domingo, 25 de setembro de 2016

RUAS DE MATA GRANDE Germano




RUA UBALDO MALTA – Esta é a principal artéria de Mata Grande, local onde fica situado o centro comercial  com o seu trânsito caótico, onde nenhuma lei é respeitada. A sua denominação foi em homenagem ao jovem estudante Ubaldo Malta, assassinado em um tiroteio de mais de três horas de duração, promovido em 1950 por políticos da época que visavam o domínio da cidade.




Nesta rua descia um riacho a céu aberto, depois foram implantadas galerias pluviais, todavia em dias de muita chuva a água ainda causa muitos estragos no comércio local, carecendo de novas obras que visem minimizar o problema e afastar de vez a proliferação de mosquitos na cidade, principalmente os da dengue que tantos prejuízos causam aos residentes.




Ainda hoje nesta rua tem a feira semanal, onde comerciantes de várias cidades vendem os seus produtos, afora os pequenos produtores rurais do município, que trazem sua produção agrícola para vender na feira, como por exemplo: rapadura, mel de engenho, farinha, castanha assada, feijão, milho, ovos e galinhas caipiras, queijos, bolos, verduras e frutas de um modo geral.
                                                               Antes:

                                                                       Hoje:




Das inúmeras lojas de tecidos que existiam, somente uma tem resistido, a que pertence ao Senhor Luiz Brandão, no entanto, o número de supermercados e mercadinhos aumentou consideravelmente.



Com os famosos bares, aconteceu o mesmo e o único que resistiu foi o do Bar do Gago que embora tenha mudado de localização continua sendo bastante frequentado.





Registramos, entretanto, nosso desagrado, a mudança que houve na gestão da prefeita Nielza que demoliu os degraus existentes ao longo da rua e construiu algo que até hoje não trouxe benefícios aquela rua, ao contrário, houve a instalação de várias barracas de lanches e caldo de cana que somente deixam sujeiras.





Acreditamos que, a construção de um calçadão, na parte baixa, com bancos de praça daria muito mais embelezamento a nossa rua principal. Isto obrigaria também, a localização de parte da feira na Av. Juca Ribeiro facilitando, assim, o tráfego de caminhões de porte médio em dias de sábado.










JOÃO MUÇAO, UM PAGADOR DE PROMESSAS-Germano












João Antonio Oliveira Fortes (João Mução), cuja alcunha foi inspirada no nome do humorista MUÇÃO.  É o nosso personagem, tornou-se um excelente radialista em nossa cidade, onde mantém um animado programa na rádio comunitária Antena FM.

A sua história maior, começa no ano 2002 quando começou a consumir bebida alcoólica de forma desenfreada, vício que o levou a cometer loucuras.

No ano de 2005 começou a entrar em profunda depressão e por várias vezes tentou o suicídio, sendo que, na última vez, amarrado em uma cama hospitalar, desesperado e aflito, pensou em fazer um pacto com o Diabo, todavia, lembrou-se dos conselhos da sua genitora, que por ser muito católica, sempre o encaminhou para os caminhos de Deus e pensou: “ Por que não fazer um trato com Deus? ”

Após alguns dias resolveu adotar a segunda opção, dizendo que, se fosse atendido levaria uma cruz de madeira do Sítio Santa Rosa até o cume da Serra da Onça, onde deixaria a cruz fincada e voltada para a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a excelsa padroeira de Mata Grande.

Tendo conseguido superar o vício e a depressão ele pagou a promessa em uma Quinta Feira Maior. Coincidentemente, naquela quinta feira, estávamos inaugurando os dois lances de degraus construídos com a colaboração de vários matagrandenses. Os integrantes do Terço dos Homens, resolveram subir a serra com uma Via Sacra.
Quando estávamos orando, eis que surge o João Mução carregando uma cruz e seguido por várias pessoas. Na oração ele narrou a sua história, disse   que havia levado três facadas, um tiro de revólver na cabeça e uma corda no pescoço, tentando dar cabo a própria vida, nos empolgamos com a sua narrativa e filmamos e fotografamos todo o percurso do Sítio Colosso até o cume da serra.

Hoje, em pleno domingo, no Sítio São José, estávamos em uma reunião política, ele narrou tudo novamente, lembrou que sofreu muito e conseguiu superar as suas dificuldades e sente-se um jovem alegre, liberto e feliz.



segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O MISTICISMO – Germano


Segundo Augusto Miranda, é um “ substantivo masculino; crença religiosa dos místicos; devoção contemplativa; tendência para acreditar no sobrenatural; crença religiosa ou filosófica que admite comunicações ocultas entre o homem e a divindade”.

Assistindo  pela televisão o que contou a atriz Camila Pitanga, narrando com detalhes o episódio do afogamento do   ator Domingos Montagner  ( O Santo da novela Velho Chico), a minha  memória em seus devaneios fluiu para o ano de 1974, quando o Banco do Nordeste do Brasil S/A ., me removeu para a cidade de Gararu no vizinho Estado de Sergipe, cidade localizada às margens do Rio São Francisco, o Rio da Unidade Nacional ou Velho Chico como  recentemente é denominado.

Como bom sertanejo, humilde e desconfiado, tratei logo de ensinar os meus filhos a nadar e respeitar as agua do rio, dado a abundância de pedras, barrancos próximos e dentro do leito, com profundas depressões e forte correnteza, afora o perigo das famigeradas piranhas.

Em um certo feriado do mês de setembro, fui convidado pelo agente postal Egídio para tomar banho na Pedra da Joana. O Rio estava cheio, com as suas águas barrentas e participei dos mergulhos após oito pessoas que se revezavam pularem e saírem nadando. Depois de algum tempo resolvemos nadar até o meio do rio e deixar que a correnteza nos levasse até um remanso, local onde as águas retornavam por mais ou menos um quilômetro rio acima. Lá vou eu , temeroso das piranhas, antes porém, me mandaram nadar no meio dos demais nadadores, graças  a Deus foi tudo muito divertido  e em paz.

Na época se falava nas mordidas das piranhas e dentre as histórias pitorescas contadas, se falava no “Nêgo d’água” um ser misterioso que vivia debaixo da água e que puxava as pessoas para o fundo, aparecia raramente e somente algum pescador tinha o privilégio de ver.

Como fui criado ouvindo histórias da “Caipora”, de almas que vagavam e apareciam, do Saci Pererê , da Iara ou “mãe dágua”, da sereia e da Branca de Neve, agora, com os meus setenta anos, fiquei a imaginar, será que foi o Nêgo d’água que  estava puxando a perna do ator?

Os índios da tribo TAFKEA que participaram da novela e o ressuscitaram, fizeram um ritual após a sua morte e afirmaram que o Senhor falou, que ele se tornou  um novo ser de Luz, para proteger o rio, isto também é somente  misticismo?






sábado, 10 de setembro de 2016

O LIXO EM MATA GRANDE - Germano




Exerci o cargo de Secretário da Agricultura do nosso município e com a promulgação da Lei  nº 12.305/10, vislumbrei o quanto era difícil para o gestor municipal assumir as suas obrigações com a responsabilidade que o assunto requer.

O lixo produzido na cidade era jogado na zona urbana, precisamente por trás do prédio do Fomento Agrícola, na Rua Afonso de Carvalho, logo após o mercado da carne e final da Rua Ubaldo Malta, isto é, no centro da cidade.

Quem não lembra que antes existia a carroça do lixo, puxada por um boi que sob a voz de Zé Grilo, Mané Moco e Bié, carreava tudo para aquele aterro que era queimado, cuja fumaça exalava um mau cheiro horrível. O ambiente era tomado por ratos e baratas e muito doentio para os habitantes da área. 

Posteriormente, a prefeitura deslocou o lixão para a o Sítio Capim Assú, que também não resolveu o problema devido haver muitos habitantes naquela zona rural. Tiveram que mudar para um local mais distante, localizado na caatinga, depois da Placa de Guilé ,onde funciona até hoje, continuando entretanto, sem obedecer as  regras exigidas pela Lei supra mencionada. Tudo isto, no entanto, não foi suficiente para que parte do lixo continuasse a ser depositado atrás do fomento agrícola, onde continua a ser queimado e que continua a incrementar algumas viroses e alergias aos moradores das artérias que o rodeiam.

A obrigatoriedade de aterros sanitários municipais era evidente, todavia, facilita para que os municípios se organizem e criem um aterro. Por exemplo: Mata Grande, Canapi podem se organizar e criar um aterro comum aos dois municípios em um local que facilite o escoamento.

Nota-se que os gestores não assimilaram o disposto na nova Lei, mesmo por que, algumas mudanças de caráter profundo os afetariam, quer em rentabilidade financeira, quer com o empreguismo generalizado, afora, os aborrecimentos que a população por certo criaria, já que não possuem a devida orientação quanto ao acondicionamento do lixo caseiro.

A Lei é de 2010 e deu um prazo de quatro anos para que os municípios se organizassem. Estamos em 2016 e a lei ainda não é cumprida, não obstante o prazo e a disponibilização de recursos federais.

Hoje li na Gazeta de Alagoas que haverá fiscalizações e acho que se não houver multas os prefeitos  continuarão a ignorar a citada lei. Leiam parte da reportagem publicada:



“Nós agora temos um elemento novo para lidar na discussão sobre o descarte de resíduos sólidos. Nas edições anteriores da FPI do São Francisco, não havia alternativa para os lixões. Agora ela não só existe, como também está em operação. Há municípios que passarão a despender menos de R$ 100 mil com a manutenção do consórcio quando antes gastavam mais de R$ 1,5 milhão com coleta de lixo. O comportamento irregular sai mais caro do que o regular, com a possibilidade de aumentar os investimentos em coleta seletiva dos resíduos e, consequentemente, o número de empregos”, explica Alberto Fonseca.

O promotor de Justiça lembrou que os gestores públicos, ao descumprir a Lei nº 12.305/10, poderão cometer delito pela disposição irregular de resíduos sólidos e por fazer funcionar empreendimento “comprovadamente” poluidor, como o são os lixões.



Política Nacional de Resíduos Sólidos



A edição da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos e alterou a Lei n. 9.605/98, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu um prazo de quatro anos, ou seja, até 2014, para que todos, inclusive os municípios brasileiros, implantassem a disposição final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e rejeitos. ”

Como se vê no início de parte da matéria publicada, surge um elemento novo para lidar com a discussão para a aplicação da Lei, levando a crer que novos anos passarão para a implantação da lei que inúmeros benefícios trarão a população, inclusive com a criação de uma Cooperativa para reaproveitamento dos resíduos sólidos.

sábado, 3 de setembro de 2016

EDUCAÇÃO





A educação deve nascer no berço e prosseguir com o aprendizado na escola devido ser necessária para o desenvolvimento pessoal. Os países que investem em educação tem o seu potencial na escala mundial porque  conseguem se sobressair tanto no campo financeiro como no campo social, haja vista que  os países que não investem  na educação ficam sempre  na qualificação de subdesenvolvidos.

Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos dessas, é responsável pela sua manutenção, perpetuação, transformação e evolução da sociedade a partir da instrução ou condução de conhecimentos, disciplinamentos  e doutrinação  às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir, necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade, ou seja, é um processo de socialização que visa uma melhor integração do indivíduo na sociedade ou no seu próprio grupo.

Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes. A prática educativa formal — que ocorre nos espaços escolarizados, que sejam da Educação Infantil à Pós Graduação — dá-se de forma intencional e com objetivos determinados, como no caso das escolas. No caso específico da educação formal exercida na escola, pode ser definida como Educação Escolar.

De acordo com a UNESCO[1] a educação também é exercida para além do ambiente formal das escolas e adentra em outras perspectivas caracterizadas como: educação não formal e educação informal. Segundo a organização, a partir das Conferências Internacionais de Educação de Adultos - CONFINTEA [2] compreende-se por educação não formal todo processo de ensino e aprendizagem ocorrido a partir de uma intencionalidade educativa mas sem a obtenção de graus ou títulos, sendo comum em organizações sociais com vistas a participação democrática. E educação informal como aquela ocorrida nos processos cotidianos sociais, tais quais com a família, no trabalho, nos círculos sociais e afetivos.

No caso específico da educação exercida para a utilização dos recursos técnicos e tecnológicos e dos instrumentos e ferramentas de uma determinada comunidade, dá-se o nome de Educação Tecnológica. Outra prática seria a da Educação Científica, que se dedica ao compartilhamento de informação relacionada à Ciência (no que tange a seus conteúdos e processos) com indivíduos que não são tradicionalmente considerados como parte da comunidade científica. Os indivíduos-alvo podem ser crianças, estudantes universitários, ou adultos dentro do público em geral. A educação sofre mudanças, das mais simples às mais radicais, de acordo com o grupo ao qual ela se aplica, e se ajusta a forma considerada padrão na sociedade.

OBS.: Desconheço o autor.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

OS VIZINHOS - Germano




Nasci e vivi em Mata Grande até os vinte e oito anos de existência, durante o tempo de solteiro os nossos vizinhos tornavam-se amigos e alguns com consideração acima da normalidade, haja vista, a amizade que perdura entre os descendentes até os dias atuais.

Existiu um vizinho que foi embora lá pelos anos sessenta e nunca esqueceu Mata Grande. Retornou algumas vezes, alimenta um site na internet onde tem uma parte dedicada à nossa terra. Chama-se Walter Medeiros e hoje é cidadão matagrandense, título outorgado pela Câmara Municipal.

Seguindo o exemplo da minha mãe, quando me desloquei para trabalhar em terras estranhas contraí amizades sinceras com os vizinhos onde até batizamos meninos que continuam com estreita relação de amizade e consideração, após o falecimento dos seus genitores.

O que chama a atenção é o convívio dos vizinhos nas grandes capitais onde quatro ou mais apartamentos em um mesmo andar cujas famílias, na maioria das vezes, si quer dão um bom dia.

Desconhecem que, em caso de uma emergência o vizinho que se torna um amigo estará sempre pronto para ajudar e que, a pior pessoa do mundo pode dar uma guarida melhor do que um desconhecido ou inimigo.

As pessoas nascidas no interior, normalmente, são mais afeitas as amizades com os vizinhos. Outro dia aqui na Capital fui cumprimentar um cidadão que era da zona rural e ao apertar a sua mão ele falou: Interessante, somente a gente do interior sabe o significado de se cumprimentar apertando a mão do outro.

Observando os demais cidadãos capitalistas, vejo que somente alguns tem o hábito, normalmente, acenam com a mão ou mesmo, os mais jovens criaram o método de tapinhas ou socadas com os punhos.

Afora isto, ainda na capital, durante a missa a pessoa que está ao seu lado não olha e, quando na hora da saudação, chama os vizinhos do lado, de trás e da frente até de irmão, normalmente, com um largo sorriso. No dia seguinte, ao encontrar, em uma calçada ou mesmo, na orla, caminhando, passa a ser um mero desconhecido.

Face  ao exposto, que tal adotar o costume de dar um bom dia, alguns não vão responder, porém, uma maioria vai vibrar internamente pela consideração e apreço.