Despedidas
--- Walter Medeiros
Que força têm em mim as despedidas,
Parecem a essência
mesma da vida,
Consolidando o que me
deu guarida,
Quantas despedidas já
vividas.
Despedir-me é transitar para a saudade,
É perder um pouco
aquela liberdade,
É descobrir o
exercício da bondade,
É sofrer com o
momento da verdade.
Nas minhas despedidas fui um dia
Morar longe do chão
de Mata Grande,
Cidade encantadora,
que foi onde
Vivi dias de infância
e alegria.
Depois, fui despedir-me de colegas
Que comigo tantos
anos estudaram
E ao fim seus rumos
então tomaram
Cada um com uma
decidida entrega.
Veio um dia a despedida da caserna,
De onde guardo uma
lembrança eterna,
Pois ali tive
convivência tão fraterna,
Foi também uma idade
muito terna.
Despedi-me depois daquela tia,
Do avô, avó, do pai,
da mãe,
Não há o que na
despedida ganhe,
É sempre como um
triste fim-de-dia.
Foram tantas despedidas pelo mundo,
Que já tive algum dia
de encarar,
Que pareço calejado
pra encontrar
Pela frente minhas
novas despedidas.
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