segunda-feira, 16 de setembro de 2013

MAS O QUE É MESMO QUE FALTA EM ALAGOAS?

Barra de Santo Antônio (AL), 16 de setembro de 2013. 

Zezinho DE Laura

 

 

 

MAS O QUE É MESMO QUE FALTA EM ALAGOAS?

 Embora tivesse sido inventado como prêmio à lealdade à Monarquia, por ocasião do levante republicano em Pernambuco, em 1817, Alagoas foi entregue ao controle político do Visconde de Sinimbu – que era filho da heroína republicana.

 A mãe de Sinimbu dominava a região que hoje compreende o município de São Miguel dos Campos e armou um exército particular para lutar pela República.

 Coisa de Alagoas, por certo.

 São 196 anos de “emancipação” de Pernambuco, mas ainda hoje há quem duvide se não era melhor como antes. A parte ao Sul de Pernambuco, que reagiu ao levante republicano iniciado em Recife, se tornou “independente”.

Surgiu Alagoas em 27 mil quilômetros quadrados e mais de 50 lagoas. Um filé, que ninguém cuidou direito até hoje, embora possua um solo e subsolo privilegiados.

 Existem no Brasil seis jazidas de sal-gema com valor comercial, e a mais importante dela está em Alagoas – mais precisamente, em Maceió. O teor de pureza é de 99%!

 Existem no Brasil várias jazidas de gás natural, mas nenhuma se compara à reserva alagoana porque é a única que produz gás puro, ou seja, sem petróleo.

 Mas a sal-gema é beneficiada mesmo na Bahia, assim como o gás natural, que segue pelo gasoduto passando por Itabaiana, em Sergipe, e chegando a Camaçari. Também tem outro gasoduto que vai da Chã do Pilar para o Cabo de Santo Agostinho, para alimentar a indústria pernambucana.

 Interessante é que Pernambuco não tem gás, mas tem termelétrica. E de onde vem o gás que alimenta a termelétrica e a indústria pernambucana?

 Adivinhe?

 Vem de Alagoas, claro, que é a “vaca leiteira” que dá leite, mas não produz queijo nem manteiga. Quem produz é o vizinho.

 Os mais antigos se lembram do bordão publicitário que dizia assim: se no Recife tem, na Casa do Colegial também tem. Essa dependência histórica não cessou com a “emancipação” e, nesses 196 anos, o que se viu foi à regressão.

 Alagoas hoje é o último Estado do nordeste, apesar de toda essa prodigalidade do seu solo e subsolo. É o último também a irrigar o semiárido, apesar da proximidade do Rio São Francisco. E no Brasil, é o único estado que já foi governado por um estrangeiro. Logo após a “emancipação” as forças políticas se desentenderam e, cansado de esperar uma solução, o imperador nomeou um argentino para governar Alagoas.

 É assim, o estado. Um litoral inigualável, um solo rico, um subsolo auspicioso, mas que continua nessa pindaíba. Nada por aqui cresce e, se não cresce, Alagoas foi perdendo espaço.

Do “filé” que era quando surgiu, hoje é verdadeira carne de pescoço com uma dívida impagável, a violência incontrolável e a perspectiva anuviada pelas incertezas.

 Mas, afinal, o que é que falta a Alagoas?

 É LAMENTAVEL DIZER, MAIS O QUE ESTÁ FALTANDO É HOMEM.

 SERIA MELHOR PEDIR DESCULPAS PARA OS PERNAMBUCANOS, E PERGUNTAR SE ELES NOS ACEITAM DE VOLTA.

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