domingo, 20 de dezembro de 2015

O VENTO -


O VENTO


“Novamente, detenho a minha atenção em determinado fenômeno da natureza, desta feita, o vento.

Extasia-me todas as obras do Criador, por meio das quais angario inspirações, moldes para escrever prosas e versos e a felicidade de ser participante deste mundo maravilhoso recebido gratuitamente, sem qualquer reembolso.

Tenho ouvido o seu cantarolar, sob a forma de gemidos e assobios, nesta madrugada dormente e em tantas outras, como se me convidasse a presenciar a possível aparição do sol.

Atravesso, imaginariamente, para o verdadeiro mundo criado por Alguém que jamais assinou qualquer uma das suas obras; no entanto, são reconhecidas e exaltadas por todos os viventes, dispensando a imitação de qualquer uma delas, por mais competente que seja o autor.

E desafiando este conjunto de metáforas, linguagens geradoras de uma poesia simples e verdadeira, passo a escutar o sussurrar do vento, tangendo a ramagem das árvores mais próximas e alcançando todas as outras que bordam o mundo, ultrapassando todos os limites, penetrando em todos os lugares.

Retém os segredos mais invioláveis, mistérios indecifráveis, sem espalhá-los com os seus assobios agudos. Flauteia constantemente canções inéditas, pois os fenômenos da natureza não se repetem.

Rodopia dia e noite, mas oculta a assinatura de quem o instalou pelas faces do mundo. Cada instante, tudo é diferente: as flores, as ramagens das árvores, desde as mais raquíticas às mais frondosas, que se espreguiçam e se balançam, ao seu toque fraterno, pois o Artista que edificou o universo, não admite cópias.

É responsável e oculto, porém real. Jamais o vimos. Os seus ensinamentos prevalecem nos caminhos a serem trilhados por nós, quando os buscamos com fé e comunhão.

E interrogo, neste momento:- Quem criou tantas maravilhas, quem as fez cumprir horários, benefícios, sem o auxilio de qualquer ciência ou instrumentos dos mais sofisticados ao mais simples?

– Onde se encontra Aquele autor soberano que imaginou tantas diversidades e se escondeu, após fazer tantas obras, um universo diferenciado, sem falhas, sem repetições?

– Onde escondeu o seu autógrafo? Afirmamos que nada nos pertence; apenas somos adeptos a cópias que tentamos imitar fragilmente.

Esse Cientista único, não necessita de rubricar Suas obras, pois quer sejamos crédulos ou ateus, gênios ou ignorantes, jamais recriaremos algo semelhante a mais invisível das suas obras!!”

NOTA: Estou publicando para abrilhantar a nossa cultura, todavia,  o autor é ignorado.

Um comentário: