engenhos tem sabor inigualáveis, se comparados com as produzidas no Ceará e Pernambuco. No Sítio Almeida, existiam 08 engenhos, alcancei 03 funcionando e hoje existe apenas um que funciona às quintas-feiras, precariamente, utilizando até açucar, para produzir seus produtos.

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